segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O PASSADO QUE NOS ENSINA


Tudo o que se deseja num bom projeto visual é que ele possua ferramenta suficiente para que ela abra caminhos, estabeleça uma relação sensorial e crie um processo mítico.
Rever trabalhos no qual a limitação expõe o criativo é uma liçao sem igual para olhos técnicos.
O expressionismo alemão, que usa da imagem indireta, sua melhor bandeira, tem em "O GABINETE DO DR CALIGARI" seu melhor representante. Não só por iniciar uma linguagem que hoje denominamos de Terror Psicológico, mas que consegue expressar as possibilidades que a sétima arte poderia nos conceder.
Os closes pacientes, o cenário distorcido , a extravagancia dos atores e a narrativa em flashback (ousadissimo na época) puxou para o alto o exercicio fílmico entregando ao espectador um exercicio cognitivo de onde faria com que ele pudesse apreciar as idas e vindas no tempo de uma história. Nada mais obvio em dizer que inumeros artistas como Hitchcock , Kubrick e Shiamalan nunca atreveriam-se a filmar se não fosse por essa obra -prima (na raiz da expressão) de Robert Wiene produzida em 1919. Rever o "GABINETE" foi como aquela pergunta ao admirar os projetos de helicóptero de Da Vinci: - De ele conseguiu vislumbrar tudo isso?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

UM FILME PARA UM ATOR



Um filme as vezes depende dos atores... e os atores só vão corresponder as expectativas se o diretor souber transmitir o que exatamente deseja. Filosofia anti-Hitchcock que achava ator "gado" e revulocionou a linguagem cinematográfica responsabilizando a câmera pelo produto final.
Em QUEBRA DE CONFIANÇA podemos ver o modelo de um filme que sem ator nada haverá... e com todo respeito a Laura Linney que faz seu papel de durona com cara de menina, o mestre da película é Chris Cooper.

O roteiro cronologicamente impecável não tem o que inventar... ainda mais que sabemos nitidamente o fim da história. Todo o foco se volta para a um homem que vai vendo sua máscara caindo e num ato desesperador final de se auto afirmar perante sua vida inteira estar escorrendo pelo ralo. Chris é tão impecavel quanto sua personagem. Uma atuação que ofusca até mesmo o que deveria ter sido o grande triunfo do FBI nos últimos tempos. Se não fosse por ele, com certeza o limbo era o lugar certo do filme. E quando voce ja esta aplaudindo Cooper, ele te oferece uma expressão final tão arrebatadora que tive que voltar a cena varias vezes para registrar na memória para sempre. Aqueles segundos que poucas vezes voce presencia na sétima arte. O filme 5,0 para uma ator 10 ... Uma média que dá ao diretor uma chance de atingir o patamar que Cooper já atingiu.

RIR OU SORRIR



O homem é o unico animal que ri que procura rir que quer rir, e ganha com o outro rindo. E nessa busca de um prazer tão antropológico ás vezes ele erra o alvo.
Muitos amigos procuram na animação esse riso, e criticaram AS BICICLETAS DE BELLEVILLE esperando essa alegria que só neurologicamente acredito que possa ser explicado.

Eles não riram com essa pequena obra prima do traço 2d. Mas eu ri. Nada escancarado. acho que foi um sorrir, visto que esse filme franco canadense tem um humor-negro refinadissimo e esticou a piada num espaço tempo originalíssimo. A risada que ele propoe é a do riiculo que nos tornamos , na caricatura de nossos desejos expostos fisicamente pelos personagens. O sorriso é pelas sutilezas de um Cartoon animado ou pela homenagem aos grandes animadores do desenho preto e branco.
E apesar de ser uma comédia, a tragedia esta estampada em toda película. Or rir é rir de si mesmo, é de imaginar como seria um desenho de sua vida, suas aspirações esperanças , limitações e perdas. Meticulosamente desenhado. E aí o riso se transforam em choro, pois o homem é o unico que chora por perceber o belo.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Panfleto Emotivo


Nada como usar dramas familiares, historia e panfletagem esquerdista como ingredientes para comover meio-mundo e os caras do Cannes 2006. Ventos da Liberdade de Ken Loach, conseguiu no meio das vaias provocadas na epoca pelo codigo da Vinci e no injustiçado Maria antonieta, comover o Juri que tremeu na base e elegeu um filme belo porem lugar-comum como o top do ano. A interpretação de Cillian Murphy é uma boa surpresa e centralizadora e a fotografia aliada a uma trilha discreta e quase incidental ão um bom clima ao filme...mas é só...ele instiga e emociona, mas só traz uma discussão importante mas não nova. A de que tdos tem a liberdade de decidir seus problemas internos, mesmo que seja do mesmo jeito que a opressão dos externos. A impressão é que Cannes levou tanta porrada no ano que naum quis se incomodar com a escolha de melhor filme. Volver , Babel e o Prorio Labirinto do Fauno estavam com tudo e os latinos foram desprezados... praticamente descartados pela caretice irlandeza. Politica demais e arte de menos.

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