domingo, 26 de outubro de 2008

O SACRIFICIO ARTÍSTICO


O que um celebrado Wong Kar-wai tem a mostrar para um publico ocidental depois de se tornar cult, e produzir algumas obras primas como "Amor a flor da pele" e "2046" ( que o nome parece ficção cientifica mas não é).?
Seu primeiro filme em ingles UM BEIJO ROUBADO , fazendo uma avaliação superficial é uma apresentação de seu estilo ao publico medio que não o conhecia. O excesso de seu estilo parece pincelar a tela nas cores, no neon saturado, no fetichismo ,na maquiagem dos atores, no close que procura a emoção e no obturador da camera aberto que chama a atenção as vezes desnecessariamente de momentos da trama.Tudo parece uma sequencia de assinaturas do que de melhor deu certo na direção de seus outros filmes.
Essa tentativa desesperada de comandar o filme pode ser intencional...Em alguns aspectos:
Didaticamente, escolheu revisar seu proprio cinema sob seu ponto de vista da comunidade com a qual estaria lidando: Exteriorizando na propria obra a lição de que nem a arte sobrevive aos excessos e banalizar os recursos visuais enfraquecem o conteudo e a essencia humana.
por outro lado ele queira com isso estar a frente do projeto acima do que se vê para dar sentido a escolha de seu nome e com isso salvar NORAH JONES do peso de protagonizar pela primeira vez uma personagem no cinema (ela que vem de outra linha artistica) com tantos coadjuvantes de peso. Até a cena (profetizada de forma infeliz pelo titulo em portugues) do beijo é mais importante que todo o conjunto, feita para tornar-se antológica.
Se foi isso, esse sacrificio de sua arte é nobre,e ele mesmo livre do peso de sua estreia estaria pronto para livrar-se da suas proprias assinaturas para ousar agora como cineasta.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O DESCONHECIDO EM NÓS


O que nos faz procurar algo em nós que nem mesmo sabemos do que se trata? O caos? A furia da natureza? O desconforto do terrorismo? Ou simplesmente o desconhecido fora de nós.
Do que precisamos para percebermos esse desconhecido em nós?
A ilusão da certeza é a linha central da obra O NEVOEIRO idealizada por Stephen King e forotgrafada por DARABONT. E tudo começa com a incerteza, mas grupos isolados em um supermercado poem a prova tudo o que sabe sobre a vida, para enfrentar o sobrenatural atras de um nevoeiro metáfora. Claro que somos envolvidos pelo roteiro em se identificar com um pai de família que leva até as ultimas consequencias na proteção de sua prole, que segundo parâmetros morais das pessoas presas jutas, ele parece na escala de valores o menos pior ( o que acaba no microcosmos sendo o melhor e é por ele que torcemos.) Porem ao ignorar e excluir a mulher que é a primeira ao sair do supermercado atras dos filhos estamos tambem no time dos que se escondem que se dividem entre os covardes os céticos os fnáticos os culpados ou desesperançosos.
E se por algum momento julgamos, fazemos coro ao protagonista do filme por uma mera acomodação que um cinema de terror nos impõe de escolher um vencedor ou alguem que empunhe a bandeira no final feliz.
Mas nada disso acontece no filme, mostrando apenas que os certos não estão entre nos... que desenvolver uma ética sobre o menos errado é apenas prorrogar o erro. E que somos todos guiados a comportamentos regidos pela cultura social e quando a indiferença da natureza o ataca, voce toma finalmente suas verdadeiras decisões perante a vida, sem dar conta se esta certo ou errado.
No final, todos pecam, e sempre há um preço a pagar pelo que voce entende da vida, as vezes com a propria vida ou daqueles que voce ama.
Do que precisamos para percebermos esse desconhecido em nós? Do cinema.

domingo, 19 de outubro de 2008

OLHOS DE "VER"

Ainda estou sob o efeito das emoções despejadas por BLINDNESS,por isso peço desculpas se meu humilde comentario sobre essa obra ( não o filme mas o que SARAMAGO e MEIRELLES fizeram em minha alma) não tenha a cor exata do que quero expor.
A quase um ano venho vendo o filme em minha mente, quase que montando como se eu mesmo o fizesse, como um periodico exame pré natal d. Li o livro, acompanhei cada notícia e me permiti conhecer segredos antecipados da adaptação pelo Blog que Meirelles deixou, o mesmo que me inspirou a fazer este que voce esta lendo.
Essa maratona me rendeu emoções que nenhuma outra obra intelectual me causou. EssasMidias conjugadas (CINEMA, LITERATURA E INTERNET) me permitiram"enxergar" muito mais do que eu poderia imaginar. Para isso terei que comentar em partes:

1
Na projeção eu não conseguia ser um tradicional expectador. Algumas falas eu sabia de cor, sequencias me pareceram logicas e já havia imaginado cada ator em suas posições, o que salvava as surpresas eram a montagem e as soluções quanto aos coadjuvantes , que eram para mim naquele momento mais ricos e por isso mais emocionantes as suas aparições.

2
È compreensivel e notorio a pressão da produção,principlmente com um dos materiais de mais riqueza dos ultimos tempos, o filme foi asseptico mesmo nas cenas mais nojentas, quase que com medo de imacular ou sujar a mensagem da obra. A fotografia branca em nenhum momento expunha o sujo contido na alma das personagens.

3
Por vezes me pareceu que a necessidade de mostrar-se visualmente tecnico ( tendencia de publicitário de mostrar uma boa idáeia para cada micro filmagem) desprendeu o filme da unidade dramática que funciona no livro. O que me fez pensar que certas coisas que são de uma arte, não há necessidade de ser transportada para a tela. Frases funcionam por si, contextualiza-las acabam apenas decupoando sob o ponto de vista do diretor deixando todos "cegos" pela imagem imposta.

4. A sensibilidade de Meirelles esta na forma como ele capta a atuação do personagem. A camera opta por sempre gravar a emoção ou o que sobra dela e isso parece ele ter sido desafiado por SARAMAGO em procurar "aquilo que não tem nome que é o que somos"

5. E finalmente podemos ver que a escola cultural dos mortos-vivos de ROMERO tem sua ressonancia numa metáfora humana, que o toque realista da camera na mão de MEIRELLES que nos chama atenção que o pior cego é aquele que não quer enxergar a propria cegueira

Sai do filme como alguem que sai de uma maternidade de um filho que não é seu,mas que torceu para que tivesse saude por todo empenho e emoções que ele causou na sua concepção. Agora ele é do mundo. Que seja visto. Por TODOS QUE TENHAM OLHOS DE 'VER'

domingo, 5 de outubro de 2008

PRENDA-ME SE PUDERES

Há definitivamente algo absurdo quando um individuo chega a um momento onde todos os recursos estão a suas mãos para se fazer o que desejar. SPEED RACER é o cúmulo desse recurso. Com a definição apocaliptica de MATRIX os irmãos Wachowski eram semi-deuses e poderiam fazer o que quisessem.Pois então resolveram brincar com esse poder e contar uma comédia familia de um desenho da decada de 60, mas sem entregar ao estudio a espectativa visual que seus outros filmes carregavam.
O exagero visual é quase desprezivel, intencionalmente, cujo ritmo da montagem tinha de ter um fundamento dramatico. Nada é ao acaso ou contado melindrosamente. O dom natural da corrida herdado pela familia poderia muito bem se encaixar com qualquer profissão...inclusive a de cienasta.
As corporações compram o resultado , levam os talentos e continuam enganando plateia no mundo todo...mas a esperança de que alguem rompa com a roda viva desses manipuladores é tão emocionante nessa fábula lisérgica que é impossivel não torcer mesmo sabendo que ele ira conseguir.
Será que não é isso mesmo...sabemos que chegaremos lá e tambem sabemos que se não houver essa torcida familiar não ha sentido na conquista? Nos unimos pelo reconhecimento da habilidade de um de nós?
Prenda os Wachowski se for capaz...go Andy...go larry



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