segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O OUTRO ACONTECIMENTO

Quando Shiamalan fez A VILA, começava uma leve retaliação e alguns de seus fãs ( incondicionais) foram abandonando a ideia de que ele seria um diretor tão unanime quanto foi Kubrick... DAMA NA AGUA jogou um balde de agua fria nos espectadores pseudo intelectuais que so conseguiram enxergar prepotencia em uma simples estoria de ninar...Agora finalmente a sua missão de exorcisar o cultualismo desde O SEXTO SENTIDO esta definitivamente prescrito nesse FIM DOS TEMPOS. A frase é ame-me ou deixe-me...decifre-me ou devoro-te. A impressão que SHYAMALAN quer dar é que ou ele é um visionário, daqueles que querem ser reconhecidos só depois de morto ou é um perfeito idiota. Mas talvez não seja nem um e nem outro. Shiamalan é um contador de histórias com um bom senso de imagens. Esta talvez nos reensinando a dar creditos a um mundo fantastico, em sacrificio de um "bom gosto" padronizado. Nos quer lembrar que cinema é um mundo proprio e não uma procura de reconhecimento de si numa realidade documentada e recriada na tela.
A camera na mão é quase uma dolly. Participamos de uma cena contada pela mãe ao telefone sem ver o que acontece mas presumimos, um personagem de filme que é um possivel namorado assediador tambem não esta ali. Uma mãe perdida em outra cidade...tambem não está ali. Ele passa quase 15 minutos explicando que nem sempre precisamos ver o que se acontece para se aterrorizar... o anti- cinema as vezes é mais eficiente. e quando se vê deve ser praticamente um "acontecimento".
Os filmes B da decada de oitenta nos ensinavam isso, e Shyamalan quer resgatar essa inocencia...rever filmes pelo que se conta e não pelo que se vê. Tornar-se puro e enxergar o simples...ver o sintoma do que é ruim no comportamento e não na feitura. Ser feliz com a falsa realidade e ver que as coisas podem ser falsa no que se ve e no que se diz pode ser o caminho para a comunidade finalmente se veja, se encontre.
O terror da falta de dominioi nos une...esse seria o mais puro dos ACONTECIMENTOS.
NAda tão corajoso quanto o de se entregar ao linchamento

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ACONTECIMENTO


LAVOURA ARCAICA tem sido considerado para muitos o marco zero do "novo" novamente retomado e ressucitado cinema nacional. Esse título é no minimo medíocre para um filme que esta estruturado em acontecer e não estabelecer. A obra não apenas espalha as sementes profanas da obra de Raduan Nassar como é um momento unico na sétima arte em ver nas 3 horas de projeção o teatro a literatura e o cinema degladiar na tela, para um abraço triunfal nos minutos finais da projeção. A cada grito exagerado por entre salivas e verborragia, um leve desconforto critico é agraciado com uma fotografia ocre extasiante. A cada primeirissimo plano superestimado da camera um texto que nos conforta e jubila e num silencio escuro e deprimente um olhar ou uma lagrima em que o ator faz lavar nossa alma. Tres das artes mais honrosas vão se interagindo em uma sede incontrolável pelo prazer...lutando contra nossa ditadura de convenções , num caminho ao encaixe...onde a cópula se realiza em um dialogo magistral entre os choques de geração....quase como uma justificativa da obra existir.
LUIS FERNANDO CARVALHO arremessa arte em cada frame...desesperadamente como suas personagens...que sabe que sua volta causara tragédia, como o sagrado reage ao profano , como a paz reage a espada
LAVOURA quer extase... nossa alma clama pela liberdade criativa...mas quer tambem estar junto a seu povo, no prazer irracional de se entregar aos desejos de beleza.
Ou como diz o texto : desunir para unir....e não necessariamente recomeçar.

domingo, 2 de novembro de 2008

COMEDIA DE ERROS


Sidney Lumet é um daqueles diretores que se deixa esquecer de taum poucos filmes que faz
mas é incrivel como quando aparece , simboliza a epoca que esta vivendo. Isso acontece com ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCE ESTA MORTO.
A degradação da familia atravez de tomadas de atitudes equivocadas... o sonho de uma felicidade continua patrocinada... o fracasso ecoando na pressão do macho americano ..tudo evidencia a preocupação de Lumet em declarar a armadilha que o homem moderno tem-se colocado e de como as gerações passadas criaram monstros alucinados por dinheiro.
Dois irmãos só poderiam ser tão diferentes pelo fato de terem sido jogados a propria sorte... e no momento em que se encontram sem proventos unem-se para vingar-se dos pais que lhe entregaram uma vida de fracassos frequentes...
Talvez seja essa analise bastarda da humanidade contra seus proprios valores... a ruina na propria casa é o descaso quanto aos seus... um retorno as tragedias gregas, com pintura moderna que seria comica e ridicula se não tivesse falando de nossos proprios filhos

https://www.paypal.com/br/cgi-bin/webscr?SESSION=w8CUwMwYB1IIOH%2dO6WgiIXPNEe%2dnyusZYrbcNceqMe6NLlfTWyVLkhnkhUu&dispatch=5885d80a13c0db...