domingo, 21 de dezembro de 2008

DEJA VU A FORCEPS (Funny Games 97-07)

Até hoje o filme violencia gratuita era um da minha lista dos intocáveis. (leia-se impedido por minha proprias regras de comentar). Pela aurea de sagrado que ele me perseguia... ele é um dos divisores de agua na minha carreira de cinéfilo, e seria completamente um sacrilégio tecer qualquer nota infame a esse classico do Michael Haneke. O diretor que surpreende em tudo que dirige ( Codigo desconhecido - Cache) achou que estava esteriotipado por seu publico fiel em ter sempre que impressiona-lo. Pois conseguiu de novo. As avessas. Refilmou quadro a quadro(meticulosamente identico) sua grande obra. O que tem de diferença é a passagem obvia de 10 anos entre o primeiro e o ultimo filme (caracterizada na tecnologia do figurino) e os atores e lingua ( entre eles a inserção de rostos conhecidos como Tim Roth e Nomi Watts e Michael Pitt ) .
Pergunta-se : Por que Haneke tomou essa iniciativa? Por que eu tomei a iniciativa da critica? As duas respostas se confundirão com certeza.

Haneke recebe a proposta de levar o tema de funny games para um publico universal canalizando para a america. Pode ser por pura grana...por que não? mas a oportunidade de mandar uma mensagem no contexto da proposta é tambem uma alternativa. Num periodo em que os filmes americanos conseguiram absorver seu filme cache e Batman Cavaleiro das trevas vem com a ideia de que o mal não tem regras , por que não lembrar que a 10 anos surgia na tela o "personagem" PAUL que interagia com o publico como se tivesse mais intimidade com o lado de fora das telas e ignora completamente os sentimentos dos "personagens" da familia que ele faz de vitimas. O filme é um tema ... um debate... com o publico... tentando acorda-lo de que a violencia esta nos olhos de quem tem o controle ( no diretor e no expectador).
Passar essa ideia da Europa para a america talvez é um recado de que o filme não mudou e sim o mundo... que recebe a violencia "melhor" 10 anos depois da ideia. Ou até pior.. ja que o filme não passou mesmo de uma brincadeira nos cinemas... encarado como tal pelos proprios americanos.
A minha iniciativa deixou de ser um sacrilégio devido a interpretação sofrivel e constrangedora de Michael Pitt comparada a Arno Fritsch do primeiro filme... npo qual fui obrigado a colocar a foto da mesma cena da primeira iteração personagem publico e começa ali a gritante diferença entre os dois atores. Pitt (foto esq) não tem um décimo da ironia sádica de Fritch (foto dir).
A força do filme caiu... naõ... mas talvez um dialogo explica bem o que aconteceucom a pelicula , quando Paul declara que com tacos de qualidade de George tinha já esta entrando no jogo ganho.
Mas a esposa de george ( e Haneke) declara : "O taco não faz o Jogador"
É...
Nem o filme faz o ator

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

RECIFE DE SI MESMO


Outro Lynch , sobre Lynch... Poderia ser esse o simples comentario a se fazer de IMPERIO DOS SONHOS, mas tudo nos leva a pensar que o diretor fez uma antologia revisitada por um espectador personagem que faz uma homenagem ao que ele pode citar de melhor de si proprio. O que dizer de si mesmo e sobre seus filmes a não ser por um filme. O que no final passa na cabeça de alguem? e como filmar a avalanche de conexoes da mente quando se é exposto imagens e sons, sugeridos e provocados? IMPERIO é a vontade de... em video...sem macular a arte é um registro vulgar em cinema digital o que antes foi planejado quadro a quadro e agora é apenas ideias conectadas a todas as intensoes de usar a imagem como linguagem desprovidas de amarras.
Lynch é um homem que deseja apenas contemplar a si... dialogar com o espectador e transforma-lo inclusive em personagem...explicando em metaforas criadas e inventadas por ele mesmo. Sem narrativa.
Estão la cada um de seus leitmotiv: O suspense pelo suspense fazendo-nos andar em circulos com a personagem. A corrupção das personagens para sua existencia. Os roteiros pedindo para serem refilmados. As frases e as ações discutindo sua edição no proprio filme.O cinema é um personagem vivo que vive por si só e todos os melhores momentos o revisitam e querem nova chance de existir.
Curiosamente IMPERIO é o filme mais fácil de entender , por nada ter a entender... Como fotos de um album que pedem para serem revisitadas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A VIDA DOS OUTROS



Usei o maravilhoso título do filme alemão que ganhou o oscar de melhor filme estrangeiro, por que deve-se homenagear essas raras excessões em que um título cabe perfeitamente com o que vemos na tela( Há de se conver que quem coloca titulos de filmes no Brasil é um anti-genio).

O filme poderia passar apenas como panfleto que denuncia a vida sofrida dos artistas na alemanha oriental, no fim da guerra fria, calcada na necessidade de opressão e pessoas que viveran a vida apostando nesse tipo de sistema e fizeram sua vida para ser um competente observador da vida dos outros. Muitas vezes o filme fica nessa premissa... mas os detalhes humanos desse vouyerismo pol´tico em espionar a casa de alguem são o que enriquecem a trama...mais que a transformação do carrasco investigador em anti-heroi.

Tirando os coadjuvantes obvios, a fita é melhor concentrada no fetichismo de interferir na vida de quem se vigia. Uma leve referencia é claro a interatividade proporcionada pelos veiculos de comunicação que por um voto de telefone "voce decide" os acontecimentos de tal personagem.

Com prudencia e inteligencia , o capitão Gerd (O fantastico Ulrich Muehe, de Violência Gratuita) age como um Deus em sua cupula e tenta favorecer seus vigiados em troca do despertar humanista que o casal lhe proporcionou...mas acaba descobrindo que não se age mo livre arbítrio de um ser humano.. e por mais que voce coloque em seu caminho sinais e atitudes, impoe direções mesmo que seja para seu bem, não há como prever as reais motivações e o limite de tolerancia da alma humana.

Uma linda metáfora ,mal interpretada pelo grande público, vista mais como um drama inserido em um contexto histórico, mas que denuncia muito mais o mundo capitalista em sua tentativa de coação pelo fetiche do que o socialista pelo interrogatório.

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