sábado, 16 de outubro de 2010

SOB SEUS PÉS (Análise: A Prova de Morte)


Pés. Diálogos. A mulher superpoderosa. Vingança.Tudo isso é TARANTINO, em seu mais do mesmo. Porem em A PROVA DE MORTE, lançado no Brasil com desnecessários 3 anos de diferença e 17 minutos a mais, é mais forte e decisivo do que nunca, inclusive é uma confissão das origens do cineasta.
Cineasta sim...mais que diretor, um profundo conhecedor enciclopédico de cinema de todos os tempos e prova sob esse filme que tem o dominio completo da sétima arte, sem desmistificar seu estilo.
O resgate de atores com moral baixa ( KURT RUSSSEL dessa vez) é sempre uma tônica...que apesar de obediente mostra-se pouco incisivo ( mas Tarantino tinha uma cena para ele: um dialogo que culmina uma dança erótica) Climax-temática e tensa sob aspectos de pureza ao estilo Grindhouse proposto, uma impressionante mudança de plot inesperada, sob uma direção com rédeas curtas .
Outra surpresa é a intenção: Dois periodos expostos. O primeiro setentista onde o cinema oprimia a mulher como instrumento sexual, banal e até merecedora das mortes a serem propostas.
A segunda parte, retratando o hoje...a mulher que provocada, vinga-se sem escrúpulos. Naõ tem a mesma inocencia e postura indefesa.
E diversão pura, claro, fetiche e inovação sob rodas...trazer a midia atual o trabalho monumental de dublês de uma epoca que faziam manobras sem a trucagem digital, no qual seus trabalhos eram risco de morte é uma proeza e um custo que só Tarantino tem cacife e coragem hoje em dia para resgatar...todas autenticas , incríveis..e mais modernas.
Apesar de dialogos extensos pela proposta retalhada, nada como uma duble excepcional atriz, e um Tarantino sob dominio da diversão cinéfila para fazer de A PROVA DE MORTE um filme história que nem das presenças incovenientes de Eli Roth e Michael BAy estragam a mais nobríssima e doente intenção de Tarantino.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

AÇÃO ENTRE AMIGOS ( Analise de O Imaginário Mundo de Dr Parnassus)


Pouca coisa do Terry Gilian, não é Terry Gillian. Até mesmo seu sucesso mais comercial "Os Dozes MAcacos" inspirava seu imaginário para Gadjets e mundos inexistentes. Faltava-lhe um no qual ele pudesse criar sua "FAntastica FAbrica de Chocolate" , perante tudo que a computação gráfica pode oferecer. Em "O IMAGINÁRIO MUNDO DE DR PARNASSUS" Gillian estava para fazer talvez sua obra prima e trazer ao publico moderno praticamente um remake anabolizado de "As Sete Faces do Dr LAu" onde moral e efeitos especiais se uniam numa fábula contrastando moderno e antigo.

Sob essa mistura... Inumeros icones de confronto de gerações se estabelecem, a função do entretenimento é debatida e as verdadeiras faces do altruismo regadas a um humor Ingles , dão o calderão de um filme urgente.

Porem , a infelicidade de um dos atores fundamentais da trama , Heath Ledger, ter falecido provocou uma ferida em toda a estrutura do filme do qual insistiu em existir por conta dos amigos do falecido: Johnny Deep, Colin Farwell e Jude Law.Todos esses fazendo outras facetas do multiplo personagem de Ledger.

Ao final da fita, percebe-se as ataduras que tiveram que ligar a trama...mas apesar do possivel desastre a proposta do filme, que é multi referencial a dramaturgia e as grandes tragicomédias, revelou um trabalho no qual deveria ser visto, com uma mensagem muito maior e mais ampla, tal qual é a de seu outro filme: As aventuras de BArão de Mintchausen.

Há um grito de socorro em Gillian , a algum tempo.E nunca um filme foi tão explicito quanto a isso: "Se eu parar de contar histórias , o mundo se acaba". E a emocionante constatação da complascencia com a morte de Ledger, quando citam James Dean e Marilin Monroe...se referindo aos que "a morte cedo te imortaliza jovem"

Impossível não deixar de mencionar Tom Waits , no qual rouba todas as cenas com seu Diabo imperfeito e extremamente carismático.

Por cima das multiplas lições que Gillian nos traz, a melhor é a que o proprio recebeu... Há inumeras formas de se conceber uma obra, mas as vezes é melhor deixar que o destino a conceba.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

PADECER NO PARAÍSO (Análise : Mother)


MOTHER é um filme sobre obsessão como muitos e como poucos. Sai da premissa de que o amor de mãe pode passar as fronteiras da moralidade, a ponto de atitudes terriveis, e discute que tal sentimento é tão desprovido de razão quanto uma pessoa que nasce sem tais faculdades.

Já no primeiro plano, o diretor Bong John-ho, nos adverte que o filme tratará de comportamento, levemente bizarro e que seria bom esperar tudo e de todos, brincando com a possibilidade perante a anormalidade.

Varios dialogos tambem nos remetem de que "morais pre-estabelecidas perderão sempre para o improviso" e que ainda a tua aparencia faz link com sua moral, pelo menos para as pessoas.

E de surpresa em surpresa, uma sexagenaria sul coreana torna-se uma das mais improváveis detetives dos ultimos tempos. Pela ocasião. E isso faz com que o trabalho de John-ho ( que filma sem malabarismos mas com precisão cirurgica) tenha maior ressonancia com LEMBRANÇAS DE UM ASSASSINO do que O HOSPEDEIRO , dois outros grandes trabalhos.

Sobre tudo, por mais que se trate de mais uma história que apela pro sexo e a violencia, tema este que garante o espetáculo da imaginação. O filme é menos exagerado e até solene. Adequando o olhar de respeito e conivencia as atitudes de uma mãe que mistura durante toda a projeção, proteção e culpa.

O roteiro é tão fechado que quase funciona como uma orquestra, e o movimento tem um ritmo suave e firme... como um conselho ...E apesar de se estabelecer sob uma cultura oriental... tudo é intimo e familiar.

Sob o olhar certo, o final pode ser pessimista e arrebatador, mas sobretudo o mais realista e coerente no que diz respeito ao que a vida reserva para as mulheres que a seguem , sob a unica certeza que lhes apavora e afaga: sua natureza progenitora.

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