domingo, 27 de abril de 2014

Orgasmos Múltiplos e Perenes (Análise sobre Ninfomaníaca 1 e 2)




Não é de hoje que o sexo é estudado ,livres das amarras morais, cientificamente...mas ainda é um oceano psíquico. Quando um cineasta deseja colocar seus pensamentos sobre o sexo, num filme de extremos (Ninphomaniaca 1 e 2 de Lars Von Trier), é claro que todas as expectativas naturais de polemica  ja levaria uma multidão de Voyers (o Cinema é a permissão do fetiche). Mas como é muito obvio, vindo de quem trabalha o cinema do desconforto, o que invade são muito sentimentos esquisitos ao sair dos dois filmes.
Alguns dirão que não é Pornografia...mas é. A mais pura. Tão crua quanto o pecado original. Só que sem gozo, sem se quer sexo mesmo e sim corpos se mexendo desesperadamente pra ocupar vazios existenciais, e um poço sem fundo de desejos.
Gozar a qualquer preço, a busca do gozo utópico,o prazer extendido ao infinito.Toda essa euforia da sociedade moderna é mostrada didaticamente sobre uma metáfora que só incomoda pela supervalorização natural de nossa própria genitália.
A forma utilizada é quase um divâ, onde  procuramos intensamente em nos identificar em algum lugar entre a doente por sexo ou o assexuado, que soltam informações estaticas impressionantes e fábulas sexuais, contadas com um distanciamento de microscópio.
Ao estilo de mil e uma noites ,você torce pra que a próxima historia resulte num desfecho da anterior. Mas não... cada passo e experiencia sexual contada na vida de Joe, é tentar fechar um buraco com um outro maior.
A poesia é notória durante todo processo, em muitas situações comovente e a tentativa de retratar profunda naturalidade dos acontecimentos chega a incomodar.
E como é do feitio do Trier,ele coloca seus personagens num limite temático,estabelecendo um outro lugar pra moral, trazendo a redenção de seu herói as avessas. Fazendo o expectador cair no próprio paradoxo de suas convicções mais profundas. (não será apenas uma vez que você verá algo de censura 20 anos, que se mergulhado nos motivos, achará a atitude viável e lógica)
Ame ou odeie Trier, ele faz o cinema ser interessante desde a concepção dos cartazes ( prologo essencial pra obra) e urgentemente moderno nas concepções de suas, e tão suas ideias, que acabam montando aos poucos um mapa moral através do cinema.
A cada encontro com essa verdade, um orgasmo...múltiplo e perene.  Quem não vê isso é que precisa rever seus buracos.

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