HANEKE tem cadeira cativa no Olimpo da cinefilia. Funny Games, Código Desconhecido e Cache é curriculo suficiente para uma eternidade de discussões filosóficas através do cinema. Vencer Cannes onde estiveram Anticristo,Bastardos Inglórios e Abraços Partidos , não é pouco. Para vencer com um nariz de diferença, foi colocar a disposição toda sua bagagem de psicologia e estudo sobre as perverções humanas e colocar a disposição de uma discussão cercada de tabus: O que fizeram com as crianças na Alemanha que viriam a se tornar a "encarnação" do mal na segunda guerra.
O filme , o que é de se esperar não coloca um fim , e nem começo ao tema... utiliza-se da fábula do microcosmos de uma aldeia no interior da alemanha pré-primeira-guerra para postar a seu modo, uma sinopse de como a autoridade estabelecida manejava a infancia a sombra de séries de acontecimentos violentos.
Sempre rondando evidências e nunca partindo para as análises da prova de fato, as crianças , setores da sociedades passam de suspeitos a vítimas em minutos durante a película, narrada em off, por um professor que , mesmo testemunha ocular dos fatos, o mais distante ( signo perfeito para as teorias da omissão dos pedagogos para com o desenvolvimento das perversões)
Tudo isso sob um contexto em impressionate tela preto e branco, representações infantes de cair o queixo, diálogos inesquecíveis e sobretudo, um respeito aos valores da época ,mesmo quando se trata de hipocrisia,humilhações e violencia fisica e emocional sob o pretexto da disciplina.
Talvez o filme mais violento de HANEKE mesmo que a violência esteja ali , a portas fechadas, sob a obscura educação de teorizar os fatos pelas circunstancias, e que a verdade nunca exposta, não cria culpados, e onde não há culpados ...faz com que todos sejam.Rega-se assim a flor das necessidades modernas, pro mal e para o bem.
