sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CINEASTA MALDITO


Tarantino é doente...fato... mas é um doente pop.
Lynch é doente...outro fato...mas um doente gênial.
LARS VON TRIER é doente... aparentemente... o que é mais perigoso...pois ele pode ter razão em tudo que expressa... e se isso for verdade tudo que compreendemos por moral e ética é a mais descabida palhaçada.
Trier estava deprimido quando terminou uma comédia (excelente)e achou que o cinema era pequeno para suas idéias...até que ele veio a explorar uma veia que ainda não tinha subvertido: O TERROR.
Mas é claro que alguém que dirigiu OS IDIOTAS, DANÇANDO NO ESCURO e DOGVILLE , não poderia criar um terror comum, visto que os seus outrosa filmes já eram de terror e ninguém havia entendido.
Foi ai que nasceu a aberração ANTI-CRISTO no qual mais uma deturpação social é convertida por Trier (inspirada de forma subliminar na obra de Nietsche) , a partir de um filme de apenas dois personagens , Willen Dafoe e Charlotte Gainsbourg (premiada de forma justa em Cannes como melhor atriz) , uma fotografia antológica e uma experiência difícil de esquecer comungam em nossos olhos.
Trier precisa estar na contramão da historia, onde a psicanálise e a ciecia racional luta contra o a barbárie da natureza e a mulher acaba sendo a condutora do processo de imperação do caos , sem precisar de motivo, no viés de tudo que é politicamente correto.
Alguns amigos meus vão me espancar, mas há uma certa ressonancia deste trabalho ao espancado FIM DOS TEMPOS do SHIAMALAN, quando se quer anunciar a "natureza" como alg do qual devamos temer, ou que o "terror" humano atribui-se a o que se entende por natureza.
Mas ao mesmo tempo, Lars é um anjo, meio gabriel meio exterminador, que traz via cinema que explora lados humanos inacessíveis e invioláveis... que por conseqüência torna-se o mais desgraçado dos cinastas.
Ou seria alguém que apenas quer contribuir para a análise... pois a historia humana não pode ser simplesmente esquecida e tratada com desdém. Os valores de nossos ancestrais são como os nossos para o nossos descendendes: retrógados , violentos , nauseantes e completamente absurdos.
O cinema de Lars é o que se tem de mais visionário: o sentimento de repulsa que nossos netos sentirão por nossos valores mais caros.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"I'M SPOCK AGAIN"


STAR TREK é maior frankia da historia do entretenimento que para nós brasileiros chama-se Jornada nas Estrelas. Em 1926 , foi criado o termo Ficção-científica... mas foi nessa série protagonizada por um mocinho charlatão, ao comando de uma nave rumo ao espaço sideral,"onde o homem jamais esteve" assessorado por um ET de orelhas pontudas, sob uma estrutura de filme análoga aos filmes de piratas , ou de descobrimento, que o gênero se estabeleceu na cultura de entretenimento. Mas é claro que não ha fórmula que resista ao tempo...a não ser que se encontre as mãos certas para revigorá-las.
O dono dessas mãos chama-se JJ ABRAHMS, que ao estabelecer em LOST um novo conceito de narração, no qual o tempo e a continuidade são apenas instrumentos e não uma prisão dentro da ídeia,vem se tornando o principal nome da ficção (cientifica ou não) dos ultimos tempos.
A terceira releitura feita por ABRAHMS , nesse inteiramente novo STAR TREK , conta com a juventude dos protagonistas e com a jogada de se estabelecer um mundo paralelo para a história, incitando outros rumos (mais dinamicos e menos filosóficos) para a série. Nesse, em ocasião, alem de mostrar o encontro dos tripulantes na INTERPRISE, ele foca no personagem simbolo : SPOCK, levado com perfeição pelo ator Zachary Quinto que inicia a partir desse filme seu estrelato.
O elo de ligação entre as séries fica encargo do ator LEONARD NIMOY (que faz provavelente pela ultima vez seu personagem-encosto e que curiosamente chegou a escrever um livro chamado "I'm not SPOCK").
O vilão encarnado por ERIC BANA, só serve de plano de fundo para que os dois reais rivais: KIRK e SPOCK tenham um objetivo comum,o que acaba sendo o plot que mais se aproxima da série setentista.
Como era de se esperar, o ser humano (ou sua metade humana)SPOCK é o foco, desde a infancia, que faz-nos entender que o que interessa nessa década é o garimpo de uma humanidade perdida ao meio dos discursos tecno-econômicos.
Mas o novo filme veio tambem trazer um aspecto de união de interesses, longe da dualidade arte-ciencia, de outros anos,tratando com naturalidade espantosa temas como viagens no tempo, como que incorporando a grande lição de CLARKE: “Uma pessoa que conheça tudo sobre as comédias de Aristófanes e nada sobre a Segunda Lei da Termodinâmica é tão inculta como aquela que dominou a teoria quântica, mas pensa que Van Gogh pintou a Capela Sistina.”
Encontrar a crise de identidade nos herois de nossos pais é de certa maneira a revelação dá gênese de nossa cultura. Mesmo que em forma de prólogo. Mesmo que paralelamente a história... como alguem que enxerga os fatos de trás para frente.
Ou alguem que simplesmente analisa clinicamente uma década e tenta transmutar valores para uma nova geração de fãs...mas sem ilusão... pois uma quarta releitura possivelmente será uma pá de cal nas orelhas pontudas deu um certo Vulcano.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O MAL NECESSÁRIO


A ficção vem perdendo espaço de tempos em tempos para o realismo semi-documental de algumas produções... Essa foi uma década que se preocupou em ver os fatos,sem julgamentos ou tendencias (tipicas dos jornalistas) e nem sempre a visão de alguem... somente o acontecimento falando por si.
Esse contra romantismo tem ecos na sociedade, que tem tanto acesso para a realidade do ourto escancarada quase que pornograficamente pela internet, que vem a calhar um filtro intelectual de alguem a chamar tua atenção nesse mar de informações.
Quase todos os muros haviam sido derrubados... e até então um lugar era convenientemente trancado a 7 chaves de todos nós: A ESCOLA.
O diretor LAURENT CANTET (do excelente A AGENDA) se impressionou com a verdade nua e crua da educação francesa nos colégios publicos ( que não diferem em nada aos colegios particulares do Brasil) e sem a maquiagem otimista dos filmes americanos de superação da profissão (Ao mestre com carinho, e outros) e colocou em seu ENTRE OS MUROS DA ESCOLA , uma forma incrivelmente verossímel com atores amadores o duelo entre alunos e professor.
O desenrolar da ação que só acontece na sala de aula como um filme de julgamento, tem a crueldade da ironia assim como o suspense e stress de situações de estimulo e controle e todo o jogo de cintura de um profissional que tem que se dividir entre um academico ditador e um humano que se expoe perante jovens que declaradamente não querem estar ali e expõe (as vezes com razão) a pena que é ser obrigado a conviver com diferenças, contrapondo o sistema que os engole por todos os motivos excludentes que conhecemos.
Tão frio quanto a realidade... mostra o quão é efêmero o resultado do processo educacional, em que seres humanos são expostos a uma humilhação contida e por vezes desnecessária... mas mesmo assim , impossivel de analisar uma solução sem a conveniente estrutura de encarceiramento e confinamento (intelectual e físico) de nossas crianças.
O filme é um espião dentro da verdadeira conduta no dia a dia educacional...que por vezes chega a aterrorizar:
Dialogos vivos e honestos... tristes como a guerra... nem redentor e com um unico final feliz: o de que o ano letivo não é eterno.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CONTA GOTAS HUMANO


O cinema argentino tem uma peculiaridade ácida que mesmo parindo de uma esfera latino-européia esta enraigado sobre sua proprio estilo.O tango, patrimônio cultural daquele país tem muito a ver com isso...Ele ganha aureas internacionais e tudo que acaba por existir na arte visual fabricados por hermanos mais modernos, acabam tendo traços de violência e paixão que tanto deram certo para a nobre´música.
LEONERA, apesar de estritamente urbano-moderno-universal é regionalista quando se trata de uma estrutura passional.O filme acerta em editar no estilo esconde muito mostra pouco, para desenlaçar os nós do que está acontecendo... visto que a própria personagem demora para entender do crime que cometera...
Mas Julia , a mãe que acaba tendo um filho na cadeis, possui uma história de pouca identificação na vida e a prisão se torna aos poucos um ambiente protegido para si...mas e para seu filho?
Esses dilemas que são telegrafados na metade do filme ,pediam para uma evolução da direção quanto a evolução da personagem, mas no fim a dança foram os mesmos passos do começo ao fim...e a protagonista ( na ótima atuação de Martina Gusman ) anos luz na frente.
Um filme franco...mas carregado de uma violencia insípida,tratando a propria sujeira num mundo onde os seres humanos são condenados por e para seus atos, como elemento de repulsa... como cenas tiradas de um inconsciente coletivo... e que humanidade é nos exposta a conta-gotas

domingo, 8 de novembro de 2009

ÉPOCAS QUE SE CONVERSAM


MICHAEL MANN encontrou seu caminho...seu destino e motivo para estar no cinema... e essa revelação está exposta nos últimos 3 filmes na crescente ordem de apuro técnico e decupagem.
Enquanto em Colateral ele administrava os atores,e Miami Vice o apuro técnico do video digital... a síntese está em INIMIGOS PÚBLICOS. Johnny Deep encarna o perfeito romantico-realista que Mann precisava... pois era dessa forma que ele queria editar esse filme noir, que praticamente nos transporta para os anos 30, quase que clandestinamente para os sentimentos e ações, cujas cenas dão uma textura quase documental, sem apelar para o ritmo frenético nem o excesso de tomadas limpas. Mann prova que a camera digital nos dá mais intimidade e quase que encosta no contexto do que foi uma decada violenta e romântica...No qual a sociedade era despreparada e ingênua para genios da pilantragem.
Deep tem um método no qual ele acaba apelando para referências... mas que fique apenas com ele por que com seu Dillinger ele estabelece um novo patamar para interpretação de bandidos classicos.
O roteiro nada tem de especial, mas não há necessidade: a estória tem dois picos da nossa atenção: do lado da polícia , o amadorismo e precariedade perdendo para a ousadia e a fidelidade dos gangsters... e claro o quanto isso vai se dissipando , não pela maturidade dos mocinhos mas porque a tecnologia do roubo se deslocou para os meios de comunicação e não havia mais espaço para os militantes do latrocínio...alás eram melhor que fossem descartados.
Outro pico é a maravilhosa presença de MARION COTILLARD que entre medo e consentimento se entrega para um quase sequestro consentido nos braços do bandido-pop-star.
Os momentos mais tocantes partem de silencios e olhares, no qual quase compartilhamos a admiração de Dillinger pela sua popularidade, e o quanto ele procura manter, escolhendo calmamente seus projetos para não parecer um canalha qualquer e sim um espertalhão com princípios.
Subversão adorada pelos americanos de todos os tempos onde Robin Hoods aparecem para ao menos colocar discussão na autoridade estabelecida.
Mann põem um ponto final na discussão tecnica... e de como é possível promover uma comunicação visual moderna num tema clássico, como uma conversa entre as escolas.

sábado, 7 de novembro de 2009

NERD BASTARDO


BASTARDOS INGLÓRIOS é um dilema... literalmente.. para o TARANTINO também e ele sabia disso... por isso levou muito tempo para realiza-lo por que ele próprio precisou de muita coragem e cacife para colocá-lo em pratica...a subversão que ele sugeria era a entrada de um mundo particular: as idéias conspirativas e o monstro-cultura que o cinema é para ele.
TARANTINO é um Nerd de sucesso... que conhece o mundo pelo cinema e resolveu filmar o que ele conhecia da segunda guerra pelo  que o cinema propunha , e não pela busca da verdade.Alias... a verdade aqui pouco importa: o que interessa de verdade é o que QUENTIN tinha em mente e a anos atras teria veiculado que faria um filme de guerra. Aproveitou a curiosidade mórbida de seu público e da necessidade de fixar sua assinatura em um filme de época que pré-requisita a mão de um diretor que tivesse mais que noção enciclopédica, mas técnica apurada em fotografia e figurino. E isso INGLORIOUS BASTERDS (deformação do nome para estilizar sem plagiar)tem de sobra... tanto que escuto ainda o som do couro do uniforme da SS ( que é perto do magnífico).
O que é notório talvez ( e não vejam isso como algo ruim) é que TARANTINO está envelhecendo e quer registrar tudo que passa em sua cachola, sem que os seus fãs esqueçam do porque estão vendo um filme dele. Havia tanto para falar do que se pensava que quase não havia espaço para desenvolver os próprios personagens.Então BASTERDS é uma segunda leitura dele: com a maturidade da cautela, mesmo sob todos os signos conspiratórios.
Prova disso é de que o filme centra-se de um personagem fruto da maior inteligencia HANS LANDA. Que ofusca deliberadamente (ou não) o astro BRAD PITT pelo próprio tarantino. Outra escolha equivocada mas pertinente é o do amigo ELI ROTH que é o único protagonista das maiores bárbaries do filme.(justamente por ele ser o pioneiro americano dos PORN-MOVIES, incitando que das mãos dele você vai ver mais sangue do que talento), e ainda acho que uma obra que se auto-intitula obra-prima é a banalidade da liberdade autoral.
Indiscutível que o que TARANTINO tem para dizer no filme é importante :" O CINEMA é A vingança JUDIA" e que " SEI tambem filmar com fotografia"... e que cenas memoráveis serão repetidas por Nerds militantes para a eternidade... e que a fusão WESTERN-SEGUNDA GUERRA será palco de discussões intermináveis nas aulas dos novos cineastas.
Mas Quentin pode ter cometido o erro de fazer um filme que apague ou ridicularize todos que ele mesmo fez referencia.
A heresia acaba sendo uma constatação: TARANTINO não existiria sem o CINEMA ... mas o o contrário não é exatamente uma verdade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A PARTE É O TODO


O cinema sofre de um dilema no mínimo constrangedor:grandes empresas cinematográficas que se sentem obrigadas em apostar seus impérios em filmes megalomaníacos ou com fãs enraigados mas que tem por ética (econômica também) dedicar alguns dolares em produções que caracterize
a empresa como preocupada em patrocinar em filmes de circuito independente. No meio do caminho: a arte cara de alguns gênios que arrancam uma fortuna
graças ao nome e criam obras de retorno duvidoso, mas essencias na história da sétima arte ( e por que não dizer na história da cultura humana?)
Essa é a segunda resenha que faço sobre SINEDOQUE NY do estreiante (na direção) CHARLIE KAUFMANN, interpretado magistralmente por Philip Seyour Hoffmann.
Isso porque a leitura inicial do filme é extremamente dificil, mediante tamanho exercício de Metalinguagem (nem tanto Lynch)e outros recursos comunicativos pouco comuns e até alguns criados pelo próprio KAUFMANN. MAs foram tantas as reações psico-somáticas que o filme me trouxe que o mais parecido filme que me atingiu de forma análoga foi 1,99 de MARCELO MASAGÂO. Uma mistura de angústia e frenesi...e a sensação de que se o roteiro exposto fosse conduzido por um diretor com mais intimidade com a imagem , teriamos uma obra ímpar e arrebatadora... cultuada e socialmente nociva (acredito que haveria uma euforia coletiva nos cinemas e alguma tragedias aconteceriam) tamanha força dos plots e dos dialogos.
Desde que ganhou o OSCAR no roteiro de BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS ele vinha sendo engolido pela necessidade de provar a ele mesmo uma genialidade atribuida... o que obrigou a dirigir suas angustias e ao mesmo tempo expor a tragédia homem moderno na sua mais fácil e triste escolha: fugir da morte ao invés de viver... controlar todos ao inves de si... colocar-se no lugar do outro ao invés de ser o estranho que aparece no espelho sem dar-se conta de que o tempo foi gasto numa procura de resposta nenhuma...e que tudo isso é feito num ato extremamente egoista onde o que menos importa é a felicidade alheia.
Imagine expor isso com um leve humor negro (ou riso complascente) numa narrativa que usa as vezes um ou outro elemento de fuga da realidade.
KAUFMANN criou um roteiro que humildemente revela que suas obras são maiores que ele. Que genialidade é uma maldição. Que a melhor maneira que ele tinha de mandar para nós a sua mensagem filosofo-hipocondríaca era coloca-la nas mãos de seu próprio controle amador.Para o bem de todos.
E numa espécie de suicídio social tudo o que ele é (e a parte do todo que somos)eterniza-se em 2 horas de filme...cravando uma placa de aviso para nosso ritmo de vida mudar antes que nos tornemos coadjuvantes de nossa própria vida.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

FÔLEGO DE ESPIÂO


Há uma certa nostalgia quando pegamos para assistir filmes de espionagem...parece que nem um seriado do tipo chega a convencer de forma romântica como os da déca de 70 para trás...Talvez por que as bugigangas dos espiões que eram algo exclusivo da profissão sejam vendidos hoje pela internet junto com vassouras e camisas de futebol.
è visivel até que nosvos diretores se sintam frustrados em não poder explorar esse filão com o mesmo charme dos classicos.
Entretanto, há vida inteligente em Hollywood, e o espertalhão Tony Gilroy, que parece ser conhecedor profundo da filosofia coorporativista das grandes empresas, resolve diminuir o drama que usou em CONDUTA DE RISCO e partir para algo mais glamouroso em DUPLICIDADE.
Tanto é um resgate de filmes escapistas, que encabeçou o elenco com JULIA ROBERTS E CLIWE OWEN cuja quimica em CLOSER explodiu nas telas,fazendo bem o estilo dos diretores de evitarem o duvidoso para ministrar seus diálogos.
MAs a dupla PAUL GIAMATTI e TOM WINKINSON nos créditos iniciais espancando-se em camera lenta como homens da caverna em seus ternos impecáveis, com seus jatinhos particulares ao fundo, é uma das cenas iniciais mais impressionates que particularmente vi no cinema.
Claro que é impossivel não se remeter a um sofisticado GUY RITCHIE e a um menos espirituoso STEVE SODERBERGH...mas o roteiro baseado em como sobreviver sob desconfiança perene entre pessoas,tem sua força principalmente mais na narrativa do que propriamente na direção.
Extremamente feliz na ironia, GILROY vem trazer um pouco de fôlego em formulas aparentemente desgastadas, e aos poucos durante a queda das máscaras tecnologicas do mundo moderno, é confortável no final termos a sensação que todos nós ainda queremos as mesmas coisas simples, de nossos antepassados...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pedido de Entrega


Desde sempre, a interatividade com o entretenimento é uma ferramenta sedutora para corromper a nós, "voyers" da sétima arte, ao prazer de inferir no ritmo da vida de pessoas, mesmo que elas sejam personagens. A internet tem feito essa mágica com seus jogos multiplayers e controle de roteiros de novelas, em favor a audiencias populares.
MAs ainda existe um nicho, dentro dessa lama banalizadora, que entende a interatividade no cinema como um acordo não verbal entre expectador e diretor, conduzido pelo próprio misé-en-scene. ALAIN FRESNAIS, aos seus 80 anos, consegue, sem menor força, dar uma aula de como se fazer arte, pela multipla inteligencia, e nos lembrar que a interpretação é ainda o grande comunicador da força das idéias.
MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS remete o esforço do expectador a se despir dos filmes-clips e desfila os medos mais cruéis da dramaturgia... aqueles que por serem socialmente explícitos e típicos de nossa conduta moral, são doídos por que se escondem até de nós mesmos. E FRESNAIS, gentilmente, pede inteligencia e atenção para que percebamos, no angulo da câmera, nos pés do rabugento acamado, na cor da boite do dedicado barman (curiosamente semelhante ao inferno imaginado por Mojica) e na neve dos ombros de todos os sinais do desconforto da alma da vida que resolveram esses comuns personagens escolher as pressas, sem a reflexão ou educação dos sentimentos necessária.
Tudo é sobre escolhas...perdidas ou urgentes... decisivas ou melindrosas... e tomadas de atitudes que embora talvez equivocadas, fazem-nos sentir vivos, mais pela decepção do que pelo acerto...mas que no final, tanto faz: Haviamos nos entregado ao erro quando a vida nos cobrou uma atitude.
Que bom que um ser humano da década de 60 ainda tenha vigor e sabedoria de nos presentear suas fabulas urbanas, que sua intensa vida dedicada a arte de expor o comportamento humano pelas mutiplas óticas lhe sintetizou, para que nós ainda tenhamos tempo de refletir antes de alcançar o braço para agarrar o primeiro sonho na estante do supermercado, e sem olhar ao menos o preço.

sábado, 12 de setembro de 2009

O PADRE JEDI


Vendo ANJOS E DEMONIOS de RON HOWARD chego a uma conclusão sobre os livros adaptados de DAN BROWN para o cinema... o problema está no próprio Dan Brown... Ron conseguiu o máximo que o filme poderia dar: uma aventura cheia de clímax inoportunos.
Se CÒDIGO DA VINCI é uma besteira sem tamanho... ao menos nesse, há a diversão cultural de se passar pelos belíssimos cenários do Vaticano, cumprindo o papel turístico que o livro sugere, traz a diversão medíocre de um filme que corre atrás do tempo de uma bomba de anti-matéria.
A história dos Iluminatti tem um apelo menor a polêmica, mas cinematográficamente tem mais elementos o que permitiu a toda equipe de Howard a trabalhar com mais alegria e por isso o filme se torna melhor.
HOWARD é um cara de pau sim, pois quer atingir o maior público possível, descaradamente , mesmo que sua reputação tenha momentos de amor e ódio, nisso a metáfora ANJOS e DEMONIOS é perfeita para o cara que de certa forma convenceu em FROST/NIXON.
Mas o maior cara de pau é DAN BROWN, que coloca a ficção na sua mais pobre vertente: a baseada em pseudo-fatos-reais que confundem historicamente os leigos curiosos e preguiçosos, inspirando estúpidos a transformar seu próximo livroem best-seller ao invés de pesquisar.
Se há algo de bom para se tirar ( e não é o padre-jedi vivido por Ewan Mcgregor) é a discussão que o filme trás para os completos alheios perante a histórica retaliação na qual igreja e ciencia travam ao longo dos séculos.
No mais , trata-se apenas de mais uma trama escapista, envernizada por temas que sempre inspiram os amantes por conspirações.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NO TEMPO DOS SONHOS


PIXAR em 3 D... o que pode se esperar da mais bem suscedida franquia de animações em mais um filme e agora sob a tecnologia 3 D, muito...Principalmente do diretor PETE DOCTER que tem no currículo MONSTROS S/A que está na minha lista entre as maiores comédias de todos os tempos. Porém sob a vigilância da Disney, UP- ALTAS AVENTURAS tem um certo dedo de cautela, e que não basta mais visuais impressionantes em animação em 3 D...É preciso ir ao limite dos sentidos... Calculo quantas reuniões foram necessárias para convencer os cartolas em apostar em um protagonista de 70 anos.
Mas a sensibilidade de DOCTER, e inventividade do roteiro de Bob Petersen criam personagens cativantes e discutem sobre nossos padrões de heroísmo.Contando em minutos a vida do rabugento CARL( Claramente inspirado em Walter MAccal), quase é possível ouvir um coro de lágrimas aos 10 minutos de película, como se capta-se a vida média de cada adulto na sala de cinema. E depois disso, aquele improvável herói se permite uma aventura, sendo o símbolo máximo de nossos sonhos adiados por prioridades que nossa vida acabam por nos iludir.
Um recado que é mais que urgente para todas as gerações, já que o mundo se enche cada vez mais de senhores e senhoras, que tamabem lotam as salas de cinema a procura de alguem que repare que sua jventude ainda está latente.
Particularmente, a animação O CASTELO ANIMADO, de Hayao Miyazaki, é bem mais contundente na questão, mas DOCTER não quer falar da velhice e sim do tempo dos sonhos.
A "decepção" fica pela tecnologia 3 D ( e na dublagem pobre do Chico Anysio)que não é explorada em sua plenitude, o que talvez tenha sido plano de ultima hora...por que visivelmente o desenho não abusa dos recursos.
Com lugar certo no Oscar , Pete pode ganhar seu Oscar que havia perdido com o querido MONSTROS SA, e a PIXAR ainda mostra que´é a mais visonária de todas as produtoras hoje no mercado cinematográfico... em todos os sentidos... em todas as dimensões...mais pela capacidade de convencer de que não existe o impossível , só o improvável, e é no improvável que ela aposta..sempre...

sábado, 5 de setembro de 2009

PONTO DE PARTIDA


O Oscar de Filme estrangeiro teve sua primeira premiação como categoria em 1957 e desde lá a ITALIA é recordista absoluta de premios, com 13...O Japão teve seus momentos com Kurosawa e abocanhou 4.O último deles em 2009, com A PARTIDA de Yojiro Takita, o que me fez ficar curioso, já que o filme desbancou favoritos israelenses e franceses(Valsa com Bashir e Entre os Muros da Escola)
Cada vez é mais fácil fazer uma leitura de qual as idéias que se meandram no mundo do entretenimento, a partir das escolhas nas premiações. Num ano onde a carga melodramática misturada a uma curiosa quebra de barreiras mundiais, indica os efeitos da aproximação das pessoas on-line.
O cinema ao permitir e oferecer a cultura e o ponto de vista de outras culturas, num primeiro momento como um circo, no outro como reafirmação de sua propria cultura, vai se construindo sob uma base histórica a nova necessidade do homo-sapiens: a de se enxergar no outro.

A morte como tema universal é na verdade o ponto de A PARTIDA ( ou o ponto de partida) escolhido para TAKITA levar os valores do Japão, que ja são mais ocidentais do que a era Kurosawa... o que permitiu o acesso a alma Yanke, e de certa forma as pessoas não enxergarem ETs de olhos puxados quando iam ao cinema.
TAKITA apela, é verdade...detalhes são desnecessários , mas infundentes para reiterar essa semelhança humana.A música que em tantas obras é colocadas em pedestais, curiosamente ela é vista apenas como ferramenta de união...não mais superior do que qualquer arte, até a de conduzir os mortos para o seu ritual de passagem.
E se utiliza do humor negro (muitas vezes deliciosamente inesperado, como na cena inicial) para atingir o melodrama necessário e conduzir sua mensagem de inclusão sem desrespeitar a cultura de uma nação.
Não é uma obra decisiva ou divisora de águas, mas remete bem a atual condição de necessidade do que se quer ler.E atingir esse ponto é atingir o reconhecimento.
As pessoas querem se ver, numa expressão de dentro para fora, e não com os olhos da realidade documental.
Perceber a si mesmo no outro é a mais nobre consequencia da sétima arte.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GOONIES DO SÉCULO 21


Hávera um dia um grupo de pessoas que preocupado com o futuro do mundo criará uma cidade subterrânea , onde haverão habitantes que se isolarão do mundo destruido da superfície e, mas haverá uma caixa que guiarão esses habitantes de volta para superfície quando o mundo se estabelecer...
Roteiro de mensagem ecológica caiu como uma luva no "leitmotiv" do WALL-E , mas por que nesse em questão o foco era os sentimentos de um robô perante a degradação social humana.
Porem no filme CIDADE DAS SOMBRAS , que entrou discretamente em DVD no Brasil perante o fracasso comercial nos USA, se guiar apenas no que se diz respeito a busca das crianças de uma sociedade reformulada no subsolo da terra, para chegar a luz do sol por enigmas e aparelhos Low-Teck do tipo GOONIES, não seguraram a atenção e davam até sono da falta de expectativa que nos incitava...
Uma pena por que GIL KEANE que teve nas mãos a excelente animação A CASA MONSTRO, poderia ter escapado de tocar esse projeto insosso.
A estética neo-apocaliptica na cidade de EMBER é belissima e alguns momentos tão imaginativa quanto os aparelhos absurdos de BRAZIL o FILME. As crianças estão mais que bem dirigidas mostrando que a pouca idade tem firmeza nas mão de KEANE.
Mas o tema chegou ja sem inventividade, e para segurar o público hoje em dia precisa um pouco mais do que engenhocas interessantes e elenco afiado...é o cinema o próprio culpado de toda essa exigencia.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

POUPE-ME DO HORROR!


O massacre de refugiados palestino em Sabra e Shatila, durante a invasão israelense do Líbano, em setembro de 1982, eram meio obscuras para mim, visto que naquele ano eu completava 10 anos de idade e minha cabeça estava voltada para CAÇADORES DA ARCA PERDIDA ( filme trampolim para minha alma cinéfila). Ari Folman, que participou dessa guerra resolver acertar contas com o passado contando seu sonho e suas não lembranças em forma de animação em VALSA COM BASHIR.
A amnésia do diretor quanto ao massacre é o ponto de partida para um desenho animado "sério" , com um formato que lembra muito WALKING LIFE, mas com momentos de carga dramática espantosa...uma especie de fotgrafia desenho que se mexe sob uma trilha sonora contrastante (BEETHOVEN X ASSASSINATO NO POMAR) e poesia dos detalhes de sobreviventes que só possuem pedaços do massacre na mente.
Esse quebra cabeça que não se completará ao fim da história e um retrato de alguem que procura entender a mente de quem participa de um terror impensável... Um personagem real para contos de guerra cuja violencia psíquica só presenciamos em filmes como APOCALIPSE NOW e LINHA VERMELHA...
Entre altos e baixos da narrativa ( as conversas as vezes são didáticas demais ) e as cenas de batalhas são incrivelmente dinâmicas, mesmo sob desenho animado, o filme vai terminando com um agradecimento ao diretor de ter visto todo esse horror em animação, que minimiza o asco pelas atrocidades cometidas.
Entretanto FOLMAN coroa o fim do filme com cenas reais, em vhs...ou seja , nem desss tristes cenas, o pequeno menino de 10 anos, entretido com Indiana JOnes, foi poupado.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O HOMEM É SEXO E ESTOMAGO


Vi o filme ESTOMAGO depois do "indigesto" (perdoem o péssimo trocadilho) THE SPIRIT e para ser franco posso ter me deliciado com essa pequena perola do diretor MARCOS JORGE por estar com "fome de cinema" (outra vez?).
A frase que usei no titulo desse texto é de Amarelo MAnga, de Claudio Assis, mas parece o pontapé para esse que é o grande filme brasileiro do ano passado
A primeira cena em que o cada vez melhor JOÂO MIGUEL conta a sua versão da origem do queijo gorgonzola como quem conta um causo nordestino, já valem todas as cenas que eu tentei rir no SE EU FOSSE VOCE.Essa é a verdadeira comedia brasileira... com todo seu maneirismo e humor negro refinado... calcado na interpretação (e não caricatura)...raizado nas estruturas da ESTETIKA DA FOME sem o Glauber para confundir tudo, na alma do JECA TATU mas com os OFFS de Jorge Furtado. E uma trilha sonora unica...universal... filme de pobre nordestino se fudendo na cidade grande mas sem esteriótipos... Filme de puta e preso, mas sem o olhar euro-americano do cinema-caô do Babenco ou do Barreto.
Tecnico e verdadeiro...usando os problemas do nosso pais como elementos regionais de um problema universal que se baseia em PODER,SEXO e COMIDA.
O mais cativante do filme é a arte que Raimundo(Alecrim)Nonato absorve e se lambuza com todas as informações que o permitem "adentrar", tecnicamente, no mundo dos granfinos, pura metafora do poder de acesso... onde a elite precisa do talento do peão para que seu sistema continue, mas lhe dá apeana o que acha que ele precisa... e quando se colocam em plano de igualdade, a "falta de sutileza" da força desmedidada e ignorante (como um vulcão em erupção adormecido pela vasta série de humilhaçoes)roga por seu lugar de direito. Em qualquer ambiente: Na prisão, no puteiro ou na cozinha italiana,todos querem o "beliche de cima".
São tantos elementos fílmicos que o microcosmo de uma cena as vezes se comunica com o universo do filme e este por sua vez com nosso inconsciente coletivo.
É quase um drama sheakespereamo regado a gorgonzola e goiabada ( o romeu e a julieta é citado como contraste do proprio filme),um filme cuja tema interessa a quem come coxinha ou carpaccio.
É claro que nada funcionaria sem o carisma de João Miguel e sua presença em tela.E dos coadjuvantes que tem uma direção firme, e eficiente.
Ou seja , um dos melhores filmes , BRASILEIROS, com temas BRASILEIROS que vi nos ultimos tempos, com toda poesia popular de Suassuna e a antropofagia de MACUNAIMA.
Fico pensando se no fim não fui eu o devorado pelo filme.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Hmmpf!


É dificil falar de Frank Miller por tudo que sua carreira representou para meu conceito de arte pop, principalmente quando ele consegue cometer um equivoco com THE SPIRIT daqueles comparado a Maradona na seleção Argentina, ou seja : só não destrói sua carreira por que existem verdadeiros fanáticos que lamberiam suas vísceras.
Depois de brincar de estagiário com Robert Rodrigues para montar um novo segmento estético no cinema ,o excelente SIN CITY, ele encarna a heresia em si e inventa um pseudo-tributo a um mestre WILL EISNER , porem impondo sua propria "arte".
No mínimo dois grandes erros podemos destacar: Nem Frank Miller , nem Eisner pertencem ao cinema... Alan Moore com seu xiitismo de tentar impedir que suas obras primas em quadrinhos fossem adaptadas para a telona, no fundo tinha razão... algumas coisas não podem ser maculadas...
O estrago não foi maior pelo fato do estilo ter cansado os olhos do publico, caso tive sido o pioneiro do "cinema fundo verde" ,o caos estaria formado.
A única palavra que consigo pronunciar é um "lamentável", mas meus grunidos (hmmpf!!) expressados durante quase toda a pelicula ( pelo desfile de personagens mais constrangedores dos ultimos tempos,principalmente SCARLETT YOHANSSEN), queriam pronunciar palavras bem mais chulas.
O que me revolta é que Miller, se quisesse ganhar dinheiro com sua estética, por que não fez a sua versão do DEMOLIDOR, para o cinema, ou do próprio RONIN... pra que mexer no desenho dos outros?
Voce deve perguntar: -Mas o filme é de todo ruim?
Respondo: -É!... Até a boa idéia das inserções da morte, tentando aliciar o protagonista são tantas que chegam até ser inoportunas.
Tire os olhos do umbigo,Frank, aprenda que as vezes no cinema você tenha que explorar a arte do homenageado e não tentar convencer de que a sua "arte" superou seus mestres.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O ENVELHECER DIDÁTICO


Usar a si mesmo como intrumento de lição , moralista ou não, sobre a sociedade e seu fetiche na violência é talvez o mais importante desafio de indulgencia que CLINT EASTWOOD tenha feito de sua carreira cinematográfica.
Nos ultimos quatro filmes em que atuou , a sua aparição é de alguem que cai de um prédio em camera lenta, e nos liga do celular de vez em quando para dizer como se sente , como quem observa o mundo de dentro do seu ato que por bem do cinema parece mais longo.
Em GRAND TORINO o ato final parece explicito.O filme que tem um personagem que só caberia a ele fazer (me veio agora TOMMY LEE JONES) gira em torno de sua personagem que caricaturamente ele compõe para os impagaveis dialogos que denotam o choque moral, social e racial de gerações tão distantes.
A gradativa aproximação desses mundos calcado na esperança de que ainda há espaço para gentilezas e benevolencias mesmo que por um tom de ironia e humor negro, é a mais tocante, o personagem Walt percebe que sabe mais sobre a morte do que a vida, e quando quer se intrometer no ritmo dessa nova geração sob a força de que a decepção de que conceitos baseados na vingança não redimem nem trazem paz , usa-se de sua propria vida para dar a lição final: a de que tambem aprendeu.
O encantador carro não serve apenas de elemento de desprendimento mas de que nossa geração tambem tem algo a invejar na velhice: a imponência e a eterna sensação de poder.
Por fim a moral da historia tem como simbologia o próprio EASTWOOD: antigo e revigorado.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SOCOS EM OFF


Decidir o que deve ou não ser filmado, ou o que deve ou não ser contado como historia, não é tarefa fácil dentro de um universo de dramas envolvendo o macro ou microcosmos humano. Paixão de Cristo é um desafio descomunal por exemplo visto que é um personagem histórico amado por milhoes de pessoas.
E quando a pessoa é odiada por milhões?
Hoje essa abertura da história, permitindo rever impressões de celebridades "malditas" afirma uma tendencia de tolerância universal. Assim como nós não nos queremos mais nos encarar de forma simplista, ou receber uma avaliação objetiva desconsiderando o contexto de nossas vidas ou até as subjetividades de nossas atitudes, somos convidados a olhar com mais cuidado, para as pessoas ditas "referencias", boas ou más.
Esse novo filão popular tem uma de suas faces expressa por FROST/NIXON... um documentario-cine-teatral, da ultima entrevista de Richard Nixon a um desacreditado David Frost, em 79.
O embate tem uma caracterização cenográfica e dramaturgica impressionante, graças a um unico herói: FRANK LANGELLA e seu NIXON que entre uma e outras falas que entregam o carater da personagem de forma humana e sem rodeios, tem no olhar a do homem fadado ao fracasso de seus erros e intimamente entregue a opinião pública sem volta.MICHAEL SHEEN ganha pontos ao entregar alguns brios ao entrevistador Frost, mas leva um chocolate de seu opositor.
O diretor Ron Howard, acostumado a agarrar temas populares se esforça apenas para não atrapalhar o que ja estava pronto, e com uma equipe inspirada pelo tema e concentrada para não escorregar nium filme politicamente chato, fez das acrobacias de filmagem (sem correr riscos) um bom programa.
O que mais empolga (isso Howard já tinha tentado em UMA MENTE BRILHANTE) é que as cenas importantes são calculadas para um ápice, que acontece na cenas em off(brilhantemente expostas como um soco antes do round)e os closes de LANGELA que está muito a vontade na tela.
Tudo enfim respira politica ,desde a entrevista veradeira até as duvidosas indicações ao Oscar. O que faz imaginar se Howard na corrida ao governo não teria um pouco mais de respeito.

REDENÇÂO POR CELEBRAÇÂO


Thomas Vintemberg e LArs Von Trier na decade de 90 estipularam um manifesto cinematográfico chamado DOGMA 95 , estipulando 10 regras de anti-comercialismo, que muito poucos cineastas se renderam pelo indeglutível ( e não intragáveis) resultados que hora e outra apareceriam. A estética do cinema cru estava iniciando e com insistencia algumas obras primas surgiram. Cito principalmente OS IDIOTAS e FESTA DE FAMILIA.
Se este ultimo não tivesse existido , com certeza ñinca haveria se quer pensado o projeto: O CASAMENTO DE RACHEL do quase esquecido JOHNATHAN DEMME.
O promissor diretor de O SILENCIO DOS INOCENTES e FILADELFIA se encaminhava para o limbo das produções medíocres (leia-se:O SEGREDO DE CHARLIE) e corajosamente colocou sua camera em punho e se atirou numa especie de revisitação filtrada do DOGMA,principalmente na estrutura tecnica ( ou na inteligente falta dela)
Apostou em um rostinho bonito (ANNE HATHAWAY) que fosse talentoso e na competencia de Rosemary Dewitt para numa pelica que dura os dois dias de um casamento filmado como se estivessemos dentro dele (inclusive dentro dos problemas pessoais de cada um) e o produto de tudo isso foi estupendo.
Tudo se deve tambem ao fato do roteiro de JENNY LUMET explorar a beleza de um ato ritualistico de entrega de vidas entre duas pessoas , que pode ser simples visualmente mas extremamente rico na composição do todo, de forma por vezes extremista e pieguas, como a realidade as vezes evoca.
Todo tipo de gente e seus monstros se encontram na celebração de pessoas que resolvem modificar o rumo de suas vidas, reparar erros, perdoar-se e encontrar no vinculo da familia que nunca deixaram de ser estranhos.
a trilha sonora que é composta apenas dos musicos convidados que ensaiam pelos cantos fazendo fundo aos dialogos. estão diluidos na trama de forma natural,muito sensivel e discreta, assim como elementos de cena que querem contar o sentimento interior da personagem ( como a cena em que as irmãs se abraçam na provação do vestido de noiva e os alfinetes espetam uma a outra, clara referencia ao dialogo que se sucederia).
E assim... de uma forma surpreendente pla simplicidade , vimos um filme caseiro de luxo mas guiado pelos sentimentos verdadeiros das tragedias , da lavação de roupa suja e o perdão colocados sem edição, sob a chuva redentora da celebração.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Candidato ao Legado


A palavra referência tornou-se no meio crítico um bordão.Todo e qualquer analista que percebe algumas tecnicas chupadas de algum filme ou cacoete filmico de algum autor consagrado chama a obra de homenagem, como se ela não tivesse nenhuma assinatura de quem dirigiu.
Essa injustiça tem sido veiculada , com muita veemencia dos filmes de JOHNNY TO, principalmente EXILADOS.
Para quem começa vendo o filme lembra automaticamente de SERGIO LEONE (bem mais do que Rodriguez tentou em Era uma vez no Mexico) , no ritmo, na musica e principalmente nos silencios.
Quando abre-se o verbo, e as atuações não como sentir uma breve brisa de TARANTINO e por fim estudando com calma o roteiro , GUY RITCHIE é o que vem em mente.
Apesar de paracer que eu tenha colocado o filme numa vala-comum-da-violencia,To tem voz própria o tempo todo... Ele a codifica na metáfora do acerto de contas mitologico dos mafiosos ocidentais e consegue transferir o western-espaguete para o western lamen e por vezes quase esquece-se de que tudo passa numa estranha e ao mesmo tempo familiar , MACAU, ilha no qual serve de catarse coletiva a todos que se "exilam em nome do que lhe é caro"
E mesmo sob um verniz de DEJAVU, é na interpretação e disciplina dos atores em passar o sentimento que a fábula sobre lealdade exige, que TO demonstra ter mão firme, e sob os violões italianados não há como o coração não espremer e lembrar de como o afeto nos faz falta.E disso o ousado diretor não precisou copiar de ninguem, tudo não passa de uma tentativa de candidatar-se a um legado cinematográfico que espera merecedores.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cruz pesada, Ombros fracos...


É difícil depois de algumas horas (muitas) gastas vendo filmes e em grande parte com olho critico você possuir uma segura opinião do que seja um bom filme...as expectativas são inevitáveis quando as referencias são sedutoras. Empunhando a bandeira de DUVIDA, filme do estreante John Patrick Shanley (Que é dramaturgo e responsável pelo roteiro dessa adaptação de sua própria peça) Estão dois carros alegóricos midiáticos e faraônicos
Num deles os atores Meryl Streep e Phillp Seyour Hoofmann travam um duelo saudável de interpretação onde Streep é apenas convincente e Hoofmann mostra se entrega para um espetaculo artistico primordial. Seu padre Flynn distribui carater na composição e escolhas de tempo da fala e gestos..tornando tão ambíguo quanto obvio,mostrando que o caminho de Hoffmann só tem um nome: perfeição.
Os atores escolhidos para sustentar esses dois gigantes em papéis menores tambem impressiona (tanto Amy Davies quanto Viola Davies) e em alguns momentos até supera, rendendo-lhes merecidas mensoes ao Oscar.
O segundo carro, com cores menos gritantes, mas que pipocam nos jornais é o da curiosidade mórbida da pedofilia no qual a dúvida perante as intenções do Padre Flynn partida de uma dupla de freiras norteam a trama que sustentam bons dialogs e a tensão que o filme exige.
Porem, apesar do argumento cheio de material para um "Grande Filme" , o diretor tropeça em sua propria inexperiencia. As tomadas e soluções fílmicas para transporte do texto teatral em imagens são insuficientes para dar contrapeso aos dialogos preciso e fortes.
A tentativa de ser arte só não deixa de ser evasivo graças ao argumento tem seu proprio eixo de conduta e os atores que apostaram em todas as suas tecnicas para alavancar a camera imprecisa e a decupagem insossa.
O que sobra entender é que nem sempre sabemos da nossa competencia de sustentar o que nós mesmo imaginamos ou que um projeto com materia dramatica tão contundente deve ser executada por mãos adequadas.
A partir de hoje a referencia: Adaptada do teatro é para mim no minimo... duvidosa.

domingo, 21 de junho de 2009

”A inteligência é relativa”


Na carreira do iconico Woody Allen o filme-didático Melinda e Melinda é uma pérola da exemplificação de como um tema pode ser contado como tragedia e transformado em comédia. OS IRMÂOS COEN em 2008 experimentaram a ideia filmando quase que ao mesmo tempo a tragédia com cores de comédia ONDE OS FRACOS NÂO TEM VEZ ( que por si só já são dois filmes ) e a comédia com coresde tragédia QUEIME DEPOIS DE LER.
Os dois são filmados direto ao ponto, de forma enxuta e exigindo dos atores uma ironia na interpretação propria de suas filmografias. `Mas é no delicado tema de que no choque de geraçãoes a idade pesa para quem ainda pensa em buscar espaço num mundo onde ideias de ontem já são velhas que reside a piada mais cruel de suas carreiras.
Mesmo que o contrapeso dramatico é colocado para nós na balança de suas imagens, nos dois filmes (e em especial o segundo) ele reforça a decepçao das pessoas que com a idade vão perdendo a ilusão de que o mundo é delas e enquanto a melancolia de Tommy Lee Jones vai crescendo a medida que ele se entrega para a fatalidade, a caricata fuga dos personagens de "queime depois de ler" diverte enquanto tentam reavivar desesperadamente o cadáver de suas vidas medíocres.E todos que tentam se meter aonde não são chamados perdem tudo que conquistaram até ali, salvo a instrutora de ginastica que ganha seu "premio" a custa do tragicomico fim de seus comparsas.
A mensagem nos dois filmes(como uma peça de MOLIERE) é uma só:"O tempo atropela a todos e é relativo, como a percepção de cada um para si mesmo" " e que o ato de se levar a sério é a maior perda desse tempo, tanto na tragedia como na comédia. Um filme que acabará esquecido no futuro, de propósito...alias como justamente fazemos com nosso presente.

domingo, 14 de junho de 2009

HUMANIDADE COMO HERANÇA


É justificável preparar-se para assistir O ESCAFANDRO E A BORBOLETA como quem vai para um sacrificio de emoções. A sinopse de um filme sobre alguem que fica dentro de um corpo paralizado apos um derrame permanecendo incomunicável ao mundo a não ser pelo um olho esquerdo é assustadora em todos sentidos: emocionais e tecnicas.
Entretanto o aval de que algo interessante estaria por pintar na tela vinha por dois nomes: o de JULIAN SCHNABEL (especialista em biografias) e do excelente ator MATHEU AMALRIC.Dito e feito.
Os creditos iniciais ,escolhendo imagem e som com fabulosa sensibilidade e arte, mas marginal e desconfortável, já borrifava um código de que se veria algo único.
Era mais que isso.
O sentimento de piedade é quebrado já com as primeiras imagens a partir da escolha de não mostrar o contraplano do protagonista na primeira hora do filme, vemos tudos com os olhos (ou olho) do narrador numa alternativa tecnica ousadissima e claustrofóbica... Tanto que as poucas cenas que aliviam o espectador dessa precaria condição de cumplice são as cenas libertadoras que envolvem momentos de memória e fantasia.
Apesar do filme parecer tipicamente aquele em que o ator é a alma do filme , neste o diretor ( e sua equipe é claro) é o artista...Tudo no filme é feito de forma a construir uma obra de arte, em todos os seus detalhes e nos comentarios espirituosos ( e visivelmente improvisados) dos atores...Fora as poucas e inesquecíveis cenas com Max Von Sydow.
Nunca um filme expos tanto a alma humana , delatando como a criatividade e a imaginação o que há de espirito em nós...e isso passa a ser um prego encravado em uma década tão metrossexual.
SCHNABEL nos entrega a verdadeira estética , mesmo para quem apenas busca uma boa história , obrigando a qualquer um a deixar a indiferença e a distancia passiva do voyeur e participar da angustia.
Uma experiencia visual , que carregado de humanidade que herdamos de Jean-Dominique Bauby ( o escafandro em questão e em muitos momentos a borboleta )inspirou a libertar todos que um dia passaram o olho (ou olhos) por sua triste ,porem maravilhosa existencia,seja atraves do livro, do texto, de sua propria vida ou pela sensivel camera de SCHNABEL.

terça-feira, 9 de junho de 2009

MENDES 100%


Fui ver REVOLUTIONARY ROAD com a expectativa e premissa de que SAM MENDES tivesse escorregado na carreira que alguns chegam a torcer o nariz mas a realidade é que 4 filme = 4 Obras primas (leia-se BELEZA AMERICANA, ESTRADA PARA A PERDIÇÃO , SOLDADO ANONIMO E este FOI APENAS UM SONHO ).
Como acontece algumas vezes alguem acabou sabotando com esse "inteligente" titulo que qualquer meio entendido já profetiza um filme sem final feliz... mas não imagina a destruição emocional que vem pela frente.
A experiencia do teatro (alias o filme caberia muito bem em um palco) de mendes é colocado a toda prova e até a escolha DI CAPRIO e WINSLET aparentemente comercial é fruto da propria carreira dos atores 10 anos após TITANIC: o amadurecimento foi essencial para que só os dois tomassem forma aos dialogos tão contundentes para soar da boca deles de forma tão convincente.
Os coadjuvantes (poucos e cirurgicos) levam a trama e as vezes roubam a cena ao grande estilo de Woody Allen quando se aventura e temas dramáticos.
Mas Mendes trouxe mais do que o jovem casal de TITANIC para uma lavação de roupa suja pública. Ele trouxe o tema de BELEZA AMERICANA sem humor negro: a mediocricidade coletiva e o vazio existencial provocando o inusitado e como esse inusitado é fonte para boicote social.
Em 2000 o tema foi visto como urgente, hoje esse DR ao ar livre apenas constrange e casais (que viram TITANIC juntos e apaixonados) verão esse filme e silenciarão por talvez se reconhecerem e abordar temas que é "preferivel não comentar".
O personagem de Winslet pede , sem ser atendida, veemente desde o começo que seu marido não toque nos assuntos... como a sociedade americana pedindo a Mendes ...não me mostre, por favor, ou sofreremos as consquencias disso.(O OSCAR não só desprezou o filme e sim censurou-o moralmente)
Há tantas camadas do filme que é impossivel não ve-lo de novo... apesar da dor que ele repete em nós.
A coragem desse diretor acaba trazendo o cinema integro... Um cinema europeu em pleno solo americano... Lars von Trier com verniz Yanque.. Didático e plástico. Ou seja : a propria ARTE.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Blues no Didgeridoo


Colocar o adjetivo de visionário na frente de seu nome é algo que já nasce datado... é quase como dizer que: "ainda ninguem reconhece seu talento e faz uns filmes fora do padrão..."Tres filmes e Baz Luhrmann pelo menos não passa incólume: ROMEU + JULIETA é o Sheakespeare mais essencial das adaptações e iniciou a veia pop-classica que mais tarde rendeu escolas do tipo Maria Antonieta de Sofia Copolla.
Mas é em Moulin Rouge que o diretor entregou ao cinema o limite do que "quer ser visto"...e virou um epico de proporcoes antológicas.
A palavra pretensão seguiu durante todo o hiato de sete anos sem filmar, e a história de ALEXANDRE O GRANDE com DI CAPRIO ficou entalada na curva de OlIVER STONE e o fiasco protagonizado por Colin FArrel. Suas atenções foram obrigadas a desviar para seu continete de origem: AUSTRALIA.
A campanha de markenting assustou: Tudo soava um Pearl Harbor sem a cara de porta do Ben Afleck...e os violinos no fundo do casal Hugh Jackmann e Nicole kiDMANN dava um tom de ... é... pretensão.
A verdade é que o estilo desenfreado e teatral faz o estilo consagrado de Luhrmann... mas a vontade de ser UM VENTO LEVOU aborígene e o excesso de MAgico de OZES(nem uma trilha original foi feita)...confunde-se Luhrman no timbre , na exploração dos personagens...
Há momentos que até ele larga sua assinatura e dirige a moda antiga, e quase deixa cair a peteca no prólogo pós final feliz.
E mesmo com todos os apetrechos de um mundo pseudo-yanke, a sensação de que Luhrmann conhece tanto sobre seu continente quanto nós explode aos olhos... como se houvese um olho no didgeridoo e outro na gaita de Blues...
Mas no fundo , no fundo AUSTRALIA não tem nada de errado... e talvez esse foi seu maior problema...

domingo, 31 de maio de 2009

A PAIXÂO DE ROURKE


Sou obrigado a pedir licença nessa pequena cronica (e não analise oucritica como costumo fazer) e confessar que essas linhas serão escritas na continuidade da emoção complascente que o filme O LUTADOR de DARREN ARONOWSKY me proporcionou.
O diretor já havia demonstrado de forma plastica e autoral que queria falar das prisões humanas e os caminhos sem volta que as escolhas nos permitem : em PI pintada pela segurança racional, em REQUIEM PARA UM SONHO a busca da felicidade a qualquer preçoe em FONTE DA VIDA a negação da morte.
Mas é em THE WESTLER que ele deixa um personagem-ator,contar sua historia, e apenas o persegue em sua propria caminhada rumo ao encontro do óbvio. E não poderia ser outro senão Mickey Rourke a contar a historia de alguem que tinha tudo na decada de 80 e tropeça em si mesmo na decada de 90 e tenta ressucitar nos anos 2000.
A simplicidade do enredo é o truque pois Aronowsky apenas precisa captar o desgaste no rosto deformado de Rourke iludido pela glória da fama em que achava que tinha o poder de seu destino e pagou o preço da autenticidade.
A cada fala do personagem "The Ram" é impossivel não ver um Rourke envolvido no contexto.
Mas Aronowsky tambem está lá... na flagelação provocada pela sociedade para com quem olha de baixo para cima , mesmo sob toneladas de massa muscular, e a bomba relogio que seus personagens se vem submetidos.
Mas nunca os dialogos (ou os silencios) tiveram tanta cor...e é na fala final de Randy que o fruto da fama se aceita como destino e fim em si, analogia ao "cordeiro de Deus" e se entrega a possivel morte como se não houvesse outro caminho...Nem mesmo Maria Madelena foi capaz de tirar o cordeiro de seu sacrifício.
Em O LUTADOR não há perguntas , apenas o fato do que a vida é ato e armadilha , e que até mesmo a redenção pode nos ser negada."É no ringue é que nos machucamos menos"
Humildemente ARONOWSKY entrga sua melhor visão na pele de um biografo que nos golpeia com um retrato canhestro da humanidade :
A de que o cinema criou um monstro chamado MICKEY ROURKE e ele nos presenteou a si mesmo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

IGUAIS NA COVARDIA


Tarsem Singh ja havia imprimido seu virtuosismo visual no suspense A CELA , que de certa forma deu o toque artistico nesse suspense psicológico de roteiro apenas mediano. No fim das contas seu potencial estava lá...num olhar para o surreal plausível. Neste filme THE FALL ( que em portugues virou um drama escondido nas prateleiras das locadoras com nome de DUBLE DE ANJO ) a licença para usar toda sua panooramica e complexa visão da mente humana acaba encontrando mais obviedade... ja que se trata de uma menina (incrivelmente convincente) montando um mundo proprio a partir de uma história que ela houve de um interno, que assim como ela , estão em tratamento no hospital.
O filme então é um recife apropriado para o diretor expor todas suas ideias e tecnicas... sem apelar para um excesso de efeitos pixelados e nem ser piega-romantico no que se trata de proteger a essencia visual do cinema.
A pelicula quase que arranha em homenagem, mas de tão sensivel e humana... ja que toda a trama conduz num paralalo entre um duble de cinema mudo ( que corajosamente arrisca a vida no lugar de astros e se acovarda perante as decepções da vida) e uma menina que perde tudo mas transpira esperança e fantasia , criando personagens heroicos que seriam fortalezas de sua inocencia.
O hospital é uma simbologia fria da realidade de muito de nós confinados a enfrentar nossos limites corporais e correndo riscos de crueis injustiças.
Pena que as vezes o proprio filme se acovarda em nos preparar para a tragédia da ficção e arranha para um climax morno...
MAs alguns insights de domínio (como o da ilusão de ótica datransposição do rosto do padre para a tortura do deserto e o recurso stop-motion de uma operação no cranio) são atirados em nós, admiradores do cinema, como um oásis nessa poluição continuista de super (superficiais) heróis que vem sem nada a dizer ou apenas para meter ruido em mentes que se preparam para a ficção redentora e se deparam com a decepcionante morfina do entretenimento.
Permitir isso, é uma covardia para o qual todos nós acabamos caindo junto.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Saudades de Runner


É comum alguns diretores pressionados pelos grandes estudios toparem um projeto que misturam temas atuais com cinema de baixo risco ( que seriam aquele tipo de filme que voce espera tudo de todo mundo)
Ridley Scott em seu REDE DE MENTIRAS convoca Russel Crowe e Di Caprio para um filme sem erro... esem surpresas tambem...
Sob a aparencia de politizado...Ele carrega um roteiro pre concebido de esteriotipos do mundo árabe até mesmo na essencia da trama ( Algo que lembra o Xenófobo Falcão Negro em Perigo) e o piloto automático de Caprio como agente da CIA obrigado (?) pela profissão a incluir inocentes num plano para salvar a democracia (?) da América.
O filme é uma especie de denuncia justificada... onde os EUA torturam, matam e depois entram em uma crise moral tão superficial que chegam a constranger.
A impressão é que Hollywood de vez em quando escolhem alguns bodes expiatorios de idoniedade unanime para impor no mundo seu conceito de eixo do bem Xeix do mal e desavisados atribuem a essa ideia a verdade absoluta.O filme todo passa ser uma Mentira em si.
Isso diminui a essencia do cinema que informam uma verdade induzida que faz sobrar só nausea depois da projeção.
O filme é bom? sim...Atores convencem? sim...

Mas esses excessos de sins assustam ... Indicam que estamos caindo numa obvia armadilha.
É um filme que só faz sentir saudede de Ridley Scott em Blade Runner

terça-feira, 12 de maio de 2009

PALMA DISPUTADA


Festival de Cannes tá ai... e esse ano promete ser um dos mais disputados dos ultimos tempos, ja que em tempo de crise os independentes (ou quase) se destacam. Algumas figurinhas sõa tarimbadas... mas o empolgante é que todos os selecionados tem um q de amadurecimento, altos e baixos na carreira que fazem disso o duelo mais saldavel da arte... e CAnnes sempre traz um novo olhar o que não será nenhuma surpresa se se a palma cair na mão de um novato a se projetar... A torcida fica para Heitor Dalhia ( com o filme A DERIVA elogiadissimo) na amostra paralela.

( Os grifados sãoas apostas pessoais)
Los Abrazos Rotos (Espanha) - Pedro Almodovar
Fish Tank
(Inglaterra) - Andrea Arnold
Un Prophete (França) - Jacques Audiard
Vincere (Itália) - Marco Bellocchio
Bright Star (Nova Zelândia) - Jane Campion
Map of the Sounds of Tokyo
(Espanha) - Isabel Coixet
A l''''Origine
(França) - Xavier Giannoli
Das Weisse Band
(Alemanha) - Michael Haneke
Taking Woodstock
(EUA) - Ang Lee
Looking for Eric (Inglaterra) - Ken Loach
Spring Fever
(China) - Lou
Ye
Enter the Void (França) - Gaspar Noe
Thrist
(Coréia do Sul) - Chan-wook Park
Les Herbes Folles (França) - Alain Resnais
The Time That Remains
(Palestina) - Elia Suleiman
Bastardos Inglórios
(EUA) - Quentin Tarantino
Vengeance
(Hong Kong) - Johnnie To
Visages
(Malásia) - Tsai Ming-Liang
Antichrist (Dinamarca) - Lars von Trier

sábado, 2 de maio de 2009

BAJULAR É PRECISO


Finalmente minha primeira experiencia com a nova tecnologia 3 D, sem aqueles óculos bicolores que só deixavam a gente vesgo...MONSTROS X ALIENS tinha tudo,para alguns anos atras a premissa de um gigantesco filme B... e continua sendo...
A diferença é que ele tem a petulancia de colocar os mais famosos monstros das matines de terror da decada de 50 , para lutar em prol do planeta... quase que parodiando a LIGA EXTRAORDINARIA, numa tentativa de bajular historicamente os criticos mundiais... Todas as "ditas" homenagens não passam de piadas sem graça tiradas do espírto casseta-planeta-americanizado do MAD e a impressão que se dá é que a falta de sutileza de algumas cenas faz desse filme um pandemonio de ideias desconexas ( O Presidente é um plot a parte...desnecessário e lembra o imbecil lêmure=rei do MADAGASCAR)
O ingresso vale pela experiencia 3 D realmente veridica...e que faz imaginar o futuro do cinema indo para este caminho ( e ate mesmo resgatando matines e Pornos) mas o que é feio é ver roteiristas puxando o saco do inconciente coletivo cinematografico para fazer jus ser visto em sua nova tecnologia

quinta-feira, 30 de abril de 2009

DESCONTROLE SOB REDEAS


Mais importante que comentar CONTROL, cinebiografia de IAN CURTIS , vocalista icone prematuramente morto do JOY DIVISION é comentar sobre a estreia do fotografo Anton Corbijn na direção (controladissima) de quem faz da fotografia uma religião.
Tive que digerir o filme , que te um elenco primoroso e camera mais que segura, mas a escolha de Corbijn de seu primeiro trabalho na sétima arte , se remete talvez ao vazio que alguns artistas sentem no dominio de seu talento. No caso de Curtis, a musica, no de Corbijn, fotografar celebridaeds.
A 3 decadas o eximio fotografo tenta capatar pela lente o dom... a aura magnética de alguns artistas populares para explicar seu magnetismo para com seus fãs... e sob fotos quase monocromáticas, a presença de tais seres que são quase semi-deuses da imagem (Bono Vox, David Bowie) a expressão da imagem contemplativa é quase que tão simbolico quanto a existencia de tais idolos.
Sob esse talento e com todo o conhecimento, o Filme transfere para nós em preto e branco o olhar vazio e sem cor da época (inicio da decada de 80), que o proprio Curtis tinha da vida e sua esperança de encontrar na poesia o complemento desse vazio. MAs os problemas de saude e sua responsabilidade cronica em querer abraçar o que deve e o que se quer fazer foram determinantes para seu tragico fim.
Uma lição de contrastes , no qual percebemos, juntos a tantos outros exemplos na musica pop que o rock é uma tabua de salvação ...e para alguns furadas. E como um diretor consegue ver uma beleza quase necrofila que exterioriza essas angustias em personagens que se movem, quase como que dentro da foto em preto e branco de su vida.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

FAZER-SE NÂO ESTAR


Woddy Allen é uma especie de Caetano Veloso do cinema americano... Quietinho ...faz umas bobagens experimentais de vez em quando... e de repente nos premia com obras que se não são primas empolgam pelo inovadorismo. VICKY CRISTINA BARCELONA é uma prova que ele continua mais afiado do que nunca...e o melhor : quando quer prova ser mais moderno que os cienastas-mentiras que surgem num surto de publicidade.
E dessa vez Allen supera a si proprio que historicamente impoe a nós sua figura caricata e não menos importante...substituindo-se em tres personagens: na forma de Cristina, Vicky e Maria Elena.
Ha uma tendencia em Allen estar em seus filmes... Dessa vez ele esta na tentativa de se evitar... Mas tudo no filme se remete a isso: A anunciação é o fundo... o narrador anuncia a redundancia de Cristina... Judy anuncia Barden , Barden Anuncia Cruz... Cruz anuncia a tragedia, Vicky anuncia o erro ( que ela mesmo cometeria numa interpretação magistral de Rebecca Hall) e Todos anunciam Nova York pelos olhos de Allen que muitas vezes se retira do filme num ato de anunciação de si proprio , como um turista que se apaixona pelo que a cidade lhe inspira ( a cena de amor entre Barden e Yohansson é a paixão latina surtando a camera e a direção da ortodoxalidade de um diretor que prima a razão contra o passional e se rende aos ares de uma cidade que se entrega a arte sem analise)
Por tudo isso...pelo seu retirar... Allen esta lá...mais vivo e presente do que nunca.

domingo, 12 de abril de 2009

DENTRO DO ARMÁRIO


Ver um filme cuja opinião já vem sendo formada por muita gente tem outro impacto sob nossos olhos... ou olhar...
O cérebro faz meio que uma varredura para procurar, durante a exposição , indícios que justifiquem tais opiniões... o que é desagradável e as vezes insano, já que uma obra tem como a apreciação a justificativa de sua existencia.

Ver MILK é "procurar" . Quem? Primeiramente GUS VAN SANT , seu diretor...
O Sant envernizado de oscar estava escondido desde Genio Indomável em um armário experimental , no qual nos renderam obras questionáveis e por isso mesmo brilhantes ( e a O.P. Elephant) .
Sant se esconde atras de uma obra-documentario para homenagear o ser humano pelo homem-discurso: Harvey Milk/Sean Peen num ato maior de inteligencia do que de humildade, pois Sant está lá na película... com sua Stady Cam nas costas de Josh Brolin e na escolha de uma história no qual todos sabemos o final trágico (Last Days e Elephant tambem tem essa temática)

Em segundo plano temos a procurar é Dustin Black , e seu oscar como melhor roteiro. A narrativa linear é cirurgica mas não menos envolvente ao tratar do homem político e lúcido que foi Milk. Tudo poderia facilmente se descambar para a panfletagem homossexual, tornou o texto solene de um homem que encontrou uma maneira de se orgulhar de si mesmo.

E por fim procurar Sean Peen... que sustentado por um excelente James Franco e Emile Hirsch (Diego Luna não consegui ser mais que uma bixona latina) sumiu na pele de Milk.. e passa naturalidade impressionante até nas cenas ditas "fortes", ensinando como se ambientar num universo em que para tudo onde se olha se respira sexualidade, pela simbologia a qual se pretendeu defender.

De tanto procurar... achamos algo humano em nós ou nos outros que estava na solidão do armário junto com Harvey Milk, Sean Penn , Gus Van Sant e (quem diria ) todos nós , ou seja , a humanidade não havia saido do armário.
E é nos discursos escolhidos para o roteiro que se reflete no maior legado que poderia ter nos deixado:
A igualdade mora no eterno estado de minoria.

domingo, 5 de abril de 2009

REBOBINEMO-NOS


Esta critica começa com alguns pedidos: Esqueçam os títulos em portugues que sugerem as distribuidoras de filmes para iludir os menos avisados de um suposto gênero... e abram o coração para as mensagens de diretores que amam o que fazem...
Esse começo inusitado eu empresto do edido do título de MICHEL GONDRY o seu inocente e sensível REBOBINE POR FAVOR.
Gondry a tempo está sob a aura de gênio Low-Tec por evitar as soluções fáceis do cinemão pipoca abolindo o computador para usar a camera e o cenario como artifício da ilusão... tudo isso como que um pedido para que voltemos a encarar o cinema como um espetáculo da ilusão, onde nos entregamos aos truques em favor dos signos nos quais inclui em nosso inconsciente coletivo as referencias necessarias para construir o que de fato é a verdadeira cultura humana.
Enquanto Shiamalan em seus ultimos filmes arrisca a carreira para impor esse "retorno" as raizes ficcionais... Gondry escracha numa comédia de sem muito rir mas se entreter com os amadorismos dos cineastas que reproduzem filmes memoráveis na sua casa...
A trama se confunde tanto com as mensagens que fica até dificil achar no roteiro algo que seja verossímel: - A maquiagem visionária do personagem de JACK BLACK que acaba fazendo-se desaparecer nas grades, o pseudo-documentario de um músico que ensina-nos sobre o cinema e seus pseud0-fatos e os comentários morais de filmes até então inquestionáveis.
Assim como SANEAMENTO BASICO (filme de Jorge Furtado) as pessoas ao se verem por um absurdo destino em contato com o registro e a inventividade das imagens, participando inocentemente de uma brincadeira despretenciosa... mal sabem que a maior dos pretensiosos hoje é aquele que pede... via homenagem ao cinema... que as pessoas rebobinem-se para um passado que não lhe façam esquecer de sua inocência.

quinta-feira, 26 de março de 2009

CARCAÇA DE SITCOM


Todos vão comparar CHOKE com o indefectível CLUBE DA LUTA.. e como literatura temos que reconhecer que o autor PALANIHUK tem a capacidade de se superar a cada livro... mas o diretor CLARK GREEG não é DAVID FINCHER definitivamente. O livro é sujo e violento enquanto o filme mais parece um sitcom para adolescente... fora uma ou outra cena mais picante mas nada do que de vez em quando é visto por aí.
Prova de que um bom material em mãos amadoras e covardes praticamente definha toda a expectativa que voce havia criado com o livro. Pena por que atras da metáfora desconfortável e desfile de demencias proposta pela história , há uma alma pedindo socorro... angustiada e sufocada ( como a infeliz tradução do filme ) e a busca de um acontecimento unico que mude sua vida , e que nos empurra a falsas divinas revelações de nossas origens. Tudo isso acontece no filme, infelizmente num ritmo pobre que constrangeria se não fosse as dignas atuações de SAM ROCKWELL e e de algumas pérolas como "o pior dos boquetes é mais belo que a mais linda rosa". Os valores religiosos e romanticos ironizados pelo sexo casual seria obra-prima na mão de um diretor que fosse menos "televisão".

OLHANDO AS FIGURINHAS


O LEITOR é o típico filme contemplativo/intimista... algo que vem invadindo os roteiros que parecem estar submetidos a uma quase-censura. Imagino que há milhoes de cineastas apaixonados querendo exprimir sua arte... mas os grandes estúdios estão de olho em que mensagem deve ser passada (claro : aquela que inspira objetivos comerciais... que garantem o retorno do investimento ou patrocinado por interesses politicos mundiais), ao distribuir de forma massificada tal filme... As consequencias são de que as grandes produções passam por medíocres e as independentes sofrem o limbo da obscuridade.
Nesse caso, a obra de Daldry é carregado daquilo que não pode ser violentado pelos marqueteiro dos estudios: tecnica...Fotografia precisa e definitiva para o filme... entretanto não é só de figurinhas que se vive o in-leitor... A questão levantada envolvendo o holocausto no meio a um aprendizado sexual soa artificialmente mesmo com o esforço dos atores. Até é duvidoso o Oscar dado a Kate Winslet que apesar de ser uma atriz completa inpira desconforto mediante sua interpretação.
Ou seja: Um penetra na entrega do Oscar que acabou roubando a vaga do Cavaleiro das Trevas que ao menos desconstroi o cinema pop.

sexta-feira, 20 de março de 2009

CIDADE DE KRISHNA


O entretenimento está chegando ao limite... não porque haja um limite... o limite é imposto, pelo menos para o grande público que é responsável pelo ônus do mercado cinematográfico ocidental...
Procurar um ponto específico para agradar a s exigencias dos expectadores de cinema é muito mais complicado hoje para ganhar o dinheiro astronomico que se ganhava anos atras e os independentes tem sido a bola da vez, colocando para fora do eixo americano o grande olhar pop.
A Índia ( e a Inglaterra) com SLUMDOG MILIONARE encontrou seu nicho e abocanhou um gênero que só existe pelo fenômeno provocado por 2004 com CIDADE DE DEUS.
Danny Boyle viu sua possibilidade de contribuir ao estilo de Meirelles o seu estilo e não viu outro jeito de contar a história de um romance destinado e da ascenção de um descamisado a fortuna se não fosse com a ótica de um FILME FAVELA: Sujo, violento , esterotipado e no estilo documentário... dando a impressão de que o realismo e a realidade andam juntos.
Tecnicamente , o filme e impecável... Fotografia , e a inventividade da montagem é emocionante e inovadora... mas nada do que vemos é novo... estranho para um Boyle que sempre privou em seus filmes uma abertura experimental, no drama ou na forma de condução da narrativa ( O Di caprio Videogame de A Praia ainda é a aberração cinematografica original mais importante do cinema moderno desde que Felini resolveu nos deixar).
É como se Boyle resolvesse fazer seu Blockbuster sob a condição de exercitar estilos ( a homenagem da galinha para Meirelles é óbvia).
MAs tudo no oscar inusitado é época... e ver Boyle com aquele careca dourado na mão é mais do que uma justa adequação para o conjunto de sua obra... e como entretenimento SLUMDOG é único... como arte é tão profundo quanto um pires de cabeça para baixo.

terça-feira, 17 de março de 2009

CONTA AQUELA,GUY!!!


ROCKROLLA, é um atestado de que Guy Ritchie é um contador de piadas... e da mesma piada. Como aquele personagem icônico representado por um ator determinado momento da vida e que não larga mais de seu pé, por mais que ele se empenhe em fazer outros personagens.
Ritchie tatuou na mídia sua assinatura em seus primeiros dois filmes: os excelentes JOGOS,TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES e SNATCH-PORCOS E DIAMANTES. E só voltou a ser feliz em Hollywood quando voltou com o mesmo tema.
O cara nasceu para criar gângsters (tantos os malvados como os patéticos) entregando para os atores personagens tão ou quase tão ricos quanto os de Tarantino. A diferença é que a intimidade que provoca é sedutora e você termina a película como se saísse do cinema para conversar com o cara que acabou de assistir.
Dessa vez, como já temos uma certa intimidade com o estilo de Ritchie, temos a tendencia de nos abrisr para a sua proposta dramática. E ele revela o perigo de que há quando um surge num contexto , mesmo que formado por trapaceiros , chefoes e assassinos, alguem que não tem nada a perder ( simbolizado pelo personagem que vive o artista que vive morrendo na mídia e retorna de uma hora para outra de qualquer clinica de reabilitação de drogas)
Mesmo para um mundo amoral, as regras de convivencia existem, a ética não é desprezada , só distorcida... e todos querem continuar no ramo, hora ganhando ,ora perdendo... o que não querem é que alguem venha e imponha uma nova lei que não se entende ou não há o que se entender...
Apesar da análise fazer entender que o filme tem um tom pesado, Ritche conta isso com humor apuradíssimo que quebra o terror imposto do submundo... onde pessoas são pessoas no seu patético rumo a identidade perdida. Como disse parece alguem que conhecemos...

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