sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CINEASTA MALDITO


Tarantino é doente...fato... mas é um doente pop.
Lynch é doente...outro fato...mas um doente gênial.
LARS VON TRIER é doente... aparentemente... o que é mais perigoso...pois ele pode ter razão em tudo que expressa... e se isso for verdade tudo que compreendemos por moral e ética é a mais descabida palhaçada.
Trier estava deprimido quando terminou uma comédia (excelente)e achou que o cinema era pequeno para suas idéias...até que ele veio a explorar uma veia que ainda não tinha subvertido: O TERROR.
Mas é claro que alguém que dirigiu OS IDIOTAS, DANÇANDO NO ESCURO e DOGVILLE , não poderia criar um terror comum, visto que os seus outrosa filmes já eram de terror e ninguém havia entendido.
Foi ai que nasceu a aberração ANTI-CRISTO no qual mais uma deturpação social é convertida por Trier (inspirada de forma subliminar na obra de Nietsche) , a partir de um filme de apenas dois personagens , Willen Dafoe e Charlotte Gainsbourg (premiada de forma justa em Cannes como melhor atriz) , uma fotografia antológica e uma experiência difícil de esquecer comungam em nossos olhos.
Trier precisa estar na contramão da historia, onde a psicanálise e a ciecia racional luta contra o a barbárie da natureza e a mulher acaba sendo a condutora do processo de imperação do caos , sem precisar de motivo, no viés de tudo que é politicamente correto.
Alguns amigos meus vão me espancar, mas há uma certa ressonancia deste trabalho ao espancado FIM DOS TEMPOS do SHIAMALAN, quando se quer anunciar a "natureza" como alg do qual devamos temer, ou que o "terror" humano atribui-se a o que se entende por natureza.
Mas ao mesmo tempo, Lars é um anjo, meio gabriel meio exterminador, que traz via cinema que explora lados humanos inacessíveis e invioláveis... que por conseqüência torna-se o mais desgraçado dos cinastas.
Ou seria alguém que apenas quer contribuir para a análise... pois a historia humana não pode ser simplesmente esquecida e tratada com desdém. Os valores de nossos ancestrais são como os nossos para o nossos descendendes: retrógados , violentos , nauseantes e completamente absurdos.
O cinema de Lars é o que se tem de mais visionário: o sentimento de repulsa que nossos netos sentirão por nossos valores mais caros.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"I'M SPOCK AGAIN"


STAR TREK é maior frankia da historia do entretenimento que para nós brasileiros chama-se Jornada nas Estrelas. Em 1926 , foi criado o termo Ficção-científica... mas foi nessa série protagonizada por um mocinho charlatão, ao comando de uma nave rumo ao espaço sideral,"onde o homem jamais esteve" assessorado por um ET de orelhas pontudas, sob uma estrutura de filme análoga aos filmes de piratas , ou de descobrimento, que o gênero se estabeleceu na cultura de entretenimento. Mas é claro que não ha fórmula que resista ao tempo...a não ser que se encontre as mãos certas para revigorá-las.
O dono dessas mãos chama-se JJ ABRAHMS, que ao estabelecer em LOST um novo conceito de narração, no qual o tempo e a continuidade são apenas instrumentos e não uma prisão dentro da ídeia,vem se tornando o principal nome da ficção (cientifica ou não) dos ultimos tempos.
A terceira releitura feita por ABRAHMS , nesse inteiramente novo STAR TREK , conta com a juventude dos protagonistas e com a jogada de se estabelecer um mundo paralelo para a história, incitando outros rumos (mais dinamicos e menos filosóficos) para a série. Nesse, em ocasião, alem de mostrar o encontro dos tripulantes na INTERPRISE, ele foca no personagem simbolo : SPOCK, levado com perfeição pelo ator Zachary Quinto que inicia a partir desse filme seu estrelato.
O elo de ligação entre as séries fica encargo do ator LEONARD NIMOY (que faz provavelente pela ultima vez seu personagem-encosto e que curiosamente chegou a escrever um livro chamado "I'm not SPOCK").
O vilão encarnado por ERIC BANA, só serve de plano de fundo para que os dois reais rivais: KIRK e SPOCK tenham um objetivo comum,o que acaba sendo o plot que mais se aproxima da série setentista.
Como era de se esperar, o ser humano (ou sua metade humana)SPOCK é o foco, desde a infancia, que faz-nos entender que o que interessa nessa década é o garimpo de uma humanidade perdida ao meio dos discursos tecno-econômicos.
Mas o novo filme veio tambem trazer um aspecto de união de interesses, longe da dualidade arte-ciencia, de outros anos,tratando com naturalidade espantosa temas como viagens no tempo, como que incorporando a grande lição de CLARKE: “Uma pessoa que conheça tudo sobre as comédias de Aristófanes e nada sobre a Segunda Lei da Termodinâmica é tão inculta como aquela que dominou a teoria quântica, mas pensa que Van Gogh pintou a Capela Sistina.”
Encontrar a crise de identidade nos herois de nossos pais é de certa maneira a revelação dá gênese de nossa cultura. Mesmo que em forma de prólogo. Mesmo que paralelamente a história... como alguem que enxerga os fatos de trás para frente.
Ou alguem que simplesmente analisa clinicamente uma década e tenta transmutar valores para uma nova geração de fãs...mas sem ilusão... pois uma quarta releitura possivelmente será uma pá de cal nas orelhas pontudas deu um certo Vulcano.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O MAL NECESSÁRIO


A ficção vem perdendo espaço de tempos em tempos para o realismo semi-documental de algumas produções... Essa foi uma década que se preocupou em ver os fatos,sem julgamentos ou tendencias (tipicas dos jornalistas) e nem sempre a visão de alguem... somente o acontecimento falando por si.
Esse contra romantismo tem ecos na sociedade, que tem tanto acesso para a realidade do ourto escancarada quase que pornograficamente pela internet, que vem a calhar um filtro intelectual de alguem a chamar tua atenção nesse mar de informações.
Quase todos os muros haviam sido derrubados... e até então um lugar era convenientemente trancado a 7 chaves de todos nós: A ESCOLA.
O diretor LAURENT CANTET (do excelente A AGENDA) se impressionou com a verdade nua e crua da educação francesa nos colégios publicos ( que não diferem em nada aos colegios particulares do Brasil) e sem a maquiagem otimista dos filmes americanos de superação da profissão (Ao mestre com carinho, e outros) e colocou em seu ENTRE OS MUROS DA ESCOLA , uma forma incrivelmente verossímel com atores amadores o duelo entre alunos e professor.
O desenrolar da ação que só acontece na sala de aula como um filme de julgamento, tem a crueldade da ironia assim como o suspense e stress de situações de estimulo e controle e todo o jogo de cintura de um profissional que tem que se dividir entre um academico ditador e um humano que se expoe perante jovens que declaradamente não querem estar ali e expõe (as vezes com razão) a pena que é ser obrigado a conviver com diferenças, contrapondo o sistema que os engole por todos os motivos excludentes que conhecemos.
Tão frio quanto a realidade... mostra o quão é efêmero o resultado do processo educacional, em que seres humanos são expostos a uma humilhação contida e por vezes desnecessária... mas mesmo assim , impossivel de analisar uma solução sem a conveniente estrutura de encarceiramento e confinamento (intelectual e físico) de nossas crianças.
O filme é um espião dentro da verdadeira conduta no dia a dia educacional...que por vezes chega a aterrorizar:
Dialogos vivos e honestos... tristes como a guerra... nem redentor e com um unico final feliz: o de que o ano letivo não é eterno.

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