domingo, 21 de dezembro de 2008

DEJA VU A FORCEPS (Funny Games 97-07)

Até hoje o filme violencia gratuita era um da minha lista dos intocáveis. (leia-se impedido por minha proprias regras de comentar). Pela aurea de sagrado que ele me perseguia... ele é um dos divisores de agua na minha carreira de cinéfilo, e seria completamente um sacrilégio tecer qualquer nota infame a esse classico do Michael Haneke. O diretor que surpreende em tudo que dirige ( Codigo desconhecido - Cache) achou que estava esteriotipado por seu publico fiel em ter sempre que impressiona-lo. Pois conseguiu de novo. As avessas. Refilmou quadro a quadro(meticulosamente identico) sua grande obra. O que tem de diferença é a passagem obvia de 10 anos entre o primeiro e o ultimo filme (caracterizada na tecnologia do figurino) e os atores e lingua ( entre eles a inserção de rostos conhecidos como Tim Roth e Nomi Watts e Michael Pitt ) .
Pergunta-se : Por que Haneke tomou essa iniciativa? Por que eu tomei a iniciativa da critica? As duas respostas se confundirão com certeza.

Haneke recebe a proposta de levar o tema de funny games para um publico universal canalizando para a america. Pode ser por pura grana...por que não? mas a oportunidade de mandar uma mensagem no contexto da proposta é tambem uma alternativa. Num periodo em que os filmes americanos conseguiram absorver seu filme cache e Batman Cavaleiro das trevas vem com a ideia de que o mal não tem regras , por que não lembrar que a 10 anos surgia na tela o "personagem" PAUL que interagia com o publico como se tivesse mais intimidade com o lado de fora das telas e ignora completamente os sentimentos dos "personagens" da familia que ele faz de vitimas. O filme é um tema ... um debate... com o publico... tentando acorda-lo de que a violencia esta nos olhos de quem tem o controle ( no diretor e no expectador).
Passar essa ideia da Europa para a america talvez é um recado de que o filme não mudou e sim o mundo... que recebe a violencia "melhor" 10 anos depois da ideia. Ou até pior.. ja que o filme não passou mesmo de uma brincadeira nos cinemas... encarado como tal pelos proprios americanos.
A minha iniciativa deixou de ser um sacrilégio devido a interpretação sofrivel e constrangedora de Michael Pitt comparada a Arno Fritsch do primeiro filme... npo qual fui obrigado a colocar a foto da mesma cena da primeira iteração personagem publico e começa ali a gritante diferença entre os dois atores. Pitt (foto esq) não tem um décimo da ironia sádica de Fritch (foto dir).
A força do filme caiu... naõ... mas talvez um dialogo explica bem o que aconteceucom a pelicula , quando Paul declara que com tacos de qualidade de George tinha já esta entrando no jogo ganho.
Mas a esposa de george ( e Haneke) declara : "O taco não faz o Jogador"
É...
Nem o filme faz o ator

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

RECIFE DE SI MESMO


Outro Lynch , sobre Lynch... Poderia ser esse o simples comentario a se fazer de IMPERIO DOS SONHOS, mas tudo nos leva a pensar que o diretor fez uma antologia revisitada por um espectador personagem que faz uma homenagem ao que ele pode citar de melhor de si proprio. O que dizer de si mesmo e sobre seus filmes a não ser por um filme. O que no final passa na cabeça de alguem? e como filmar a avalanche de conexoes da mente quando se é exposto imagens e sons, sugeridos e provocados? IMPERIO é a vontade de... em video...sem macular a arte é um registro vulgar em cinema digital o que antes foi planejado quadro a quadro e agora é apenas ideias conectadas a todas as intensoes de usar a imagem como linguagem desprovidas de amarras.
Lynch é um homem que deseja apenas contemplar a si... dialogar com o espectador e transforma-lo inclusive em personagem...explicando em metaforas criadas e inventadas por ele mesmo. Sem narrativa.
Estão la cada um de seus leitmotiv: O suspense pelo suspense fazendo-nos andar em circulos com a personagem. A corrupção das personagens para sua existencia. Os roteiros pedindo para serem refilmados. As frases e as ações discutindo sua edição no proprio filme.O cinema é um personagem vivo que vive por si só e todos os melhores momentos o revisitam e querem nova chance de existir.
Curiosamente IMPERIO é o filme mais fácil de entender , por nada ter a entender... Como fotos de um album que pedem para serem revisitadas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A VIDA DOS OUTROS



Usei o maravilhoso título do filme alemão que ganhou o oscar de melhor filme estrangeiro, por que deve-se homenagear essas raras excessões em que um título cabe perfeitamente com o que vemos na tela( Há de se conver que quem coloca titulos de filmes no Brasil é um anti-genio).

O filme poderia passar apenas como panfleto que denuncia a vida sofrida dos artistas na alemanha oriental, no fim da guerra fria, calcada na necessidade de opressão e pessoas que viveran a vida apostando nesse tipo de sistema e fizeram sua vida para ser um competente observador da vida dos outros. Muitas vezes o filme fica nessa premissa... mas os detalhes humanos desse vouyerismo pol´tico em espionar a casa de alguem são o que enriquecem a trama...mais que a transformação do carrasco investigador em anti-heroi.

Tirando os coadjuvantes obvios, a fita é melhor concentrada no fetichismo de interferir na vida de quem se vigia. Uma leve referencia é claro a interatividade proporcionada pelos veiculos de comunicação que por um voto de telefone "voce decide" os acontecimentos de tal personagem.

Com prudencia e inteligencia , o capitão Gerd (O fantastico Ulrich Muehe, de Violência Gratuita) age como um Deus em sua cupula e tenta favorecer seus vigiados em troca do despertar humanista que o casal lhe proporcionou...mas acaba descobrindo que não se age mo livre arbítrio de um ser humano.. e por mais que voce coloque em seu caminho sinais e atitudes, impoe direções mesmo que seja para seu bem, não há como prever as reais motivações e o limite de tolerancia da alma humana.

Uma linda metáfora ,mal interpretada pelo grande público, vista mais como um drama inserido em um contexto histórico, mas que denuncia muito mais o mundo capitalista em sua tentativa de coação pelo fetiche do que o socialista pelo interrogatório.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O OUTRO ACONTECIMENTO

Quando Shiamalan fez A VILA, começava uma leve retaliação e alguns de seus fãs ( incondicionais) foram abandonando a ideia de que ele seria um diretor tão unanime quanto foi Kubrick... DAMA NA AGUA jogou um balde de agua fria nos espectadores pseudo intelectuais que so conseguiram enxergar prepotencia em uma simples estoria de ninar...Agora finalmente a sua missão de exorcisar o cultualismo desde O SEXTO SENTIDO esta definitivamente prescrito nesse FIM DOS TEMPOS. A frase é ame-me ou deixe-me...decifre-me ou devoro-te. A impressão que SHYAMALAN quer dar é que ou ele é um visionário, daqueles que querem ser reconhecidos só depois de morto ou é um perfeito idiota. Mas talvez não seja nem um e nem outro. Shiamalan é um contador de histórias com um bom senso de imagens. Esta talvez nos reensinando a dar creditos a um mundo fantastico, em sacrificio de um "bom gosto" padronizado. Nos quer lembrar que cinema é um mundo proprio e não uma procura de reconhecimento de si numa realidade documentada e recriada na tela.
A camera na mão é quase uma dolly. Participamos de uma cena contada pela mãe ao telefone sem ver o que acontece mas presumimos, um personagem de filme que é um possivel namorado assediador tambem não esta ali. Uma mãe perdida em outra cidade...tambem não está ali. Ele passa quase 15 minutos explicando que nem sempre precisamos ver o que se acontece para se aterrorizar... o anti- cinema as vezes é mais eficiente. e quando se vê deve ser praticamente um "acontecimento".
Os filmes B da decada de oitenta nos ensinavam isso, e Shyamalan quer resgatar essa inocencia...rever filmes pelo que se conta e não pelo que se vê. Tornar-se puro e enxergar o simples...ver o sintoma do que é ruim no comportamento e não na feitura. Ser feliz com a falsa realidade e ver que as coisas podem ser falsa no que se ve e no que se diz pode ser o caminho para a comunidade finalmente se veja, se encontre.
O terror da falta de dominioi nos une...esse seria o mais puro dos ACONTECIMENTOS.
NAda tão corajoso quanto o de se entregar ao linchamento

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ACONTECIMENTO


LAVOURA ARCAICA tem sido considerado para muitos o marco zero do "novo" novamente retomado e ressucitado cinema nacional. Esse título é no minimo medíocre para um filme que esta estruturado em acontecer e não estabelecer. A obra não apenas espalha as sementes profanas da obra de Raduan Nassar como é um momento unico na sétima arte em ver nas 3 horas de projeção o teatro a literatura e o cinema degladiar na tela, para um abraço triunfal nos minutos finais da projeção. A cada grito exagerado por entre salivas e verborragia, um leve desconforto critico é agraciado com uma fotografia ocre extasiante. A cada primeirissimo plano superestimado da camera um texto que nos conforta e jubila e num silencio escuro e deprimente um olhar ou uma lagrima em que o ator faz lavar nossa alma. Tres das artes mais honrosas vão se interagindo em uma sede incontrolável pelo prazer...lutando contra nossa ditadura de convenções , num caminho ao encaixe...onde a cópula se realiza em um dialogo magistral entre os choques de geração....quase como uma justificativa da obra existir.
LUIS FERNANDO CARVALHO arremessa arte em cada frame...desesperadamente como suas personagens...que sabe que sua volta causara tragédia, como o sagrado reage ao profano , como a paz reage a espada
LAVOURA quer extase... nossa alma clama pela liberdade criativa...mas quer tambem estar junto a seu povo, no prazer irracional de se entregar aos desejos de beleza.
Ou como diz o texto : desunir para unir....e não necessariamente recomeçar.

domingo, 2 de novembro de 2008

COMEDIA DE ERROS


Sidney Lumet é um daqueles diretores que se deixa esquecer de taum poucos filmes que faz
mas é incrivel como quando aparece , simboliza a epoca que esta vivendo. Isso acontece com ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCE ESTA MORTO.
A degradação da familia atravez de tomadas de atitudes equivocadas... o sonho de uma felicidade continua patrocinada... o fracasso ecoando na pressão do macho americano ..tudo evidencia a preocupação de Lumet em declarar a armadilha que o homem moderno tem-se colocado e de como as gerações passadas criaram monstros alucinados por dinheiro.
Dois irmãos só poderiam ser tão diferentes pelo fato de terem sido jogados a propria sorte... e no momento em que se encontram sem proventos unem-se para vingar-se dos pais que lhe entregaram uma vida de fracassos frequentes...
Talvez seja essa analise bastarda da humanidade contra seus proprios valores... a ruina na propria casa é o descaso quanto aos seus... um retorno as tragedias gregas, com pintura moderna que seria comica e ridicula se não tivesse falando de nossos proprios filhos

domingo, 26 de outubro de 2008

O SACRIFICIO ARTÍSTICO


O que um celebrado Wong Kar-wai tem a mostrar para um publico ocidental depois de se tornar cult, e produzir algumas obras primas como "Amor a flor da pele" e "2046" ( que o nome parece ficção cientifica mas não é).?
Seu primeiro filme em ingles UM BEIJO ROUBADO , fazendo uma avaliação superficial é uma apresentação de seu estilo ao publico medio que não o conhecia. O excesso de seu estilo parece pincelar a tela nas cores, no neon saturado, no fetichismo ,na maquiagem dos atores, no close que procura a emoção e no obturador da camera aberto que chama a atenção as vezes desnecessariamente de momentos da trama.Tudo parece uma sequencia de assinaturas do que de melhor deu certo na direção de seus outros filmes.
Essa tentativa desesperada de comandar o filme pode ser intencional...Em alguns aspectos:
Didaticamente, escolheu revisar seu proprio cinema sob seu ponto de vista da comunidade com a qual estaria lidando: Exteriorizando na propria obra a lição de que nem a arte sobrevive aos excessos e banalizar os recursos visuais enfraquecem o conteudo e a essencia humana.
por outro lado ele queira com isso estar a frente do projeto acima do que se vê para dar sentido a escolha de seu nome e com isso salvar NORAH JONES do peso de protagonizar pela primeira vez uma personagem no cinema (ela que vem de outra linha artistica) com tantos coadjuvantes de peso. Até a cena (profetizada de forma infeliz pelo titulo em portugues) do beijo é mais importante que todo o conjunto, feita para tornar-se antológica.
Se foi isso, esse sacrificio de sua arte é nobre,e ele mesmo livre do peso de sua estreia estaria pronto para livrar-se da suas proprias assinaturas para ousar agora como cineasta.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O DESCONHECIDO EM NÓS


O que nos faz procurar algo em nós que nem mesmo sabemos do que se trata? O caos? A furia da natureza? O desconforto do terrorismo? Ou simplesmente o desconhecido fora de nós.
Do que precisamos para percebermos esse desconhecido em nós?
A ilusão da certeza é a linha central da obra O NEVOEIRO idealizada por Stephen King e forotgrafada por DARABONT. E tudo começa com a incerteza, mas grupos isolados em um supermercado poem a prova tudo o que sabe sobre a vida, para enfrentar o sobrenatural atras de um nevoeiro metáfora. Claro que somos envolvidos pelo roteiro em se identificar com um pai de família que leva até as ultimas consequencias na proteção de sua prole, que segundo parâmetros morais das pessoas presas jutas, ele parece na escala de valores o menos pior ( o que acaba no microcosmos sendo o melhor e é por ele que torcemos.) Porem ao ignorar e excluir a mulher que é a primeira ao sair do supermercado atras dos filhos estamos tambem no time dos que se escondem que se dividem entre os covardes os céticos os fnáticos os culpados ou desesperançosos.
E se por algum momento julgamos, fazemos coro ao protagonista do filme por uma mera acomodação que um cinema de terror nos impõe de escolher um vencedor ou alguem que empunhe a bandeira no final feliz.
Mas nada disso acontece no filme, mostrando apenas que os certos não estão entre nos... que desenvolver uma ética sobre o menos errado é apenas prorrogar o erro. E que somos todos guiados a comportamentos regidos pela cultura social e quando a indiferença da natureza o ataca, voce toma finalmente suas verdadeiras decisões perante a vida, sem dar conta se esta certo ou errado.
No final, todos pecam, e sempre há um preço a pagar pelo que voce entende da vida, as vezes com a propria vida ou daqueles que voce ama.
Do que precisamos para percebermos esse desconhecido em nós? Do cinema.

domingo, 19 de outubro de 2008

OLHOS DE "VER"

Ainda estou sob o efeito das emoções despejadas por BLINDNESS,por isso peço desculpas se meu humilde comentario sobre essa obra ( não o filme mas o que SARAMAGO e MEIRELLES fizeram em minha alma) não tenha a cor exata do que quero expor.
A quase um ano venho vendo o filme em minha mente, quase que montando como se eu mesmo o fizesse, como um periodico exame pré natal d. Li o livro, acompanhei cada notícia e me permiti conhecer segredos antecipados da adaptação pelo Blog que Meirelles deixou, o mesmo que me inspirou a fazer este que voce esta lendo.
Essa maratona me rendeu emoções que nenhuma outra obra intelectual me causou. EssasMidias conjugadas (CINEMA, LITERATURA E INTERNET) me permitiram"enxergar" muito mais do que eu poderia imaginar. Para isso terei que comentar em partes:

1
Na projeção eu não conseguia ser um tradicional expectador. Algumas falas eu sabia de cor, sequencias me pareceram logicas e já havia imaginado cada ator em suas posições, o que salvava as surpresas eram a montagem e as soluções quanto aos coadjuvantes , que eram para mim naquele momento mais ricos e por isso mais emocionantes as suas aparições.

2
È compreensivel e notorio a pressão da produção,principlmente com um dos materiais de mais riqueza dos ultimos tempos, o filme foi asseptico mesmo nas cenas mais nojentas, quase que com medo de imacular ou sujar a mensagem da obra. A fotografia branca em nenhum momento expunha o sujo contido na alma das personagens.

3
Por vezes me pareceu que a necessidade de mostrar-se visualmente tecnico ( tendencia de publicitário de mostrar uma boa idáeia para cada micro filmagem) desprendeu o filme da unidade dramática que funciona no livro. O que me fez pensar que certas coisas que são de uma arte, não há necessidade de ser transportada para a tela. Frases funcionam por si, contextualiza-las acabam apenas decupoando sob o ponto de vista do diretor deixando todos "cegos" pela imagem imposta.

4. A sensibilidade de Meirelles esta na forma como ele capta a atuação do personagem. A camera opta por sempre gravar a emoção ou o que sobra dela e isso parece ele ter sido desafiado por SARAMAGO em procurar "aquilo que não tem nome que é o que somos"

5. E finalmente podemos ver que a escola cultural dos mortos-vivos de ROMERO tem sua ressonancia numa metáfora humana, que o toque realista da camera na mão de MEIRELLES que nos chama atenção que o pior cego é aquele que não quer enxergar a propria cegueira

Sai do filme como alguem que sai de uma maternidade de um filho que não é seu,mas que torceu para que tivesse saude por todo empenho e emoções que ele causou na sua concepção. Agora ele é do mundo. Que seja visto. Por TODOS QUE TENHAM OLHOS DE 'VER'

domingo, 5 de outubro de 2008

PRENDA-ME SE PUDERES

Há definitivamente algo absurdo quando um individuo chega a um momento onde todos os recursos estão a suas mãos para se fazer o que desejar. SPEED RACER é o cúmulo desse recurso. Com a definição apocaliptica de MATRIX os irmãos Wachowski eram semi-deuses e poderiam fazer o que quisessem.Pois então resolveram brincar com esse poder e contar uma comédia familia de um desenho da decada de 60, mas sem entregar ao estudio a espectativa visual que seus outros filmes carregavam.
O exagero visual é quase desprezivel, intencionalmente, cujo ritmo da montagem tinha de ter um fundamento dramatico. Nada é ao acaso ou contado melindrosamente. O dom natural da corrida herdado pela familia poderia muito bem se encaixar com qualquer profissão...inclusive a de cienasta.
As corporações compram o resultado , levam os talentos e continuam enganando plateia no mundo todo...mas a esperança de que alguem rompa com a roda viva desses manipuladores é tão emocionante nessa fábula lisérgica que é impossivel não torcer mesmo sabendo que ele ira conseguir.
Será que não é isso mesmo...sabemos que chegaremos lá e tambem sabemos que se não houver essa torcida familiar não ha sentido na conquista? Nos unimos pelo reconhecimento da habilidade de um de nós?
Prenda os Wachowski se for capaz...go Andy...go larry



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

EQUÍVOCOS DE LUXO


Um nome pode ser tudo em Hollywood, principalmente com a abertura e uma cultura calcada sobre as personalidades, e criar um mito novo no mercado pode ficar caro para uns e outrs distribuidores.
A ideia de destilar a vida de Francisco de Goya em SOMBRAS DE GOYA é no minimo inteligente mas a intenção as vezes pouco tem a ver com a competencia.
Milos Formam na direção é no minimo expectativa e um rol de atores do naipe de Natalie Portman e Javier Bardem deveriam garantir o espetaculo, ao inves disso.. tudo caminhou para um retrato distante e burocrático de uma historia no qual estamos passivos a uma historia repetida e quase mediocre sobre inquisição e censura.
Há de considerar que a reprodução de época é infinitamente superior a produção " A OUTRA " com a mesma tematica porem ares de dramalhao mexicano, mesmo assim o envelhecimento da linguagem remete a impressão que nada se ousa quando nomes pretendem gaanhar dinheiro.
É possivel se concluir que não há espaço para se resgatar velhas formas de se filmar se tal procedimento não obtiver uma aura cult, ou pelo menos leituras competitivas a enfoques atuais

terça-feira, 29 de julho de 2008

QUEM AMADURECEU AFINAL?


Quantas vezes depois de certo tempo, com novas referencias e valores adquiridos, com o tempo calibrando nossa impetuosidade, temos a chance de retomar velhas discussões que não se encerraram e acabaram evoluindo principalmente em nós mesmos?
Almodovar vem para RETOMAR (VOLVER ao assunto ) que discutia na sua juventude e que por razões óbvias de sua visão contemporânea, nesse delicado filmes que mais parece uma versão didática de seus próprios filmes ( e talvez por isso a narrativa agrade mais).
O uso de seu estilo em cores e diálogo é praticamente pano de fundo para uma conversa. A trama da mulher que esconde o marido assassinado no freezer pertence a uma história ignorada pela escritora de "A flor do meu Segredo", que era vista como uma aberração e hoje, "volvendo" a idéia, se torna plausível aos valores dos dias atuais.
O peso desses assuntos retomados não são mais vistos como incompreensíveis, por isso os fantasmas pode voltar, eles não serão mais julgados como antes.
Por esse ponto de vista "Volver" se torna um indicador que talvez nosso olhar tenha amadurecido para entender finalmente Almodóvar.

PS : É claro que Almodóvar enxerga na alma feminina o discernimento para vialibilizar a volta de tudo que um dia era imperdoável.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

KUBRICK E OS OLHOS DE ROBÔ



A natureza humana é arrebatadora quanto a sua vontade de transformação do meio a favor de sua adaptação ao espaço. Quando alguma tecnologia favorece o bem estar humano acaba provocando a adaptação muitas vezes da propria sociedade a favor delas. É a pura relação homem-tecnologia discutida nos cafés filosóficos.
Essa introdução caberia perfeitamente a uma análise de 2001-uma odisséia no espaço, porem quero falar do 2001 do inteligentissimo Andrew Stanton e a razão por ele ainda pertencer junto de Brad Bird nas cabeças da PIXAR. O filme é WALL-E.
O filme não só reverencia o classico de Kubrick , como tambem aumenta a discussão e utiliza da mitologia cinematográfica com seu divisor tecnológico crucial: DO CINEMA MUDO PARA O FALADO (enquanto em 2001 é DAS MÂOS VAZIAS A FERRAMENTA)
O timing de Chaplin e todos os mestres do cinema mudo estão lá, observado por uma camera diferente, quase de vigilância, até o momento em que o obsoleto Wall-e é levado para a realidade obesa e ignorante da nova humanidade ( dominada por um robo bem a estilo do HAL) onde o ritmo e cores mudam e exigem outro tipo de dinamica e humor.
A mensagem é clara quanto ao que devemos cuidar em nossa educação: Somos os macacos do Kubrick e não os Wall-es de Stanton (pois até Wall-e quer experimentar o que temos de melhor : nossos sentimentos) mas que para desfrutarmos de toda essa ciencia precisamos olhar para os nossos registros e de contemplar a beleza do que somos capaz de criar, e o cinema ajuda a entendermos essa mensagem ( Wall-e ama "ALO DOLLY").
Quem sabe a humanidade perceba em tempo que o excesso de informações pode nos fazer esquecer nossa humanidade. E que esse magnifico filme não seja apenas visto daqui a 700 anos apenas por olhos de robô.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

PARADOXO COMICO


Não será o primeiro a dizer mas sai muito cansado da sessão que tive ao ver BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS. O filme em si é uma pressão dos produtores, roteiristas e diretores em cargo da alta expectativa produzida por eles mesmo desde o ótimo ( agora só bom ) BATMAN BEGINS. O filme tinha que bombar, de qualquer jeito, em vista da gigantesca campanha de markenting produzida a um ano e de milhares de dolares na produção.
O pessimismo é tão bem articulado no filme que até as doses de humor e as atribuições esperançosas da humanidade soam artificial e deslocadas. Graças talvez ao sarcastico e magistral desempenho do finado HEATH LEADER e de todo o roteiro concentrado em AARAON AKCHARDT que tem em seu plot uma magnifica solução ao DUAS CARAS , o que era um pálido vilão. DUAS CARAS e CORINGA são os contrapesos do filme segurados por (BAtman?) não... JIM GORDON que é o personagem que segura a discussão.
As cenas de ação são evasivas, bem ao estilo de MICHAEL BAY só ofuscada pela excelente conduta dos personagens, colocando em cada um motivos tridimensionais para a maior riqueza do filme. O unico que destoa , mas de forma profunda é o Proprio CORINGA que lhe cabe uma aurea de amoralidade que o coloca alem das motivaçoes e pedra fundamental da mensagem do filme: Até que ponto chega a incorruptibilidade?
Estranhamente pode ser a própria motivação de CRISTOPHER NOLAN que quer queimar o dinheiro que ganha com seus projetos, que quer mostrar que todos tem seu preço , que heróis são mitos , que muitas vezes as cicatrizes em nós não tem uma origem especifica e que há muito mais ideias atribuidas do que originais no cinema. Ou seja: o maior herói de Nolan é o CORINGA... Porem seu maior representante teve um fim pior que seu personagem...o que não deixa de ser um paradoxo comico.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

VOCE DECIDE DE VERDADE


Quando "Genio Indomável" ganhou o OSCAR de roteiro original desliguei imediatamente a TV, estava torcendo por Desconstruindo Harry. Mas Hollywood passava por um processo de ideologia pseudo independente onde a história (dos autores) atras do filme era mais importante do que o filme em si. Assim Matt damon e Ben Afleck Ganham seu OSCAR como roteiristas... Paul T Anderson ainda não...
11 anos se passaram e MEDO DA VERDADE corrige as honras para Ben Afleck: o amadurecimento lhe abre os olhos para dois pontos: Afleck é muito melhor atras das cameras do que a frente dela e seu irmão Casey é o verdadeiro ator da família. è claro que a escolha de uma história como a de GONE BABY GONE seria difícil de receber vaias, mas não é assim tão fácil decupar cenas em que se atem a ambiguidade de suas personagens ( Morgan freeman e Ed Harris são escada para Casey Afleck e aparentemente com muita honra)mais do que o mistério que permeia a trama.
Há pelo menos dois momentos felizes do filme que só têm o peso dramático necessário por que as outras cenas vão progressivamente preparando o espectador. Criar tal afunilamento prova o domÍnio de Afleck pela obra e do conjunto dos atores ( com excessão de Michelle Monaghan que está no filme apenas para duas cenas que demonstra a irracionalidade do instinto materno transferido).
Quando um filme lhe faz opções morais e sinceras, misturadas a um filme noir moderno, somos obrigados a dar a mão a palmatória a um diretor que já se escondia atrás de uma celebridade medíocre e hoje submerge do naufrágio em que seus agentes forçaram a se submeter.

terça-feira, 1 de julho de 2008

O NOIVO CADÁVER


Não há como não louvar a parceira entre Johnny Deep e Tim Burton, que podemos ver tambem em outros medalhoes ( Scorcese e De Niro e recentemente Mortessen e Cronemberg ), e só essa quimica permitiria a Burton a se arriscar um musical de pessoas que nunca cantaram...

Isso explica o resultado de "SWENNEY TOOD", musical do teatro setentista extraido dos palcos para o cinema. A cautela para tal projeto foi extrema...tanto que o cinema ficou a desejar. A economia de numero de tomadas é visível parecendo dispensar um grande tempo para acertar o timing dos atores para com o ritmo do musical. Apesar de fantasticos , o desconforto nos olhos dos atores salta aos olhos. Tudo é comedido a uma interpretação a merce da musica que eles acabam dublando enquanto rodam a cena, Talvez para não tirar a atenção do excelente trabalho da direção de arte.

Alias, o casal é uma versão macho=femea do proprio Tim Burton, e podemos ver sua identidade sombria em diversas passagens ( Tood segura a navalha e grita: -Agora minhas mãos estão completas - seria Burton segurando a camera?)

Comparando musicais, a NOIVA CADAVER, é muito superior , mas Johnny Deep consegue acertar a mão fazendo um Swenney Tood amargo e sóbrio sem o maneirismo costumeiros de suas outras personagens, sendo o silêncio seu maior aliado na interpretação. Helena Bonhan Carter até tenta , mas ainda esta longe de carregar na voz tantas canções solo.

Enfim (detesto terminar um texto assim, mas enfim..) O redundante Burton despeja no cinema mais um mote obscuro da vida, buscando a perfeição em um sonho onde a verdadeira beleza humana está em suas mais escuras cores..

segunda-feira, 9 de junho de 2008

COMO É VERDE MEU VALE


As criticas que leio sobre "Desejo e Reparação" de Joe Write não são satisfatórias, coisa que me fez me preparar para ver. A espera foi imbecil. O filme é uma obra prima, e o seu não reconhecimento só me leva a crer que existe um olhar de má fe com o cinema ingles.
A narrativa construida em torno de um romance interrompido por um engano é cruel e belo, tratado com uma pseudo esperança em berrantes cores verdes (o vesitdo mais belo do cinema) que emociona em cada solução artistica escolhida pelo diretor. A trilha sonora é tão inovadora que é dificil distingui-la na propria edição do som, que inicialmente parece ser displicente mas acaba contextualizando o enredo. O tempo do filme acelera e retarda nas ocasiões necesárias,dando o foco das devidas emoçoes. E finalmente um plano sequencia de tirar o folego.
Write traz um folego ao cinema sem saber que os tons verde nos dão esperança de que há ainda espaço para arte , tecnica e sensibilidade...mesmo que atraves da lembrança de que nenhuma mente no mundo é capaz de criar o surrealismo que óticada realidade possa proporcionar.

sábado, 24 de maio de 2008

NA VERDADE SELVAGEM


Há tipos humanos que necessitam serem admirados pelos seus atos..mesmo que eles não saibam disso... e depois pode-se perceber muito tarde que suas vidas toda correram atras desse objetivo e ao ir aos extremos, onde chegam onde é tarde recuar. Mesmo assim , a intensidade dessa jornada pode ter valido para alguma coisa. Pelo menos para seus admiradores.
Essa premssa ao meu ver inicialmente justifica o protagonista de "Na natureza Selvagem" e as intenções de Sean Peen de filmar tal historia, baseda em diarios e relatos de familia e conhecidos de um andarilho que largou o mundo de riqueza para morrer de inanição no alaska.
O olhar de Penn é mais otimista do que foi propriamente a vida de Alexander Supertramp, e para tal missão , Penn arriscou uma narrativa que foi aos limites de sua pequena experiencia como diretor. Felizmente nos entregou seu mais belo filme, onde no silencio e na procura de justificativas nos prende por mais de 2 horas numa mediocre aventura de fotografias.
Mas há algo no inconciente coletivo para admirar seres que se abstem da sociedade forjada para se atirar num mundo "selvagem". O proprio Herzog chega nessa conclusao em "O HOMEM URSO". MAs uma conclusão que talvez todos esse caras:admiradores e aventureiros não querem ver é que talvez só a morte na solidão e na indiferença da natureza torna sua viagem mais interessante para os cineastas .

quarta-feira, 21 de maio de 2008

ONDE OS FRACOS SÃO A MAIORIA


É possível postar um mestrado antropológico inteiro sobre a necessidade do macho humano desde sua infancia posicionar-se como vencedor. A pressão de estabelecer-se como um simples pai de família ou como líder de um bando de assaltantes trogloditas é o que faz dessa pequena fábula denominada de "OS INDOMÀVEIS" uma justificação de personagens em que lutam contra suas fraquezas para atingir a sensação de que há mais do que a vida pela simples sobrevivencia.
Ben Wade (Russel Crowe) destila onipotencia intelectual e transcende a armadura que a vida lhe obrigou a vestir quando pode em pequenos diálogos dar amostra do ser humano sensível e altruísta esmagado pelo assassino impiedoso no qual se tornara.
Não por acaso a película me remete a um personagem não menos conhecido de nosso país, Lampião, que tem uma história análoga, que sobrevive a nossa cultura pela complexidade que Virgulino foi.
Apesar da coragem ser a mola mestra do conto, a fraqueza é que une o Ben Wade a Evans ( Cristian Bale) ´que tem mais medo da vida medíocre que poderia levar do que do impiedoso assassino. É isso que desmonta Wade que encontra em Evans alguem merecedor de seu unico ato de benevolência da vida.
Ápesar de filmograficamente novo, o ritmo do filme é tão velho quanto a sua primeira versão, e faltou ousadia do diretor James Mangold de inserir um olhar mais "moderno".
Fica como uma boa história para contar aos filhos, e aos mocinhos e bandidos dentro de cada um de nós.

terça-feira, 15 de abril de 2008

UM OSCAR AMARGO


Essa é a segunda postagem sobre esse filme.. e nem consegui reve-lo...talvez não será a ultima também pois ONDE OS FRACOS NÂO TEM VEZ ainda me assombra. Como Chigurh
Não pelo terror intencionado pois esse que talvez será o filme mais comentado dos Coen, mas pela constatação da moral humana teorizada já pelo livro que profetiza que o mundo não é mais lugar para velhos...conceitos...
A maravilhosa armadilha criada por esses dois malucos que praticamente desprezaram a entrega do Oscar, tinham um pseudonimo na edição e só não dizem ter se arrependido do filme que fizeram por que ele já não era mais deles , era uma catarse coletiva.
Ele estava travado na garganta , como uma espinha atravessada, e muitos me abordavam para uma luz no anti-climax que eu não sabia se tinha visto.
Até que infelizmente entendi. "os fracos.." são dois filmes... Um cuspido pela perplexia da personagem de Tommy Lee Jones na contemplação dos indicios de que ele era apenas uma voz sem eco em sua propria vida. E outro filme escracha a espécie humana e seu comportamento perante seu destino inevitável. A desilusão do paralelismo ser levado até o final não é culpa dos diretores e sim da coleira hollywoddyana impondo o mundo surreal de que todos se encontram ao final das duas horas de projeção de um pós-western. Em O GANGSTER de Ridlley Scoot as histórias se encontram se voce quiser ( até o JOSH BROLIN está lá).
Portanto, não brigue com o desconforto que o filme te traz, ele não foi feito para finais felizes.
E se o mundo premia com alegria uma das mensagens mais pessimistas dos ultimos tempos, se os Coen se negaram a fazer um filme celebração para brincar de arautos malditos e foram recebidos com ramas nos pés, realmente não há o que comemorar. O mundo parecer querer a as escolhas de Chigurh. Ou pelo menos o trauma de te-lo conhecido.

quinta-feira, 20 de março de 2008

CINEMA EM CAUSA PRÓPRIA


Wes Anderson trocou a terapia pelo cinema...isso faz 5 filmes. MAs a de se considerar que ele é daquele tipo de diretor cuja obssesão só faz bem a humanidade: Viagem a Darjeeling é seu filme-exorcismo. Seu talento visual inegável , misturado a uma cenografia fantastica, cede praticamente 3 filmes em 1 (quatro, contando com o curta inicial). O primeiro filme é sobre as diferenças familiares a se acertar independente se estão sobre um contexto marivilhosamente cultural, cujos dialogos poderiam ser ditos em qualquer lugar e praticamente ofuscam a arte ao redor dos personagens. O segundo filme é o olhar ocidental para a cultura intraduzivel dos hindus, onde complexidade e poesia se misturam de forma até cruel. E o terceiro filme são as referncias sobre si mesmo , tanto na trilha sonora , quanto nas mensagens subriminares (Bill Murray perde trem e metaforicamente o filme, os personagens autobiográficos de Jason Schwartzmann e Irfan Khan como coadjuvante de luxo).
O desafio agora de Anderson é mais do que simples. Parar de falar de si mesmo para usar toda seu ponto de vista e travellings em camera lenta em uma leitura do macro cosmos, ja que seu mundo foi fechado com chave de ouro.

quarta-feira, 19 de março de 2008

A CELEBRAÇÂO DESMASCARADA


Voce esta vendo Brad Pitt nessa foto? pois é. Ele é o anti-protagonista (?) do filme " O ASSASSINATO DE JESSE JAMES PELO COVARDE ROBERT FORD". Nome comprido-fillme comprido.
O western jah a muito tempo tem tido um revisitamento pelos diretores. Tambem pudera. Quanto mais distante de uma época , menos se entende. A audacia do filme no entanto é colocar em cheque o galmour americo-mundial de colocar celebridades em patamares desmerecidos. O filme nãoi existiria sem Brad Pitt, mas Casey Afleck como o algoz profetizado no título tem ua presença muito mais marcante para os expectadores. Por que? por que os milhões de anônimos são muito mais parecios com ele do que com sua celebridade favorita.
A falta de ação é um tapa na cara dos que se deixam levar pela idolatria. O filme conduz a história de que nem para quem cultua , nem qem é cultado a vida faz bem. Mas a amarra é a mesma: CAusa e consequencia. Um filme onde as pessoas estão em segundo plano quanto ao plano, dirigidos de forma excepcional e que tem a leve pretensão de amadurecer sua nação perante seusi intocáveis ídolos.

90 por 80

A amizade entre Quentin Tarantino e Robert Rodriguez é quase obsessiva. Dois doentes que conseguem viver amoralmente dentro de um respeitado e seleto grupo de diretores que parecem estabelecer suas proprias regras em Hollywood. MAs não se enganem. Os dois só se mantem unidos graças a uma troca de masturbação intelectual, regida por um Tarantino enciclopédico, guiando um talentoso aluno mexicano cuja criatividade surpreende o mestre.
O Primeiro tempo de um filme duplo apelidade de "GRINDHOUSE" veio paro Brasil na forma de "PLANETA TERROR" criado para ser antológico. Tarantino bem que tentou ensinar Rodriguez, mas este tem valores noventinos muito enraigados para transportar-se para as importancias oitentistas. O que acabou resultando foi um filme que é meio paródia- meio homenagem. MAs não de todo ruim. Algumas cenas apresentou um Rodriguez muito mais maduro, talvez por estudo ou talvez influencia do espetacular SIM CITY ( uma obra de humildade, onde um diretor se rende aos Storybords de Frank Miller). O filme traz o novo Nick Nolte (Josh Brolin) que sinceramente... me assusta ( para o bem e para o mal) e apesar de divertida , a pelicula enfrenta os cacoetes atuais embalados num produto tachado como trash. Somente no seculo XXI se permitiria colocar uma metralhadora numa dançarina perneta (onde todo o filme não se decide propositalmente em qual perna ela esta). Os anos 80 levava a serio seus trash.De certa forma esse respeito faltou e por incrivel que pareça, esse desrespeito fez com que Rodriguez apresentasse a sua melhor câmera.

domingo, 9 de março de 2008

ODE AO FRACASSO


O comentario que eu tenho a fazer de "Pequena Miss Sunshine"(de Jonathan Dayton e Valerie Faris) estava adormecido quando um amigo me pressionou na parede para finalmente me posicionar.
Lido algumas duras criticas quanto ao filme se apresentar como um produto medíocre feito para dar certo elevantar o animo americano com velhas filosofias de que a esperança é o que move os vencedores, encontrei o ponto aonde estava estabelecida minha opinião.
O filme foi o que pode ser digerido de uma leva de diretores (Payne, Solondz..) que pisam com chuteira de travas de aluminio a classe média americana que não admite o fatalista fracasso pré estabelecido. Sunshine é uma mensagem das classes que foram enganadas com o Americam waY oF Life, que estão dispostas a sacrificar o lugar ao sol prometido, por uma nova perspectiva que lhe possa parecer honesta. O fotograma acima é um simbolo das classes que clama por vingança, que como em marcha aparecem rompendo os valores tentando ferir (ao colocar a pequena gordinha July num concurso de beleza)o que o país mais tem de caro: seu puritanismo estético.
Até o formto tragicomico-road-movie , tão apreciado pelos americanos é rasgado por uma Kombi amarela caido aos pedaços, com fracassados hasteando a bandeira das causas perdidas, é proposital.
Apesar de não ser uma obra prima, o filme é de certa forma uma atitude que pontua a genialidade; Utilizar-se da sua simbologia medíocre para elevar o espirito dos que se encontram no ponto zero de seus sonhos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

BEM VINDA NOVA ROUPAGEM!


Ok... Mais uma animação... voce ja deve estar desconfiado de que é meu fetiche... mas... é irresistível. As expectativas do trailer do filme "TA DANDO ONDA" não eram nada promissoras. Mas a COLUMBIA PICTURES pagou pra ver a ousadia de utilizar a piada de se filmar em primeira pessoa (como fez nos extras do "Os Sem Floresta") e criou um surpreendente pseudo documentario sobre pinguins surfistas.
A pesquisa intensa sobre o mundo do surf é notoria. E cabe aqui dizer que a película é um profundo respeito a uma categoria de esporte que tem uma aura pejorativa dos outros. E o ritmo não-continuo de um documentario é o grande triunfo do filme, colocando verniz historico nas cenas em sépia de resgate de antigas filmagens em super 8 da decada de 60.
Claro que a estrutura emocional do jovem pupilo rebelde e sua relação com o aposentado mestre não é nova , mas a narrativa proposta prova que uma velha história pode ser contada de inumeras maneiras, revisitando os aspectos morais que incentivam perseverança e altruismo acima de valores menos nobres, como ganancia e competição desmedida.
A indicação ao Oscar ( apesar de estar atras de Ratatouille) é mais que merecida pelo momento feliz e inspiração e como uma ideia pode seduzir profissionais, a fazer de uma historia simples um espetaculo cinematografico.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

TIREM O POVO DA FOSSA!


Alguem falou que a classe média é pobre demais para ser rica e rica demais para ser pobre. Pode se dizer algo parecido com SANEAMENTO BÀSICO O FILME de Jorge Furtado. O filme é inteligente demais para ser um blockbuster povão e simples demais para ser um filme cabeça. Ou seja, equilibrado e urgente para colocar em nossa retina a imagem da alma da cultura presente de nosso pais.
Problemas brasileiros que não sejam de favela é um alivio em nossa cinematografia. Furtado alinhava um dilema que precisava ser abordado urgentemente: De que devemos livrar nossas crianças? de colifórmios fecais ou de ostracismos culturais? Do que estamos doentes na verdade? Voce tem sede de que? Num tom irônico e magistralmete conduzido pelos atores, o filme revela de como o cinema é um artigo de luxo e de que mesmo na ignorancia a necessidade cultural se revela dentro das casas e o menor contato ilumina o ser humano nas trevas do descaso.
Privar-nos da cultura em pró de necessidades basicas cuja incompetencia governante faz criar uma eterna dívida ao nosso povo é tão imbecil e criminoso quanto a censura foi nos anos 70.
O pior é que a classe média é a que mais se sensibiliza a sétima arte, e que deveria transformar a mensagem em atitude, como fizeram os apaixonados e primitivos personagens de SANEAMENTO, como fez o próprio Furtado.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O PASSADO QUE NOS ENSINA


Tudo o que se deseja num bom projeto visual é que ele possua ferramenta suficiente para que ela abra caminhos, estabeleça uma relação sensorial e crie um processo mítico.
Rever trabalhos no qual a limitação expõe o criativo é uma liçao sem igual para olhos técnicos.
O expressionismo alemão, que usa da imagem indireta, sua melhor bandeira, tem em "O GABINETE DO DR CALIGARI" seu melhor representante. Não só por iniciar uma linguagem que hoje denominamos de Terror Psicológico, mas que consegue expressar as possibilidades que a sétima arte poderia nos conceder.
Os closes pacientes, o cenário distorcido , a extravagancia dos atores e a narrativa em flashback (ousadissimo na época) puxou para o alto o exercicio fílmico entregando ao espectador um exercicio cognitivo de onde faria com que ele pudesse apreciar as idas e vindas no tempo de uma história. Nada mais obvio em dizer que inumeros artistas como Hitchcock , Kubrick e Shiamalan nunca atreveriam-se a filmar se não fosse por essa obra -prima (na raiz da expressão) de Robert Wiene produzida em 1919. Rever o "GABINETE" foi como aquela pergunta ao admirar os projetos de helicóptero de Da Vinci: - De ele conseguiu vislumbrar tudo isso?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

UM FILME PARA UM ATOR



Um filme as vezes depende dos atores... e os atores só vão corresponder as expectativas se o diretor souber transmitir o que exatamente deseja. Filosofia anti-Hitchcock que achava ator "gado" e revulocionou a linguagem cinematográfica responsabilizando a câmera pelo produto final.
Em QUEBRA DE CONFIANÇA podemos ver o modelo de um filme que sem ator nada haverá... e com todo respeito a Laura Linney que faz seu papel de durona com cara de menina, o mestre da película é Chris Cooper.

O roteiro cronologicamente impecável não tem o que inventar... ainda mais que sabemos nitidamente o fim da história. Todo o foco se volta para a um homem que vai vendo sua máscara caindo e num ato desesperador final de se auto afirmar perante sua vida inteira estar escorrendo pelo ralo. Chris é tão impecavel quanto sua personagem. Uma atuação que ofusca até mesmo o que deveria ter sido o grande triunfo do FBI nos últimos tempos. Se não fosse por ele, com certeza o limbo era o lugar certo do filme. E quando voce ja esta aplaudindo Cooper, ele te oferece uma expressão final tão arrebatadora que tive que voltar a cena varias vezes para registrar na memória para sempre. Aqueles segundos que poucas vezes voce presencia na sétima arte. O filme 5,0 para uma ator 10 ... Uma média que dá ao diretor uma chance de atingir o patamar que Cooper já atingiu.

RIR OU SORRIR



O homem é o unico animal que ri que procura rir que quer rir, e ganha com o outro rindo. E nessa busca de um prazer tão antropológico ás vezes ele erra o alvo.
Muitos amigos procuram na animação esse riso, e criticaram AS BICICLETAS DE BELLEVILLE esperando essa alegria que só neurologicamente acredito que possa ser explicado.

Eles não riram com essa pequena obra prima do traço 2d. Mas eu ri. Nada escancarado. acho que foi um sorrir, visto que esse filme franco canadense tem um humor-negro refinadissimo e esticou a piada num espaço tempo originalíssimo. A risada que ele propoe é a do riiculo que nos tornamos , na caricatura de nossos desejos expostos fisicamente pelos personagens. O sorriso é pelas sutilezas de um Cartoon animado ou pela homenagem aos grandes animadores do desenho preto e branco.
E apesar de ser uma comédia, a tragedia esta estampada em toda película. Or rir é rir de si mesmo, é de imaginar como seria um desenho de sua vida, suas aspirações esperanças , limitações e perdas. Meticulosamente desenhado. E aí o riso se transforam em choro, pois o homem é o unico que chora por perceber o belo.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Panfleto Emotivo


Nada como usar dramas familiares, historia e panfletagem esquerdista como ingredientes para comover meio-mundo e os caras do Cannes 2006. Ventos da Liberdade de Ken Loach, conseguiu no meio das vaias provocadas na epoca pelo codigo da Vinci e no injustiçado Maria antonieta, comover o Juri que tremeu na base e elegeu um filme belo porem lugar-comum como o top do ano. A interpretação de Cillian Murphy é uma boa surpresa e centralizadora e a fotografia aliada a uma trilha discreta e quase incidental ão um bom clima ao filme...mas é só...ele instiga e emociona, mas só traz uma discussão importante mas não nova. A de que tdos tem a liberdade de decidir seus problemas internos, mesmo que seja do mesmo jeito que a opressão dos externos. A impressão é que Cannes levou tanta porrada no ano que naum quis se incomodar com a escolha de melhor filme. Volver , Babel e o Prorio Labirinto do Fauno estavam com tudo e os latinos foram desprezados... praticamente descartados pela caretice irlandeza. Politica demais e arte de menos.

https://www.paypal.com/br/cgi-bin/webscr?SESSION=w8CUwMwYB1IIOH%2dO6WgiIXPNEe%2dnyusZYrbcNceqMe6NLlfTWyVLkhnkhUu&dispatch=5885d80a13c0db...