quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

NA CARA DO GOL


Esse é um dos fotogramas mais divulgados do filme LINHA DE PASSE de Water Salles. De certa forma perfeito para entender porque o filme tem tido tantos e merecidos elogios pelo mundo, consolidando Salles como o mais tecnico cineasta do país.
Primeiro por arrancar performances incriveis de seus pouco conhecidos atores ( apesar de Vinicius de Oliveira ter sido uma parceria antiga, mas a identidade de menino prodigio de Central do Brasil desaparece e toma lugar do bom ator na pele do boleiro Dario)
As angustias particulares e as superações pessoais é a tal linha do título, onde uma familia de quatro irmãos tenta sobreviver emocionalmente dividindo não só a casa mas a melancolia existencial centralizada numa mãe de fibra corinthiana ( vivida por Sandra Corveloni, premiada em Cannes) que paga por sua vida movida passionalmente enquanto os filhos procuram seu quinhão do mundo em suas mais profundas aspirações, mesmo que do ponto de vista social são sonhos relativamente pequenos.
Dario , como vemos na foto, está em um buraco apertado... buscando o que será sua ultima chance de entrar para o futebol profissional... e nós nos apertamos com ele a cada tentativa frustrada.
A emotividade é rasgada e quase piegas em alguns momentos , mas talvez por que a emoção é piegas mesmo, ainda mais quando é no rosto do outro...
No final , como um gol visto de quem chuta o penalti, não sabemos o placar de cada personagem e qual sera a consequencia de seus atos... mas a lógica nos remete que não passará de um momento de frustração ou uma eufórica e rápida alegria... como qualquer desfecho de sonhos, independente do tamanho...
Salles alerta-nos que o cinema é tão efêmero quanto o futebol.

domingo, 25 de janeiro de 2009

NO OLHO DO FURACÂO


Há algo de estranho no Filme "O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON"... Mesmo percebendo uma evolução notória no cinema racional de David Fincher... Tudo no filme soa direcionado, medido e canalizado ao óbvio da premissa NON SENSE de um "ser humano" que nasce velho e vai rejuvenescendo... O personagem não chega ser nem pano de fundo dos bons personagens secundários por que não há interação de plots, sendo até desnecessária a sua condição para que eles se manisfestem. Ou seja é uma história que não se relaciona com as outras e nem mesmo com nossa vida, o que no fim tem características de anedota.
A ideia do flsash back de uma senhora que revela sua vida a beira da morte é típico de Titanic, que se nõa for homenagem é um direcionamento ao inconciente coletivo, que junto as soluções meio que xerocadas de Forest Gump tudo leva a crer que se trata de um filme presente para o reconhecimento do oscar.
O globo de ouro felizmente não enxegou isso e no máximo premiou a excelente maqiagem.... mas o oscar não cometerá a mesma boa intenção.
O filme tem sua área filosófica em torno da morte o que funciona bem vistos as emocoes que se provocam...
MAs é inevitável que há um ddescompasso no que se refere ao que quer se comunicar... conforto ou pessimismo?
A cena final nos remete uma imagem que assusta: O cinema e o relogio precisa nos remeter ao passado? Talvez seja a solução para tal reconhecimento

sábado, 10 de janeiro de 2009

PEDALA ROBINHO


Dee existir um dinheiro reservado nos grandes estudios para projetos que dão dinheiro com certeza. A partir da curiosidade (as vezes desnecessária, como a que me corrompe) esses caras montam remakes de classicos com roupagem moderna e proposta de linguagem adaptada sem macular a mensagem do filme riginal. Essa armadilha eu cai em O DIA QUE A TERRA PAROU.
O original tinha a inauguração do TERROR MORAL-TECNOLOGICO em que sob uma aurea profetica biblica traz um mensageiro (Moisés) dizendo que a conduta humana desagrada o conselho inter-planetário (Deus) e sob a mira de um robô-exterminador os humanos recebem seu ultimato.
Indo em a favor de uma tendencia pseudo-ecológica , Keanu Reveres no papel de Klatuu (extremamente a vontade) até tenta, e sob expectadores comovidos com a dura que o filme dá aos humanos corrompidos pela economia acima da filosofia, o filme poderia cravar o punhal da culpa em cada vivente que assiste o filme. MAs não, atribui a culpa aos governantes e faz como robinho: corre pedala e no fim nada. A impressão a sair do cinema é de que faltou ousadia... a reflexão inicial do filme foi transformada em frustração. E ao invés de inserir a mesma temática ao filme no qual se baseia, perde-se em melodramas óbvios. Ou seja chuta longe do gol.
Pelo menos o diretor Scott Derrickson ajudou em dar uns pontos a FIM DOS TEMPOS por comparação.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

PARTE DA FOTOGRAFIA


Ao meu ver não há comédias despretenciosas. Fazer rir é o ato mais pretencioso do ser humano. Isso por que ele julga ser capaz de convidar alguem a se situar em uma combinação de elementos lúdicos que o conduzam a deduções que só podemos concluir em uma deformação muscular se culturalmente for risível.Complicado..? Talvez não.. O ser humano é capaz em sua vida ser quase que em sua totalidade ridículo quando se discute sua existencia e valores, E ao se julgar dono de seu proprio destino... o acaso lhe coloca na situação de marionete de sua ignorancia. a vida por si só é uma tragicomédia. Cultue o ponto de vista de um plot qualquer que vc poderá em segundos enxergar os dois extremos da emoção. (Chaplin? Alguem..?). NA MIRA DO CHEFE é um curta de 2 horas expondo dentro da fotografia de uma cidade (BRUGES) o retrato da estupidez humana. Lembra ( em narrativa americana, claro) os signos de Lars von Trier... mas para chegar nos dilemas morais que objetivam o filme, se delonga muito nas falas...que bom por que os reveses dos dialogos são a dissonancia e a beleza em contrapartida ao pano de fundo indepedente que o cinema de MArtin Mcdounaug promove. Há um certo fetichismo com os objetos culturais e sua observação quase cientifica, mas de certa formaele é sempre feliz nas escolhas que ele impoe aos personagens (bidimensional como o que eles significam) Mas o maior fetiche talvez seja de explodir a cabeça do Colin Farell com balas Dun Dun, ou explodir tudo que sua cabeça Ianque representa para a Europa. Casualmente ele ganha uma segunda chance por sua estupidez. Mesmo gostando de sua atuação, eu não daria...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

As intenções de Leone


SERGIO LEONE não era um mestre... mas ele construiu um mestre em si em seus filmes... Toda sua obra se concluia em um estilo épico e ao mesmo tempo paródico. Mas nada pejorativo. Tudo se resumia a didatismo e homenagem, respeitando o entendimento do público que o assistia e respeitando sua propria essencia e dando importancia ao registro de uma história.

O cinema é a bandeira de seus filmes... O silencio e o close... os dilemas unicos quase que representado todos em vioencia e poesia... mais forte do que alguns pornotrash de hoje.

Os dialogos em silencio estilizados em sinais... Um album de cenas antologicas... Até os clichês tem força de realismo.

Violenca e sexo: a alma humana quase que dissecada em seus carateres mais repugnantes... A amoralidade como linha condutora das açoes, ancorada por restícios de humanidade fabricada por espíritos determinados. O bang bang italiano como doutrina e fim. A imagem como signo maior ( o que se diz inferior ao como se manifesta). Os olhos: sempre eles tem algo a dizer a mais que o proprio enredo.

Imagino a decupagem do roteiro de um filme desses. A arte manda na ação. E de ação não tem nada.

Tudo em LEONE o que realmente vale é a intenção.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

INTIMIDADE A EXAUSTÂO


Se a convivencia é a arte da intimidade, BERGMAN encontrou o ponto e praticamente esfregou na cara da morna decada de 80 como estabelecer o vinculo personagem-espectador, com o belíssimo FANNY e ALEXANDER. Há tanto a se falar do filme que é dificil escolher o que detacar. Vou me ater apenas a explicar meus adjetivos a esse estrondoso trabalho.
FLUIDEZ: como é bom ter paciencia em contar uma história. Nada de edições picotadas como resumos e como se o dialogo não tivesse força de passagem.
DRAMATURGIA: Os atores empenhados em ser canalizadores da mensagem-diario de Bergman
ESTILO: A história é contada como um terror, de tão pesado que é o olhar de ALEXANDER ( o pequeno Bergman) perante a morte e sua incompreensão de ter que ser conduzido pelas ideologias estigmatizadas , e choques de valores. ( a alegria dos excessos mundanos X pesar dos ritos religiosos) alem da perplexidade de ver a diferenca em ter um pai artista classico que morre pobre e dos ricos titeres visionários que o surpreendem e conseguem ler seus pensamentos.
Tudo qu se filma ali é uma justificativa de sua vida. E é conduzido com tamanho carinho no desenvolvimento das personagens e no figurino e direção de arte que os envolve que o naturalismo da cena parece mais verdadeiro que a realidade. É a fusão do que é com o que torçamos que seja: Uma intersecção da intimidade do que vemos com a rejeição do que sentimos.
Se o cinema de Bergman é uma entidade, com certeza seu fantasma não deixará os jovens obreiros da sétima arte tão cedo.

https://www.paypal.com/br/cgi-bin/webscr?SESSION=w8CUwMwYB1IIOH%2dO6WgiIXPNEe%2dnyusZYrbcNceqMe6NLlfTWyVLkhnkhUu&dispatch=5885d80a13c0db...