Pensamentos, Desabafos e Pretensões de um indivíduo que teve a honra e a desgraça de nascer em 1972, se perceber como gente em 1985, se achar adulto em 1992 e estar completamente feliz com sua familia em 2009
sábado, 28 de junho de 2014
Nosso Nu Frontal ( Análise de Sob a Pele )
Estava meio desanimado em comentar sobre os filmes que eu tenho visto...entretanto vem surgindo uma safra semi-independente ( leia-se new- undergrounds) que apostam num enorme público, menos consumidor , porém mais apaixonado e interessante.
Há uma parte do cinema que a fotografia é mais sagrada. Alguns diretores inteligentemente adaptam livro sob uma ótica imagética ,descartam o narrador e tratam assim a obra fílmica com um trabalho original inspirado e livre para interpretações. Tal impressão eu tive quando assisti Sob a Pele, que pipocou na internet com a promessa de ver o nu frontal de Scarlet Yohanssem.
Tal nu, para positiva surpresa, é da humanidade. E algumas pretensas situações faz desse projeto de Johnathan Glazer ( que amargou o hiato do corajoso Reencarnação, apesar de ter estreiado muito bem com Sexy Beast) traz uma ótica interessante, que surge lentamente (como o filme) em nossas emoções.
Os críticos comparacionistas falam da trilha sonora a la Kubrick e da decupagem Antonioniana. Mas me atrevo a dizer, que se tais referencias existiram, elas funcionam quase que como uma combinação original e não uma referencia. A escolha do ponto emotivo ( quase nenhum ) , apenas cirurgicamente pontuado pede pra você observar seus aplicativos psicológicos frente ao fenômeno de ser humano.
Tudo poderia cair pra pieguice, mas a direção firme e obediente a um conceito menos funcional e mais calcado na ausencia, faz-nos respeitar o filme pela coragem.
A parte mais impressionante é o duelo sensorial que travamos conosco ao ver um ator ( Adam Person, que tem uma deformidade verdadeira e rara no rosto) escolhido para que contraponha com a beleza não maquiada de Scarlet Yohanssen , o diálogo mais verdadeiro do cinema dos ultimos tempos sobre a força da aparência e tudo que entendemos.
A partir dali, inumeras escolhas do protagonista o levam a uma viagem sem volta, dando a sensação de que estamos muito bem com nossos aplicativos culturais geneticamente adquiridos.
Nada como o silêncio da imagem , para escutar e exorcizar nossos ruídos. Em nu frontal.
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