domingo, 19 de outubro de 2008

OLHOS DE "VER"

Ainda estou sob o efeito das emoções despejadas por BLINDNESS,por isso peço desculpas se meu humilde comentario sobre essa obra ( não o filme mas o que SARAMAGO e MEIRELLES fizeram em minha alma) não tenha a cor exata do que quero expor.
A quase um ano venho vendo o filme em minha mente, quase que montando como se eu mesmo o fizesse, como um periodico exame pré natal d. Li o livro, acompanhei cada notícia e me permiti conhecer segredos antecipados da adaptação pelo Blog que Meirelles deixou, o mesmo que me inspirou a fazer este que voce esta lendo.
Essa maratona me rendeu emoções que nenhuma outra obra intelectual me causou. EssasMidias conjugadas (CINEMA, LITERATURA E INTERNET) me permitiram"enxergar" muito mais do que eu poderia imaginar. Para isso terei que comentar em partes:

1
Na projeção eu não conseguia ser um tradicional expectador. Algumas falas eu sabia de cor, sequencias me pareceram logicas e já havia imaginado cada ator em suas posições, o que salvava as surpresas eram a montagem e as soluções quanto aos coadjuvantes , que eram para mim naquele momento mais ricos e por isso mais emocionantes as suas aparições.

2
È compreensivel e notorio a pressão da produção,principlmente com um dos materiais de mais riqueza dos ultimos tempos, o filme foi asseptico mesmo nas cenas mais nojentas, quase que com medo de imacular ou sujar a mensagem da obra. A fotografia branca em nenhum momento expunha o sujo contido na alma das personagens.

3
Por vezes me pareceu que a necessidade de mostrar-se visualmente tecnico ( tendencia de publicitário de mostrar uma boa idáeia para cada micro filmagem) desprendeu o filme da unidade dramática que funciona no livro. O que me fez pensar que certas coisas que são de uma arte, não há necessidade de ser transportada para a tela. Frases funcionam por si, contextualiza-las acabam apenas decupoando sob o ponto de vista do diretor deixando todos "cegos" pela imagem imposta.

4. A sensibilidade de Meirelles esta na forma como ele capta a atuação do personagem. A camera opta por sempre gravar a emoção ou o que sobra dela e isso parece ele ter sido desafiado por SARAMAGO em procurar "aquilo que não tem nome que é o que somos"

5. E finalmente podemos ver que a escola cultural dos mortos-vivos de ROMERO tem sua ressonancia numa metáfora humana, que o toque realista da camera na mão de MEIRELLES que nos chama atenção que o pior cego é aquele que não quer enxergar a propria cegueira

Sai do filme como alguem que sai de uma maternidade de um filho que não é seu,mas que torceu para que tivesse saude por todo empenho e emoções que ele causou na sua concepção. Agora ele é do mundo. Que seja visto. Por TODOS QUE TENHAM OLHOS DE 'VER'

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