sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"I'M SPOCK AGAIN"


STAR TREK é maior frankia da historia do entretenimento que para nós brasileiros chama-se Jornada nas Estrelas. Em 1926 , foi criado o termo Ficção-científica... mas foi nessa série protagonizada por um mocinho charlatão, ao comando de uma nave rumo ao espaço sideral,"onde o homem jamais esteve" assessorado por um ET de orelhas pontudas, sob uma estrutura de filme análoga aos filmes de piratas , ou de descobrimento, que o gênero se estabeleceu na cultura de entretenimento. Mas é claro que não ha fórmula que resista ao tempo...a não ser que se encontre as mãos certas para revigorá-las.
O dono dessas mãos chama-se JJ ABRAHMS, que ao estabelecer em LOST um novo conceito de narração, no qual o tempo e a continuidade são apenas instrumentos e não uma prisão dentro da ídeia,vem se tornando o principal nome da ficção (cientifica ou não) dos ultimos tempos.
A terceira releitura feita por ABRAHMS , nesse inteiramente novo STAR TREK , conta com a juventude dos protagonistas e com a jogada de se estabelecer um mundo paralelo para a história, incitando outros rumos (mais dinamicos e menos filosóficos) para a série. Nesse, em ocasião, alem de mostrar o encontro dos tripulantes na INTERPRISE, ele foca no personagem simbolo : SPOCK, levado com perfeição pelo ator Zachary Quinto que inicia a partir desse filme seu estrelato.
O elo de ligação entre as séries fica encargo do ator LEONARD NIMOY (que faz provavelente pela ultima vez seu personagem-encosto e que curiosamente chegou a escrever um livro chamado "I'm not SPOCK").
O vilão encarnado por ERIC BANA, só serve de plano de fundo para que os dois reais rivais: KIRK e SPOCK tenham um objetivo comum,o que acaba sendo o plot que mais se aproxima da série setentista.
Como era de se esperar, o ser humano (ou sua metade humana)SPOCK é o foco, desde a infancia, que faz-nos entender que o que interessa nessa década é o garimpo de uma humanidade perdida ao meio dos discursos tecno-econômicos.
Mas o novo filme veio tambem trazer um aspecto de união de interesses, longe da dualidade arte-ciencia, de outros anos,tratando com naturalidade espantosa temas como viagens no tempo, como que incorporando a grande lição de CLARKE: “Uma pessoa que conheça tudo sobre as comédias de Aristófanes e nada sobre a Segunda Lei da Termodinâmica é tão inculta como aquela que dominou a teoria quântica, mas pensa que Van Gogh pintou a Capela Sistina.”
Encontrar a crise de identidade nos herois de nossos pais é de certa maneira a revelação dá gênese de nossa cultura. Mesmo que em forma de prólogo. Mesmo que paralelamente a história... como alguem que enxerga os fatos de trás para frente.
Ou alguem que simplesmente analisa clinicamente uma década e tenta transmutar valores para uma nova geração de fãs...mas sem ilusão... pois uma quarta releitura possivelmente será uma pá de cal nas orelhas pontudas deu um certo Vulcano.

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