Pensamentos, Desabafos e Pretensões de um indivíduo que teve a honra e a desgraça de nascer em 1972, se perceber como gente em 1985, se achar adulto em 1992 e estar completamente feliz com sua familia em 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
ÉPOCAS QUE SE CONVERSAM
MICHAEL MANN encontrou seu caminho...seu destino e motivo para estar no cinema... e essa revelação está exposta nos últimos 3 filmes na crescente ordem de apuro técnico e decupagem.
Enquanto em Colateral ele administrava os atores,e Miami Vice o apuro técnico do video digital... a síntese está em INIMIGOS PÚBLICOS. Johnny Deep encarna o perfeito romantico-realista que Mann precisava... pois era dessa forma que ele queria editar esse filme noir, que praticamente nos transporta para os anos 30, quase que clandestinamente para os sentimentos e ações, cujas cenas dão uma textura quase documental, sem apelar para o ritmo frenético nem o excesso de tomadas limpas. Mann prova que a camera digital nos dá mais intimidade e quase que encosta no contexto do que foi uma decada violenta e romântica...No qual a sociedade era despreparada e ingênua para genios da pilantragem.
Deep tem um método no qual ele acaba apelando para referências... mas que fique apenas com ele por que com seu Dillinger ele estabelece um novo patamar para interpretação de bandidos classicos.
O roteiro nada tem de especial, mas não há necessidade: a estória tem dois picos da nossa atenção: do lado da polícia , o amadorismo e precariedade perdendo para a ousadia e a fidelidade dos gangsters... e claro o quanto isso vai se dissipando , não pela maturidade dos mocinhos mas porque a tecnologia do roubo se deslocou para os meios de comunicação e não havia mais espaço para os militantes do latrocínio...alás eram melhor que fossem descartados.
Outro pico é a maravilhosa presença de MARION COTILLARD que entre medo e consentimento se entrega para um quase sequestro consentido nos braços do bandido-pop-star.
Os momentos mais tocantes partem de silencios e olhares, no qual quase compartilhamos a admiração de Dillinger pela sua popularidade, e o quanto ele procura manter, escolhendo calmamente seus projetos para não parecer um canalha qualquer e sim um espertalhão com princípios.
Subversão adorada pelos americanos de todos os tempos onde Robin Hoods aparecem para ao menos colocar discussão na autoridade estabelecida.
Mann põem um ponto final na discussão tecnica... e de como é possível promover uma comunicação visual moderna num tema clássico, como uma conversa entre as escolas.
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