sábado, 7 de novembro de 2009

NERD BASTARDO


BASTARDOS INGLÓRIOS é um dilema... literalmente.. para o TARANTINO também e ele sabia disso... por isso levou muito tempo para realiza-lo por que ele próprio precisou de muita coragem e cacife para colocá-lo em pratica...a subversão que ele sugeria era a entrada de um mundo particular: as idéias conspirativas e o monstro-cultura que o cinema é para ele.
TARANTINO é um Nerd de sucesso... que conhece o mundo pelo cinema e resolveu filmar o que ele conhecia da segunda guerra pelo  que o cinema propunha , e não pela busca da verdade.Alias... a verdade aqui pouco importa: o que interessa de verdade é o que QUENTIN tinha em mente e a anos atras teria veiculado que faria um filme de guerra. Aproveitou a curiosidade mórbida de seu público e da necessidade de fixar sua assinatura em um filme de época que pré-requisita a mão de um diretor que tivesse mais que noção enciclopédica, mas técnica apurada em fotografia e figurino. E isso INGLORIOUS BASTERDS (deformação do nome para estilizar sem plagiar)tem de sobra... tanto que escuto ainda o som do couro do uniforme da SS ( que é perto do magnífico).
O que é notório talvez ( e não vejam isso como algo ruim) é que TARANTINO está envelhecendo e quer registrar tudo que passa em sua cachola, sem que os seus fãs esqueçam do porque estão vendo um filme dele. Havia tanto para falar do que se pensava que quase não havia espaço para desenvolver os próprios personagens.Então BASTERDS é uma segunda leitura dele: com a maturidade da cautela, mesmo sob todos os signos conspiratórios.
Prova disso é de que o filme centra-se de um personagem fruto da maior inteligencia HANS LANDA. Que ofusca deliberadamente (ou não) o astro BRAD PITT pelo próprio tarantino. Outra escolha equivocada mas pertinente é o do amigo ELI ROTH que é o único protagonista das maiores bárbaries do filme.(justamente por ele ser o pioneiro americano dos PORN-MOVIES, incitando que das mãos dele você vai ver mais sangue do que talento), e ainda acho que uma obra que se auto-intitula obra-prima é a banalidade da liberdade autoral.
Indiscutível que o que TARANTINO tem para dizer no filme é importante :" O CINEMA é A vingança JUDIA" e que " SEI tambem filmar com fotografia"... e que cenas memoráveis serão repetidas por Nerds militantes para a eternidade... e que a fusão WESTERN-SEGUNDA GUERRA será palco de discussões intermináveis nas aulas dos novos cineastas.
Mas Quentin pode ter cometido o erro de fazer um filme que apague ou ridicularize todos que ele mesmo fez referencia.
A heresia acaba sendo uma constatação: TARANTINO não existiria sem o CINEMA ... mas o o contrário não é exatamente uma verdade.

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