MOTHER é um filme sobre obsessão como muitos e como poucos. Sai da premissa de que o amor de mãe pode passar as fronteiras da moralidade, a ponto de atitudes terriveis, e discute que tal sentimento é tão desprovido de razão quanto uma pessoa que nasce sem tais faculdades.
Já no primeiro plano, o diretor Bong John-ho, nos adverte que o filme tratará de comportamento, levemente bizarro e que seria bom esperar tudo e de todos, brincando com a possibilidade perante a anormalidade.
Varios dialogos tambem nos remetem de que "morais pre-estabelecidas perderão sempre para o improviso" e que ainda a tua aparencia faz link com sua moral, pelo menos para as pessoas.
E de surpresa em surpresa, uma sexagenaria sul coreana torna-se uma das mais improváveis detetives dos ultimos tempos. Pela ocasião. E isso faz com que o trabalho de John-ho ( que filma sem malabarismos mas com precisão cirurgica) tenha maior ressonancia com LEMBRANÇAS DE UM ASSASSINO do que O HOSPEDEIRO , dois outros grandes trabalhos.
Sobre tudo, por mais que se trate de mais uma história que apela pro sexo e a violencia, tema este que garante o espetáculo da imaginação. O filme é menos exagerado e até solene. Adequando o olhar de respeito e conivencia as atitudes de uma mãe que mistura durante toda a projeção, proteção e culpa.
O roteiro é tão fechado que quase funciona como uma orquestra, e o movimento tem um ritmo suave e firme... como um conselho ...E apesar de se estabelecer sob uma cultura oriental... tudo é intimo e familiar.
Sob o olhar certo, o final pode ser pessimista e arrebatador, mas sobretudo o mais realista e coerente no que diz respeito ao que a vida reserva para as mulheres que a seguem , sob a unica certeza que lhes apavora e afaga: sua natureza progenitora.
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