quarta-feira, 5 de março de 2014

ZOO DA TERCEIRA IDADE ( Análise de NEBRASKA )


Quem for ver NEBRASKA se identificará rapidamente com muitas coisas. Principalmente com o cotidiano do ser humano depois dos 70 anos. Criticas usam o eufemismo de "Retrato de um país que se direciona para a maturidade" o que significa : "Zoo da terceira idade" . Parece simplista mas é fato. O ser humano ocidental parece que luta a vida inteira pra ficar um velho feliz. E mal percebe que ele já é um velho feliz com menos rugas. Mas é preciso a desobediência social para perceber no final das contas que o sonho ainda é pilha do espírito. Alexander Payne já mostrou que veio pra contar histórias que aproximam a gente da nossa vizinhança , passa por nossa casa, mas não entre. Somos o autentico vouyeer segundo o professor Payne. É um convite a olhar pra janela e ver que a vida est´pa lá, invisível e desesperada por um acontecimento que a tire do tédio proporcionado por anos de história civil. O filme já declara-se um álbum de retratos quando a sua perfeita fotografia preto e branco destila nostalgia. As transições e a trilha cirúrgica que só acontece em passagens, flerta com as clássicas decupagens. Entretanto é o cinismo que é o grande triunfo do filme ( apesar de personagens magnéticos , como a feita pela indicada Jane Squidd quase uma Dercy Gonçalves Yanque) que ao chocar gerações e intenções mostra que grande parte americana ( e por que não do mundo) é feita de velhos com seus conceitos apegados ao resto de memória e rancores. Uma melo-comédia de insana ironia. Deliciosas verdades que estão mais pra janelas do que telas que parecem nos anteceder nossos próprios destinos e a possíveis aventuras que estaremos apegados no futuro.

Um comentário:

Erico Baymma disse...

Legal sua "leitura" sobre o filme. Havia lhe dito que apostava neste como melhor filme. Ele me traz a falada nostalgia da quebra das ilusões de gerações, não somente a do velho que se depara com um motivo de continuar viver, mas do filho que percebe o que é a existência, se vê no pai - em toda sua dimensão. E se dá a união.
Achei o filme altamente poético e de reflexão com mais a pensar que num comentário assim.
Contudo, agradeço contemplar "a minha aposta"com um de seus posts! Abração

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