domingo, 12 de abril de 2009

DENTRO DO ARMÁRIO


Ver um filme cuja opinião já vem sendo formada por muita gente tem outro impacto sob nossos olhos... ou olhar...
O cérebro faz meio que uma varredura para procurar, durante a exposição , indícios que justifiquem tais opiniões... o que é desagradável e as vezes insano, já que uma obra tem como a apreciação a justificativa de sua existencia.

Ver MILK é "procurar" . Quem? Primeiramente GUS VAN SANT , seu diretor...
O Sant envernizado de oscar estava escondido desde Genio Indomável em um armário experimental , no qual nos renderam obras questionáveis e por isso mesmo brilhantes ( e a O.P. Elephant) .
Sant se esconde atras de uma obra-documentario para homenagear o ser humano pelo homem-discurso: Harvey Milk/Sean Peen num ato maior de inteligencia do que de humildade, pois Sant está lá na película... com sua Stady Cam nas costas de Josh Brolin e na escolha de uma história no qual todos sabemos o final trágico (Last Days e Elephant tambem tem essa temática)

Em segundo plano temos a procurar é Dustin Black , e seu oscar como melhor roteiro. A narrativa linear é cirurgica mas não menos envolvente ao tratar do homem político e lúcido que foi Milk. Tudo poderia facilmente se descambar para a panfletagem homossexual, tornou o texto solene de um homem que encontrou uma maneira de se orgulhar de si mesmo.

E por fim procurar Sean Peen... que sustentado por um excelente James Franco e Emile Hirsch (Diego Luna não consegui ser mais que uma bixona latina) sumiu na pele de Milk.. e passa naturalidade impressionante até nas cenas ditas "fortes", ensinando como se ambientar num universo em que para tudo onde se olha se respira sexualidade, pela simbologia a qual se pretendeu defender.

De tanto procurar... achamos algo humano em nós ou nos outros que estava na solidão do armário junto com Harvey Milk, Sean Penn , Gus Van Sant e (quem diria ) todos nós , ou seja , a humanidade não havia saido do armário.
E é nos discursos escolhidos para o roteiro que se reflete no maior legado que poderia ter nos deixado:
A igualdade mora no eterno estado de minoria.

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