terça-feira, 9 de junho de 2009

MENDES 100%


Fui ver REVOLUTIONARY ROAD com a expectativa e premissa de que SAM MENDES tivesse escorregado na carreira que alguns chegam a torcer o nariz mas a realidade é que 4 filme = 4 Obras primas (leia-se BELEZA AMERICANA, ESTRADA PARA A PERDIÇÃO , SOLDADO ANONIMO E este FOI APENAS UM SONHO ).
Como acontece algumas vezes alguem acabou sabotando com esse "inteligente" titulo que qualquer meio entendido já profetiza um filme sem final feliz... mas não imagina a destruição emocional que vem pela frente.
A experiencia do teatro (alias o filme caberia muito bem em um palco) de mendes é colocado a toda prova e até a escolha DI CAPRIO e WINSLET aparentemente comercial é fruto da propria carreira dos atores 10 anos após TITANIC: o amadurecimento foi essencial para que só os dois tomassem forma aos dialogos tão contundentes para soar da boca deles de forma tão convincente.
Os coadjuvantes (poucos e cirurgicos) levam a trama e as vezes roubam a cena ao grande estilo de Woody Allen quando se aventura e temas dramáticos.
Mas Mendes trouxe mais do que o jovem casal de TITANIC para uma lavação de roupa suja pública. Ele trouxe o tema de BELEZA AMERICANA sem humor negro: a mediocricidade coletiva e o vazio existencial provocando o inusitado e como esse inusitado é fonte para boicote social.
Em 2000 o tema foi visto como urgente, hoje esse DR ao ar livre apenas constrange e casais (que viram TITANIC juntos e apaixonados) verão esse filme e silenciarão por talvez se reconhecerem e abordar temas que é "preferivel não comentar".
O personagem de Winslet pede , sem ser atendida, veemente desde o começo que seu marido não toque nos assuntos... como a sociedade americana pedindo a Mendes ...não me mostre, por favor, ou sofreremos as consquencias disso.(O OSCAR não só desprezou o filme e sim censurou-o moralmente)
Há tantas camadas do filme que é impossivel não ve-lo de novo... apesar da dor que ele repete em nós.
A coragem desse diretor acaba trazendo o cinema integro... Um cinema europeu em pleno solo americano... Lars von Trier com verniz Yanque.. Didático e plástico. Ou seja : a propria ARTE.

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