segunda-feira, 5 de abril de 2010

ANG LEE EM SESSÂO DUPLA



Depois de uma parada nos filmes, desde minha ultima resenha, meti de cara um ANG LEE atras do outro... Alguns torcerão o nariz pois há quem não gostou nem um pouco da sua versão do HULK (que achei nobre perto das versões de quadrinhos que tem por ai...) nem de O Tigre e o Dragão ( que ainda é sua obra prima ) e BROKENBACK MONTAIN ( que ainda é o filme mais corajoso da história.
MAs não resisti e vi os dois dele que estava ansioso para ver: O orientalíssimo ACONTECEU EM WOODSTOCK e o ocidentalíssimo DESEJO E PERIGO.
Voce pode até penasr que eu troquei os adjetivos, mas não.
LEE é um cineasta de dupla polaridade. Consegue como poucos (senão o único) a compartilhar com extrema sensibilidade o que de melhor existe nas culturas do qual nasceu e viveu todos esses anos. Pelo cinema e para o cinema, sua complascencia com as diferenças ( e até com a prisão da necessidade da igualdade) chega a ser comovente.
Em ACONTECEU... ele concebe iluminação na história dos bastidores da organização de WOODSTOCK as transformações que um evento de proporções astronômicas cuja unica energia vem da humanidade de todos e de cada um.Em que tudo se revela e se transforma e que o coletivo é nossa função e vocação nesse planeta. Quer aura mais oriental que essa? E que é nas entrelinhas do Tsunami que foi esse festival que esta o que mais de precioso há de se manter.
Enquanto isso, filmar um filme puro de ganster anos 40, em Shangai,com atores dirigidos de forma universal e , motivos universais, intimistas a tal ponto que podemos quase que tocar o caráter de cada personagem,que lembra tudo o que era mais puro de "Que é Isso Companheiro ?" faz de DESEJO E PERIGO um filme no qual Lee mais se expõe, e claro mais alvo de críticas é. Suas cenas arrebatadoras de sexo são tão belas e erradamente naturais, e desesperadas que não poderiam ser diferente , vistos o vulcão em erupção que o filme trazia em tensão num "POker-MAJONG" , na lágrima da atriz que deseja uma centelha do amor do qual sentem suas personagens, na sedução descarada no restaurante até emergir na violencia e urgencia que se estende quase que gratuitamente.
Música, luxuria e cautela...nada... definitivamente nada em Ang Lee é gratuito...muito menos seu cinema de infinitas bússolas.

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