segunda-feira, 28 de junho de 2010

TÂO COLORIDO QUANTO BRANCO (Analise de UM OLHAR DO PARAISO)


Não podemos esquecer que a arte da pintura é muito anterior a fotografia e consequentemente ao cinema.Todavia, em todas elas a semiótica e signioficado das cores (e a ausência) delas acompanham e são fundamentais para até para se passar uma história, e em certo casos a unica solução.
Pois o "pintor" PETER JACKSON enxergou no livro "THE LOVELY BONES" a possibilidade de fazer seu quadro vivo: UM OLHAR NO PARAÌSO. Trabalho este que esteve sempre presente, desde seus cultuados trashs da decade de 80, e os milionários SENHOR DOS ANEIS e KING KONG...mas é nesse filme que ele tenta usar todos os recursos visuais e CGI´s possiveis para transportar uma melindrosa historia de terror-familia-romance-drama. A tentativa de mostrar o mesmo impacto de AMOR ALEM DA VIDA o roteiro foi asseptico e na pior das hipóteses surgiu uma mistura de OS ESPIRITOS e ALMAS GEMEAS, numa triste sensação de mais do mesmo. É verdade JACSON nunca se sentir podado em mostrar seu lado piegas e cafona em alguns filmes. ( é só lembrar da dança no gelo em KING KONG)
Apesar do apuro fotografico , fazendo este o mais limpo de seus filmes, e quase asseptico...ele consegue tirar alguns momentos interessantes do bom elenco sob fiapos de dialogos,mas ao estender certos momentos dramáticos ou romanticos acabavam por jogar muito nas costas dos atores para escaparem do poupurri de clichês.
Para não ser tão cruel com a pelicula, podemos atribuir a escolha do tema pouco propicio para achar um bom fio conduitor da história...
O filme sempre promete mostrar e acabar por tirar o pé no climax: na dor da perda que vira um quarto sem arrumar e no crime hediondo que termina num gorro colorido cheio de sangue e num desfecho sem açucar para o fim do assassino que durante todo filme foi cultuado para ser digno de repulsa e de um castigo bem cabeludo.
Pode ter acontecido algo com Jackson , parecido com o que sentiu MEIRELLES com o seu ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA , na pós produção que descobriu que os caminhos da literatura passam por outro lugar no cérebro do que as exigencias visuais de hoje, e que "Morrer (sob tons lindos e aventuras incalculaveis ) é melhor que viver (sob cores cinzentas e sofridas)" talvez não seja a mensagem que o mundo queira ouvir hoje.E que colocar mais coisas para consertar voce consegue apenas errar mais.
Vale as aulas de pintura aqui como lição para tudo: " Muitas cores misturadas de uma vez , só faz voce conseguir uma mancha branca"

Nenhum comentário:

https://www.paypal.com/br/cgi-bin/webscr?SESSION=w8CUwMwYB1IIOH%2dO6WgiIXPNEe%2dnyusZYrbcNceqMe6NLlfTWyVLkhnkhUu&dispatch=5885d80a13c0db...