domingo, 8 de agosto de 2010

BOMBA CALÓRICA (Análise: O Famoso Destino de Amelie Poulain)


Quando penso em parar de escrever por aqui, gratas surpresas...esse ano tenho recebido convites a comentar sobre alguns filmes...o que é complicado visto que expectativas acabam mais atrapalhando que ajudando, e quando ama-se um filme e ele é massacrado por alguem é tão ruim quanyo ao contrario. Mas longe de inserir culpas, o desafio de assistir O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN após quase uma decada de reverencias e retaliamentos , e analisa-lo sem o ruido da época, é no mínimo um desafio.
O que é bom ressaltar que ele deixou de ser um filme francês, e muito rápido, já que ele se comporta hoje como uma obra icônica na sétima arte. O "senão" da vez é : Para que lado devemos olha-lo.
Sob o contexto de 2001 é facil entender a popularidade do filme de JEUNET. Arriscava-se o cinema-propaganda ,onde tecnicas usadas em publicidade aliada por uma metalinguistica narrativa e um roteiro fabuloso (de fábula) criavam um sentimento ingênuo e revigorante de de justiça,sentimento esse apegado ...a nada.
Cada linha explora nossos neurônios numa caça a familiaridade dos personagens enquanto a estética e a condução narrativa te distanciam dos sentimentos nobres tradicionais e te convidam a um senso de justiça, seduzem por imagens retiradas do inconsciente coletivo( como os microssegundos iniciais que telegrafam Poulain vestida de Zorro).
Nossa Poliana moderna não existe como ser humano: é nitidamente um personagem que parece ter uma psicopatia em decidir em levar o "bom" para os outros, sem o menor escrúpulo, sem nenhum instante de reflexão de se essa ação faria o "bem". Uma confusão comum para quem não tem o habito de pensar.
`E tudo o filme nos faz acreditar que é o melhor para todos...claro...como não torcer para alguem tão parecido conosco? Neurologia explica.
Portanto AMELIE é uma maquina de felicidade ,sem reflexão, ela por ela... um filme para ver e sair feliz...o entretenimento na sua pior faceta: aquela em que você COMPRA o filme.
E Jeuneut não havia inventado nada:segue com metodologia impressionante a cartilha da pulblicidade : uma receita contra rejeição. A dicotomia eterna Embalagem X Conteudo.
Perceba os dramas reais tratados como patéticos e insensíveis.
E o que mais assusta? -Eu adoro Amelie Poulain..!!!!
Tenho suas musicas no MP3, o filme em casa, e me faz muito bem passar os olhos naquele VERDE-SELEÇÂO e da figura monstruosamente encantadora de Audrey Tatou na capa como que diz: -Posso salvar você tambem, se voce quiser. Isso é assombroso!
Bomba calórica escondida atras de puro açucar?
Antes que você veja chifres saindo da testa da foto postada acima e que um de nós saia para colocar fogo em tudo que é locadora, é importante que vejamos toda essa discussão como saudavel. Essa armadilha só um bom filme, de direção,atuação e edição "fabulosos"(de excepcionais) é capaz de realizar. Por isso foi muito bom reve-lo e comenta-lo distanciado a quase uma década.
E melhor ainda ter a sensação de final feliz ao concluir que você está diante do que é tudo de mais nocivo do cinema americano escondido sob uma cobertura do que é mais delicioso de um filme francês.

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