sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TORTO POR LINHAS TORTAS (Análise: Vicio Frenético)


Imagine Nicolas Cage andando como se estivesse empalado...imagine anfíbios sob sua espreita.. imagine um espirito recem-desencarnado dançando break...filme de Linch? não ...bateu na trave: Herzog.Que consegue a façanha de misturar todos esse ingredientes de forma verossímel, sem você achar que esta tão chapado quanto o protagonista. VICIO FRENÈTICO é um remake base... a estrutura tradicional de um filme policial é deformado por um Cage torto, sob morais tortas , sob o certo em linhas tortas...Fazendo rima com seu filme anterior: O SOBREVIVENTE, Herzog quer testar os limites humanos, o primeiro sob a crueldade da natureza, e este sobre a dor e a corrupção...E a ambientalização, não deixa de ter aquela sujeira constante, imprimida pela amoralidade e a marcação de camera que mesmo aparentemente atropelada para centralizar nosso personagem tem dominio e eficiencia...
Agregue tudo isso a um contexto franco de New Orleans , que se mostra tão destruido ,num pós-Katrina quanto o proprio destino de nosso anti-heroi, num trabalho constantemente tenso lembrando o cultualizado CORAÇÂO SATÂNICO.
Enquanto Eva Mendes assiste passivamente o filme dentro dele...Herzog arranca de Cage o ator que de vez em quando ele esconde... e isso é claro desde o inicio, o que não nos enfadonha em nenhum momento... ao contrario...poucos atualizam um filme sem fugir do seu estilo nem da expectativa dos fãs de filmes policiais.
E quando tudo poderia descambar em clichê..é o próprio clichê que salva nosso herói,numa amostra absurda que o acaso tem seus truques para que tudo caia em final feliz...ou não passa de mais uma projeção de neurônios destruidos ? Ou um genial roteiro nos ensinando que só a ficção nos tira da água no pescoço...a repetição dos acontecimentos e as coincidencias exageradamente felizes, não entregam essa versão...MAs essa é a discrição que prova que cineastas com nome não precisam atirar na vala comum da midía para prestar seus créditos a favor de pagar suas dividas , e dar um nó na cabeça dos patrocinadores... É a ficção salvando todos nós da mediocridade.
O torto por linha tortas é o certo: Ainda cabe arte até na aberração ...moral ou fílmica.

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