quinta-feira, 4 de março de 2010

VIVER E FLORESCER


Cinema latino tem áurea de pobreza,sim... nunca nos livraremos da STETIKA DA FOME sugerida pelo velho Glauber. Mas essa estética está vindo acompanhada a mais sub-aureas: diretores latinos tem na sua essencia a verdade que uma vida de violência e comiseração leva a pensar e nas imagens passam esses sentimentos como ninguêm. Não há como entender verdadeiramente a guerra de fora dela, como espectador. Os atores nesse aspecto tem muito mais ganho em experiencia humana do que diretores ou roteiristas que simplesmente escrevem sem buscar na vivência a verdadeira emoção.
LA TETA ASSUSTADA, filme peruano de Claudia Llosa , candidata ao oscar, vem com a imagem da bela e exótica atriz Magaly Solier, preenchendo de talento e força cada frame da pelicula, trazer tudo que um país quer se livrar: Mitos, medos, traumas. Quer desesperadamente um sonho, um futuro e misericórdiamente pede para o mundo apenas chorar seus mortos de seu jeito para poder avançar em seus propósitos.
Sua personagem incorpora a condição de um povo algemado a unica coisa que sobrou de sua quase extinção, sua cultura de lida, com seus enterros e casamentos munidos de etiquetas que os fazem recordar que o povo tinha uma identidade e história.
FAUSTA luta para honrar a educação que sua mãe, desgraçada por uma vida de tortura e eterna tristeza, e passa o filme todo um requiem de libertação.
Dramático? com certeza, bem latino...mas históricamente dramatico,como a propria cultura dos indios, que não tem em sua história recente nada prospero a não ser a sobrevivência dos seus filhos de hoje, a custa de um genocidio concedido por anos pelo mundo. Essa é inclusive a primeira cena de LA TETA, uma das mais belas que ja vi, onde em minutos , e cantada, a mãe moribunda de fausta canta sua vida inteira em tres estrofes, como se a arte fosse a unica maneira de apaziguar a indignação perante tanto terror.
Com uma fotografia brilhante, trilha maravilhosa e um roteiro que inteligentemente faz voce desbravar os acontecimentos sem telegrafar o proximo ato, faz LA TETA o filme que SPIELBERG queria ter feito quando fez O TERMINAL e o filme que SALLES queria ter mostrado em ABRIL DESPEDAÇADO.

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