sábado, 17 de janeiro de 2015

2 horas de não-revelação ( Análise de Foxcatcher de Benneth Miller )

A ficção foi uma forma criativa do homem fugir da sua impaciência perante sua realidade. Ela tem sido o remedio anti-depressivo quase que indispensável. Nosso "status quo" depende disso e somos alimentados desde cedo por ela. Logo na infancia ao ligar nosso moto perpétuo lúdico, estrapolamos os limites da verdade sensorial e nos viciamos na cachaça da imaginação. O cinema tem feito isso com a humanidade de forma supremamente eficiente. E quando um filme dá a ssensaão da não-ficção , incomoda.
Veja que  esse conceito só me foi concebido por uma provocação do cinema as avessas proporcionado por FOXCATCHER, de Benneth Miller , que sob a contramão do entretenimento veio trazer uma história baseada em fatos reais, decupada com o realismo das entrelinhas da ficção.Coisa que ele já tinha namorado no filme Capote , mas não com tanta obsessão de  revelar o mínimo.
Toda carga dramática no filme é escondida.... tudo que é cortado na edição por ser chato é ntoriamente colocado como climax. quase como uma denúncia de que a vida está mais parecida com verdade na tela do que no cotidiano.
Longe de ser um filme que festeja a superação de um ídolo do Esporte, o filme interpretado reconhecidamente por  Mark Ruffalo ( o unico ponto de carisma do filme) e uma dupla sensacional ( Steve Carell em papel incrível e Channing Tatum as vezes roubando cena e nem foi tão comentado) fisicamente deformados para o papel, esconde tudo que um filme de ação pode trazer, e coloca a patética corrida a um obsessivo "ser melhor que alguem" , e de como a cobrança inócua e vazias de principios pode transceder a outras gerações.
A coragem de retirar os elegantes principios de cinema moderno e focar na concentrada interpretação dos protagonistas custou-lhe o desprezo da platéia e celebração dos criticos.
Não há suspense , nem aventura, nem romance. Nem mesmo a história ali esta sendo contada.É no que se esconde que vemos tudo rolar na tela. No profundo silencio as dores e alegrias se depedaçam.
Mesmo sendo um alívio ver gente filmando a vida como é, na maioria do seu tempo,  talvez hoje isso seja
projeto mais insano de um cineasta.

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