terça-feira, 18 de maio de 2010

NOVES FORA (Análise de NINE)


Que a falta de roteiro em hollywood está se tornando crônica ninguem duvida, visto a avalanche de cinebiografias e historias do circo humano que a globalização propõe que andam assolando o cinema atual na tentativa de tapar o buraco da falta de ficção.
Numa de genio e profeta, FELLINI expôs a crise criativa do homem moderno e sua redenção perante o sexo feminino em 8 e 1/2 , num classico italiano que praticamente representa a força do cinema europeu em discutir o comportamento humano, sob o microscópio da sétima arte.
Como ninguem ele utiliza de seus próprios elemntos cotidianos para reproduzir a agonia do ser humano que se encontra impotente da criação... e numa espécie de odisséia freudiana busca na sexualidade a causa da perda de sua posição unica no contexto universal.
Anos depois, uma versão de toda essa fabulosa mensagem , foi revisitada pela Brodway (Unico formato aceitável pelo pobre espírito Yanke) e tornou-se um grande sucesso apesar da superficialidade do formato.
Tentando salvar a força da profecia de Fellini, pela clara constatação da falência da ficção. ROB MARSHAL se aproveita do sucesso de Chicago e RE-revisita a obra, por volta de NINE com um elenco respeitável (incluido SOFIA LOREN)
Entretanto, o material ficou caricaturado nas duas versões: tanto no momento cinema quanto no momento teatro.
Longe da dinamica do seu musical anterior, NINE em seus momentos musicais deixam o espectador sempre distante, como sentado na plateia vendo o clipe a uma distancia que enfraquece o espetáculo, fazendo com que a pobreza das letras e o que havia de menor dos atores perante o formato ficasse evidente.
Sofia Loren e Judi Dench constrangem quando aparecem e Nicole Kidman aparece tão pouco, numa cena tão sem sal que sua ausencia não seria sentida.
Daniel day Lewis até convence graças a toda seu carisma e experioência mas é em Marion Cotilard que vemos um pouco de atuação genuína de um personagem de Fellini, como alguem que permeia entre ficção e realidade, rindo da patética conduta de Marshal ,por falta de dominio da complexidade de um cinema europeu.
Produtores devem aprender que até para homenagear genios , devem ao menos inserir toques de genialidade..e não misturar pontos de vistas e maquiar estilos. Essa filtragem da filtragem não mudará o poder da obra original,e ao invès de oferecer o que havia de bom da Italia ao cinema americano, só retifica que o que existe mesmo é exatamente o oposto.

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